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by Brunelson
O compositor dos compositores, a longa e ilustre carreira de Neil Young tem sido com muitos altos e baixos, e até o momento, ele lançou 41 álbuns de estúdio. Na idade madura dos seus 75 anos, é uma tendência que não mostra sinais de diminuir.
Além de talvez Johnny Cash e Bob Dylan, a produção artística prolífica de Neil Young é incomparável. Sua vida parece um conto dos trovadores de outrora, uma história que está gritando para ser transformada em um filme biográfico. Ele permeou a cultura popular tão profundamente que a sua estética no início dos anos 70 serviu de base para músicos da próxima geração.
Esbanjando habilidade, a lista de discípulos de Neil Young é estonteante. Todos, do NIRVANA ao RADIOHEAD e até o METALLICA, o citam como uma influência crítica. Na música de guitarras, o seu impacto é verdadeiramente sentido internacionalmente. É inigualável e sem a sua vasta odisseia musical, tantos de nossos heróis não iriam existir da forma que conhecemos.
Um desses heróis da guitarra é o vocalista do PIXIES. Ao longo de sua carreira, Black Francis (ou Frank Black, como desejar) mostrou amor a Neil Young em várias ocasiões. Na verdade, dado o seu tom de guitarra e uso de dinâmicas, é fácil prestar atenção de onde o PIXIES tirou algumas de suas sugestões de composição.
Provando-se um verdadeiro amante da música e um grande fã de Neil Young, em 2017, durante uma entrevista ao site The Quietus, Black Francis desviou-se do caminho batido dos discos de Young ao revelar o seu favorito de todos eles - o que pode lhe surpreender.
Para muitos suspiros, Black admitiu que a obra de Neil Young que ele mais estima é o álbum "Le Noise" (30º disco, 2010).
Um álbum experimental, mas de rock, é seguro dizer que o disco "Le Noise" é muito subestimado no extenso catálogo de Neil Young. Às vezes aparenta uma incursão ao rock artístico e noise, o que não pode ser surpresa que o vocalista/guitarrista do PIXIES ame esse disco, sendo que musicalmente quanto liricamente, há muitos paralelos que podem ser traçados entre ele e o seu próprio estilo sonoro.
Black disse sobre Young: “Com Neil Young, tudo se resume às suas músicas. Pelo menos metade de suas músicas realmente me empolgam. Mesmo as que não me empolgam tanto, ainda são muito boas e trata-se do ouvinte entrar na onda certa. Nesse disco, quando o ouvi pela primeira vez, pensei: 'Ah, essa é a grande trilha sonora de Neil Young'".
Ele revelou que a natureza sincera que sustenta muito do trabalho de Neil Young é a faceta que realmente o conquistou todos esses anos atrás. Black falou sobre o som desse disco do mestre canadense: “Eu amo este som, mas inicialmente eu estava apenas sintonizado nos aspectos mais superficiais dele e depois de um tempo, comecei a realmente sentir a pungência e a voz emocional que o corta e pensei: ‘Cara, eu realmente amo essas músicas'”.
Black continuou: “Eu realmente respeito o que ele está tentando dizer nesse disco. São músicas lindas, sabe? Às vezes, Neil Young tem uma capacidade real de dizer algo, tipo, dar a uma música um toque emocional, dizendo ‘eu te amo’ ou ‘me desculpe’ ou ‘eu não entendo’, somente para expressar a fragilidade humana”.
Mostrando-se um verdadeiro artista lírico de uma geração posterior, Black Francis passou a colocar Neil Young onde ele pertence – no mesmo fôlego que Leonard Cohen e cia. Esse é um fato que mais pessoas deveriam prestar atenção, já que Young muitas vezes é negligenciado em favor de Cohen e Bob Dylan.
Na verdade e mesmo passando por alguns períodos de baixa, Neil Young manteve uma qualidade consistente ao longo de sua carreira, ao contrário dos mencionados acima.
O frontman do PIXIES finalizou: “Esses caras mais velhos – Leonard Cohen, Tom Waits, Neil Young – quando eles fazem um bom disco como um artista mais velho, eles podem rimar qualquer coisa, mas o fazem com muito peso, charme e humor. Isto só pode vir de artistas que já deram a volta no quarteirão umas 50 vezes”.
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