by Brunelson
Pink Floyd: quando Syd Barrett caminhou 80km até a casa de sua mãe
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O co-fundador e vocalista/guitarrista original do grupo de rock progressivo inglês PINK FLOYD, Syd Barrett, também foi a pessoa por trás da criação de alguns dos materiais mais distintos para a banda em seus anos de formação.
Mesmo que o seu tempo com o PINK FLOYD durasse apenas 03 anos e a sua carreira musical em geral por menos de 01 década, a influência de Barrett em como o PINK FLOYD soava foi única e as suas contribuições para o rock foram imensas.
No entanto, com a fama vieram os seus efeitos colaterais...
Desde o tempo em que fazia parte do PINK FLOYD, Barrett era viciado em drogas como o ácido LSD. Isso afetou a sua presença no palco e na banda. Havia dias em que ele subia ao palco e não tocava nada, só ficava fazendo "noise" sem rumo na guitarra e olhando fixamente para o público, enquanto o show acontecia ao seu redor. No estúdio também, onde ele mal dava atenção para produzir música - se é que ele estava presente em espírito - e os outros membros da banda tinham cada vez mais dificuldade em trabalhar com ele.
O seu gênio musical ainda estava intacto, mas as drogas o deixavam errático.
Com o uso de drogas vieram outros problemas associados, incluindo diferentes transtornos de doenças mentais. Barrett estava perdendo o senso de tempo e espaço, e muitas vezes sofria de perda de memória. Ele estava resignado, mal funcionando e o seu papel na banda era praticamente inexistente. Por muito tempo, ele foi mantido como membro honorário da banda, mas isso estava se provando inútil. Barrett estava se tornando muito instável para ter um lugar no grupo e ele logo foi demitido do PINK FLOYD, após o qual embarcou em uma carreira solo que, novamente, teve vida curta.
Ele decidiu deixar o complexo e voltar para a casa da sua mãe na cidade de Cambridge. Ele visitou brevemente o seu antigo apartamento em Londres por algumas semanas em 1982, nas quais levou todos os itens necessários com ele, doou todo o resto que sobrou e deixou algumas roupas sujas no apartamento, antes de finalmente voltar em definitivo para a casa da sua mãe.
Porém, nessa viagem de retorno à casa da sua mãe, ele decidiu fazer todo o trajeto a pé. Ele caminhou 80km de Londres a Cambridge e mal parando para descansar. A irmã de Barrett, Rosemary Breen, falou sobre isso numa entrevista: “Não fiquei surpresa com ele caminhando todo aquele trajeto, porque ele era capaz de tudo”. Ela continuou: "Eu me lembro que ele tinha bolhas enormes nos pés de tanto caminhar e que demoraram um pouco para cicatrizar".
A mudança na personalidade de Barrett foi impressionante. Como pré-PINK FLOYD e pós-PINK FLOYD, Syd Barrett parecia 02 pessoas completamente diferentes, mantidas apenas por uma história cada vez mais apagada que essas "duas" pessoas compartilhavam.
Barrett não gostava de ouvir as suas músicas do passado e ele também não respondia mais ao nome de Syd Barrett. Na verdade, tudo o que aconteceu com a sua demissão do PINK FLOYD o deixou muito chateado. Ele mudou o seu nome de volta para seu nome de nascimento, Roger Barrett, dando pequenos passos para retornar à vida em que cresceu antes da fama.
Na tentativa de trazer alguma aparência de volta para a sua vida, após o turbilhão movido a drogas que foram os seus dias no PINK FLOYD, Barrett escolheu um estilo de vida completamente isolado, com apenas a sua irmã servindo como elo entre ele e o mundo externo.
Ele passou os seus dias pintando e fazendo móveis por conta própria. Após a sua morte em 2006, esses móveis foram leiloados e o dinheiro arrecadado foi doado pela família de Barrett para uma bolsa de estudos para estudantes de artes locais.
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