Queens of The Stone Age: guitarrista fala sobre Jazzmasters, Iggy Pop e se virá um novo álbum
by Brunelson
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O guitarrista do QUEENS OF THE STONE AGE, Troy Van Leeuwen, é o sombrio arquiteto sônico que introduziu os offsets Fender e os captadores single-coil para uma das maiores bandas de rock do mundo.
Ele foi recentemente entrevistado pela Guitar.com e contou sobre a sua nova assinatura Jazzmaster, vivendo o sonho com Iggy Pop e a possibilidade de um novo álbum de estúdio da sua banda.
Continue se movendo ou morra. Esta é uma máxima que todas as grandes bandas sabem que é verdade e tem sido uma jornada e tanto para o QUEENS OF THE STONE AGE, indiscutivelmente uma das maiores bandas de rock do planeta. Com 07 álbuns de estúdio estelares do rock do deserto californiano, a banda sonoramente apresenta um som distinto e agressivo, ao mesmo tempo conseguindo inovar a sua música (vide os dois últimos álbuns lançados). Uma das chaves para essa evolução tonal são duas guitarras: as Fenders Jazzmaster e a Jaguar, levadas nas mãos de Troy Van Leeuwen.
Tendo inicialmente caído de paraquedas na banda dias antes de pegar um setlist de 30 músicas para tocar na turnê do álbum platina dupla, "Songs For The Deaf" (3º disco, 2002), Van Leeuwen rapidamente se tornou integrante fixo no grupo.
Acelerando no tempo, ele revela que foi decisão dele quando foram gravar o impiedosamente tenso álbum "Era Vulgaris" (5º disco, 2007), em trazer guitarras offset single-coil em uma mixagem que tinha sido dominada pela força bruta dos humbuckers.
“Ao longo dos anos, todos nós mudamos e crescemos juntos e isso é uma boa transição para a Jazzmaster como uma mudança tonal que começou a acontecer nesta época de gravação do álbum 'Era Vulgaris'”, explica Van Leeuwen da sala de estar de sua casa em Los Angeles. “O som da banda ficou tão amplo e nítido que sentimos que agora podemos fazer qualquer coisa. Foi uma boa viagem”.
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“Eu e Dean Fertita (guitarrista/tecladista) fazemos todas as coisas legais e estranhas, todos os verbos, ambiente e as coisas que você ouve numa 3ª audição. E tem o meu outro lado, sabe? Eu cresci na Califórnia, passei muito tempo no deserto quando criança e a Fender Jazzmaster me lembra o verão". “O meu coquetel de Jazzmaster é um suporte que o QUEENS OF THE STONE AGE gosta de ter nos bastidores. É uma guitarra ensolarada, uma guitarra de verão, uma guitarra de surfe, de um garoto gótico e sombrio... Estes são os meus dois lados”. Van Leeuwen se lembra com um sábio sorriso do momento em que foi lançado à batalha com o velho amigo, Josh Homme (vocalista/guitarrista), passando por um teste de audição na véspera da turnê de 05 meses do álbum "Songs For The Deaf", que começou no lendário clube Troubadour em Los Angeles. “Felizmente, eu era um fã, então, já conhecia a maior parte da música do QUEENS OF THE STONE AGE. Eu conheço Josh desde os anos 90 e foi como pular no fogo para o qual eu estava pronto... Eu tinha um bom traje contra incêndio, sabe?" "A primeira turnê, com Dave Grohl na bateria, tipo, você tinha essas quatro personalidades incríveis no palco que estavam em chamas. Eu só tive que olhar em volta e pensar: 'Tudo bem, vou tentar acompanhar esses caras'. Gosto de desafios como esse, em que você é jogado no fundo do poço sem saber nadar”. As outras duas personalidades eram Mark Lanegan e o baixista membro fundador do grupo, Nick Oliveri. Voltando para a Jazzmaster, existem várias outras lendas da música integrantes da mesma história de assinatura como Van Leeuwen, mais notavelmente Chuck Berry, Thurston Moore (vocalista/guitarrista do SONIC YOUTH) e Johnny Marr. Nascido em Los Angeles em 1970, o primeiro contato de Van Leeuwen com a música da guitarra foi quando o seu pai tocava para ele os álbuns essenciais de Chuck Berry no toca-discos da sala de casa. Isso deixou uma impressão duradoura, inspirando o jovem californiano a pegar a sua primeira guitarra - após o seu primeiro conjunto de baquetas. “Eu comecei primeiro na bateria e fui capaz de imitar tudo o que estava ouvindo, tipo, BLACK SABBATH e AC/DC, mas quando comecei a entrar no LED ZEPPELIN, pensei: 'Não há como eu fazer o que esse cara faz’. Eu não conseguia descobrir o que John Bonham estava fazendo com o bumbo e fiquei frustrado, sabe? O meu primo me deu o violão dele, era um instrumento coreano com cordas de náilon e que cansei de tocar com ele depois de 03 meses". “Ao longo dos anos 90 e início de 2000, eu era um cara da Gibson. Era Les Pauls, 335s, 135s, mas ao longo da última década eu realmente estive me envolvendo com guitarras single-coil”, diz ele. “Começou com uma Fender Telecaster e acabou com a Jaguar e Jazzmaster. Eu realmente queria apresentar esse som ao QUEENS OF THE STONE AGE porque não havia muito desse tom acontecendo, pois eram todos grandes humbuckers e guitarras pesadas. Ao longo dos anos, eu o introduzi aos poucos e agora é uma grande parte do meu som”. O guitarrista falou mais das suas guitarras. “A Jaguar de 1963 foi a minha primeira compra de um offset vintage”, lembra Van Leeuwen. “Comecei a usar na gravação do álbum 'Era Vulgaris', onde ela ficou gravada em todo aquele disco. Meio que se tornou um novo amor, sabe? Não sou um fanático por guitarra vintage, ganhei o relançamento da Jazzmaster de 1962 em 1998. Estava toda surrada, muito tempo na estrada, mas nunca foi quebrada e é uma prova de que um velho instrumento pode realmente soar bem. Eu nem penso mais nisso como um novo instrumento. Eu sou da escola de tocar o que você quiser. Não é sobre o que você toca, é sobre o que você transmite ao tocar e essa é a minha filosofia”. E sobre os devidos méritos entre os modelos Fender da Jaguar e Jazzmaster, qual é a posição de Van Leeuwen sobre o assunto? “Pra mim, a Jazzmaster é meio como o azarão, originalmente o modelo de estudante da Jaguar, mas é uma arma secreta ao mesmo tempo. Para o QUEENS OF THE STONE AGE, afinamos as guitarras em 'C' para as músicas antigas e a escala mais longa da Jazzmaster realmente leva essa afinação muito bem. Posso deixar a guitarra de lado por meses, mas quando eu for pega-la para tocar, ela estará afinada. Pra mim, a Jazzmaster é como o enteado da Jaguar e gosto dessa história, tipo, gosto do azarão". “A gama de tons que você pode obter de uma Jazzmaster é vasta! Você pode obter um agudo único ou um solo realmente cremoso vindo por baixo. Quando você coloca o seletor de pickup entre os dois pickups, você obtêm um grande ataque e arredondamento do som". “Eu sempre notei o SONIC YOUTH: ‘Nossa, eles estão tocando atrás da ponte, eles têm pickups atrás da ponte!’ Elvis Costelllo tocou assim e quando a cena grunge começou a acontecer nos anos 90, era somente J. Mascis que tocava assim no DINOSAUR JR.”
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