R.E.M: "esse álbum foi a nossa versão rock", disse o vocalista
O álbum mais "pesado" do R.E.M, "Monster" (9º disco, 1994), foi o sucessor de um dos marcos na história do rock, o álbum "Automatic For The People" (8º disco, 1992), e juntos estão entre as observações mais interessantes da história da música.
“O som mais arrastado, muito estranho”, disse o vocalista Michael Stipe sobre o álbum de 1992. “Mais acústico, mais baseado em teclados e menos bateria”. De alguma forma, isso explica a natureza extrovertida do disco de 1994, também demonstrando o momento crucial que ocorreu em sua discografia durante os anos 90.
Na questão lírica, este também pode ser o mais pesado na discografia da banda, com relatos de perdas de amigos queridos como Kurt Cobain, o ator River Phoenix e casos reais de crimes americanos.
Uma das principais razões pelas quais o álbum "Monster" acabou sendo mais rock'n roll, foi uma mudança significativa na atitude de Stipe em relação a sua voz - que sempre foi o maior destaque da banda - além de saberem lidar melhor com a fama e agendas, depois que o grupo atingiu o ápice com o seu disco anterior (e que de propósito nem tinham feito turnês de divulgação).
Em uma entrevista para a revista Rolling Stone pouco antes da turnê do disco "Monster" iniciar e depois de 03 anos sem o compromisso de turnês, Stipe comentou que a mesma seria guiada pela simplicidade, o que significava que eles: “Provavelmente iremos diminuir o ritmo, tirar as luzes, tirar toda a merda do palco, vestir apenas uma camisa branca e subir para fazer o show”, reconhecendo o poder de suas próprias forças.
Stipe continuou, falando sobre o novo disco: “Queríamos escrever músicas que fossem altas e divertidas de tocar e que contrastassem com as músicas mais sombrias que estavam no disco anterior, 'Automatic For The People', e até certo ponto com o álbum 'Out of Time' também (7º disco, 1991)".
Expandindo as diferenças, ele acrescentou: “Queríamos ter algo contraponto a isso, então, esse era o som real do disco e era o que estávamos procurando na época e conseguimos muito barulho divertido nesse disco, sabe? Peter Buck estava redescobrindo os pedais de efeitos para usar nas guitarras, então, foi divertido para ele escrever essas músicas super altas”.
Não é exatamente necessário um ouvido aguçado para detectar as diferenças ao comparar qualquer disco do R.E.M com o álbum "Monster". São muitas melodias dirigidas pela guitarra, mais parecendo a versão grunge do R.E.M.
“Foi a nossa versão rock”, Stipe concluiu.
"What's The Frequency, Kenneth?" (Disco: "Monster")
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