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by Brunelson

R.E.M: guia para iniciantes; um lampejo de todos os álbuns de estúdio


Há um desafio único em fazer uma breve resenha de todos os 15 álbuns de estúdio que o R.E.M. lançou em sua bela carreira.

O grupo da cidade de Athens, do Estado da Georgia, não era o tipo de banda a ficar parada no tempo. Das ruminações pós-punk rock em seu álbum de estreia, "Murmur" (1983), a canções mais melódicas em seu 2º disco, "Reckoning" (1984), à perfeição acústica e sonora do álbum "Automatic For The People" (8º disco, 1992) e arranhando a superfície do grunge no álbum "Monster" (9º disco, 1994), a mudança era a única garantia desse grupo.

Resumindo: escolha qualquer disco do R.E.M. e você encontrará um fã que o considera o melhor - ok, talvez o período menos inspirador da banda tenha sido no começo dos anos 2000.

Portanto, como forma de homenagem a esse grupo que sustenta incrivelmente a leveza e belas melodias no ar, criamos um guia para iniciantes fazendo um lampejo de todos os seus álbuns de estúdio, dessa internacionalmente amada banda que fisgou gerações desde o seu início, que durou 04 décadas e na maior parte de sua carreira foi considerada a maior banda de rock dos EUA.

Confira em ordem cronológica:

Álbum: "Murmur" (1º disco, 1983) É tão fácil ignorar o quão excepcional o álbum "Murmur" parecia quando foi lançado em 1983. Antes disso, o 1º EP do R.E.M, "Chronic Town" (1982), sugeria que eles eram uma banda para se assistir ao vivo, mas mesmo este seu 1º trabalho de estúdio não sugeria o brilho totalmente formado que ainda estava por vir. Voltando ao disco "Murmur", a música que abre o álbum, "Radio Free Europe", foi também o single do mesmo e foi escolhido logo em seu lançamento como Top 10 melhores singles do ano pelo jornal The New York Times. É uma introdução misteriosa e atmosférica ao enigmático murmúrio do vocalista Michael Stipe em seus versos, somente para chegar num refrão radiante. É tudo o que há de maravilhoso no R.E.M. revelado logo de cara na abertura do disco.


A revista Rolling Stone também elegeu o álbum "Murmur" como Disco do Ano em 1983, batendo o U2 e Michael Jackson. Em outubro do mesmo ano, a banda já estava se apresentando no programa de auditório da TV americana em rede nacional, Late Night with David Letterman, e logo estavam indo fazer shows na Europa pela 1ª vez. O álbum é o som de um grupo que iria medir a vida como uma das maiores bandas de rock do mundo e isso já havia começado de imediato para eles, sendo que daqui pra frente o foguete só iria subir cada vez mais...


"Radio Free Europe"

Álbum: "Reckoning" (2º disco, 1984) Algumas bandas podem se opor ao fato de que o seu álbum de estreia é sempre o melhor da discografia, mas nem todas as bandas começam com uma dobradinha estelar como os discos "Murmur" e "Reckoning". Bem na verdade mesmo, arrisco em dizer que os 11 primeiros álbuns de estúdio podem ser reorganizados em qualquer ordem em particular se você quiser nomear os melhores, sem desmerecimento a nenhum deles - e isso é um espetáculo da natureza por si só, apenas 01 dos sintomas de uma verdadeira obra de arte.


R.E.M. foi uma banda tão inquieta e eclética de disco para disco que é difícil declarar qualquer um como o melhor absoluto, onde isso varia conforme o seu período de vida, humor, situações que está passando e etc... Mas o álbum "Reckoning" ocupa um lugar especial no coração de vários fãs, principalmente para aqueles que viram a banda nascer e curtiam desde os anos 80, apresentando músicas de destaque como "So Central Rain" ou a sorridente "7 Chinese Bros". Ainda apresentando os murmúrios de Stipe, aqui, a bateria nervosa de Bill Berry, as linhas de baixo sinuosas de Mike Mills e os arpejos na guitarra de Peter Buck, parecem fazer parte de um organismo simbiótico - ou pode ser apenas o fato de que esse disco é o R.E.M. mais divertido de todos que foram lançados.


"7 Chinese Bros"

Álbum: "Fables of The Reconstruction" (3º disco, 1985) Se tivesse uma produção mais forte e ousada, esse álbum poderia ter a chance de ser muito mais valorizado... A composição musical clássica do R.E.M. está todo aqui, mas vamos por partes.


A música que abre o disco, "Feeling Gravitys Pull", e a canção "Old Man Kensey", poderiam ser uma introdução ao grunge e como realmente Michael Stipe foi uma das grandes inspirações de canto e manejo vocal para Kurt Cobain.


Outro destaque em particular seria a canção "Auctioneer" (SONIC YOUTH influenciando a banda?), que mostra o talento natural do grupo em criar uma música dissonante com qualidade e limpa, além das músicas do seu pedigree como "Driver 8", "Life and How to Live It" e "Green Grow The Rushes". É uma pena que a produção de baixa qualidade que esse disco sofreu possa roubar qualquer impacto que essas músicas poderiam dar. A banda não estava curtindo o processo de gravação desse álbum, agora com um novo produtor e indo gravar na Inglaterra, onde o grupo não se adaptou ao clima muito frio, comida ruim e as exigências do produtor que eram difíceis e severas, o que refletiram nas músicas desse disco.


No final de uma turnê completa pelos EUA e Europa, a gravadora começou a perceber a relutância que os membros do R.E.M. estavam tendo em não querer alcançar o mainstream e os holofotes.


"Feeling Gravitys Pull"

Álbum: "Lifes Rich Pageant" (4º disco, 1986) Reduzindo as coisas depois das excessivas exigências quando gravaram o álbum anterior, R.E.M. novamente mudou de produtor em busca de sua identidade musical. O resultado foi o álbum de rock mais pesado da banda até então (difícil usar o termo "pesado" para o R.E.M.), anunciando-se em estilo inequívoco com a canção de abertura, "Begin The Begin", uma música que soava diferente de tudo o que a banda havia feito até aquele momento e que seria uma amostra das músicas rock que viriam nos anos 90. Outra que entraria nesse requisito seria a música "Just a Touch". E pela 1ª vez você conseguia realmente entender o que Stipe estava cantando, já começando a sua metamorfose vocal para o que ficaria marcado em nossos corações. E o produtor desse disco identificaria uma das armas secretas da banda, o baterista Bill Berry, fazendo de sua bateria um nervoso ponto focal na mixagem.


Destaque para a música "Cuyahoga", que mostra uma das inúmeras vezes em que Michael Stipe consegue criar um refrão do nada. A banda encontraria um equilíbrio melhor entre as suas sensibilidades e o que viria no álbum seguinte, sendo que as composições musicais aqui são simplesmente impecáveis, apresentando algumas de suas melhores canções de todos os tempos, como "Fall on Me", "These Days", "What if We Give it Away" e "Superman".


Foi com o álbum "Lifes Rich Pageant" que o R.E.M. ganhou o seu 1º Disco de Ouro.


"Begin The Begin"

Álbum: "Document" (5º disco, 1987) "Document" poderia ser eleito o melhor álbum da banda e estaria tudo certo. Isso vai de canções como "Finest Worksong", "It's The End of The World as We Know It" e "Fireplace", sendo essa última com uma dose de saxofone e mais uma fatia que o grunge tomou.


E falando em grunge, o começo e até o desenrolar da música "Lightnin' Hopkins" mais parece que vai iniciar uma música da banda TAD.


Ou seja, o disco mostra uma gama de ótimas canções em um único álbum.


Aqui é o R.E.M. chutando a porta da frente soando como se estivessem falando muito sério. Os vocais de Stipe estão na frente e no centro, a bateria de Berry soa enorme, a guitarra de Buck rosna e soa em todos os lugares certos e os backing vocals de Mills recebem o espaço que merecem junto com o seu baixo. E tudo deve-se também ao novo produtor da banda, Scott Litt, que iria acertar em cheio no DNA do grupo e seria o parceiro deles nas gravações dos álbuns daqui em diante. Onde o disco anterior deu à banda um brilho de rádio comercial, o álbum "Document" diminui apenas o suficiente para permitir que as suas idiossincrasias retornem, especialmente na maravilhosa e inquieta música, "Exhuming McCarthy".


A música "The One I Love" foi lançada como single e levaria a banda ao estrelato, o que ajudaria o álbum "Document" a se tornar o 1º da banda a vender 01 milhão de cópias, sendo mais tarde matéria de capa da revista Rolling Stone em dezembro daquele ano, com a legenda: "A Melhor Banda de Rock & Roll dos EUA".


Destaque também para a canção "King of Birds", simplesmente é o que é...


E quando não poderia ficar melhor, o álbum termina com a música "Oddfellows Local 151", simplesmente uma das melhores músicas do R.E.M. com aquela guitarra que lembra na hora um SONIC YOUTH mais polido. O fato de um disco tão bom apenas "quebrar" todos os outros anteriores, diz tudo o que você precisa saber sobre os seus padrões extraordinariamente altos nessa 1ª era do R.E.M.


"Finest Worksong"

Álbum: "Green" (6º disco, 1988) No álbum "Green" você terá todos os sinais de alerta para algumas das músicas "felizes e alegres" que seriam lançadas no próximo disco, mais precisamente a super canção popular do início dos anos 90, "Shiny Happy People", a qual se tornaria irritante para alguns fãs das antigas e com certeza foi para a banda. Porém, é aqui onde encontramos essencialmente o projeto para a iminente dominação mundial do R.E.M, com canções como "Pop Song 89", "Get Up", "World Leader Pretend", "Orange Crush" e "I Remember California". Isso mostrou que a banda poderia cortejar o mainstream sem perder a essência do que os tornavam tão únicos em primeiro lugar.


Foi a partir do disco "Green" que a banda começou a sua parceria com a nova e super gravadora, a Warner Bros Records, que lhe rendeu um contrato milionário com a garantia de total liberdade criativa (isto seria um golpe de mestre por parte da banda mais na frente), sendo que esse álbum chegou à marca de 04 milhões de cópias vendidas.


A turnê mundial do álbum "Green" durou 11 meses com alguns intervalos de folga.


"Orange Crush"

Álbum: "Out of Time" (7º disco, 1991) Se o negócio já estava bom, agora começa a melhor parte.


Entrando na 2ª era da banda, muitos fãs das antigas não estavam prontos para que os seus queridinhos do rock universitário se tornassem estrelas populares da "noite para o dia" (não foi, e sim, uma estupenda caminhada em ascensão nos anos 80).


O que explicaria por que ainda existe tanta animosidade em relação ao álbum anterior... "Out of Time" foi o 1º álbum que colocou o R.E.M. no topo do seu jogo, em 1º lugar nos rankings dos EUA e Reino Unido e realmente sendo conhecido na América do Sul, Ásia e Oceania. Até o ano de 1996, esse disco já tinha vendido mais de 12 milhões de cópias no mundo inteiro.


Cansado dos holofotes e de todo o pacote que vem junto com turnês e compromissos incessantes, a banda não saiu em turnê (sem pressão da gravadora) e realizou somente algumas apresentações na TV e no acústico da MTV.


Esse disco possui um charme especial durante a sua audição na íntegra, mesmo que ouvir a canção que abre o álbum, "Radio Song", soe estranha hoje em dia em comparação com toda a discografia do R.E.M. - talvez a única música funk rock do grupo. Mas colocando uma lupa somente nesse álbum, a canção citada acima não soa deslocada com outras lançadas no mesmo lote, assim como uma das músicas mais conhecidas do grupo e a antítese do que eles gostariam de ser reconhecidos em 1ª instância pelo mainstream, a música "Shiny Happy People", que para os membros da banda, gostando ou não, ela durará para sempre como um dos cartões postais do R.E.M.


* 05 bandas que odiaram os seus maiores sucessos Como se não fosse por menos, o disco "Out of Time" ainda apresenta outra música que simplesmente é sinônimo de uma época e que nos remete direto para aquele período - muito mais forte para quem viveu aquele momento, mesmo a distância - atingindo alturas vertiginosas com a irresistível "Losing My Religion", além de canções perfeitas e inspiradoras como "Low", "Near Wild Heaven", "Belong", "Me in Honey" e "Country Feedback" - sendo essa última a música da banda preferida do vocalista Michael Stipe.


As canções hits, "Shiny Happy People" e "Losing My Religion", deram ao álbum "Out of Time" 03 prêmios Grammy (de 07 indicados, sendo a banda que mais teve indicações naquele evento) e 06 prêmios da MTV Video Music Awards.


"Country Feedback"

Álbum: "Automatic For The People" (8º disco, 1992) Depois de 07 álbuns de estúdio apresentando um rock alternativo contagiante e melódico, é curioso que o R.E.M. tornou-se a maior banda do planeta por trás de um disco silencioso, taciturno e principalmente acústico, que rumina sobre temas como a morte e partidas - e sem terem feito novamente nenhuma turnê promocional desse álbum, ainda introjetando e refletindo sobre a fama e sucesso para não ser engolido pela indústria e para manter a mente sã. Músicas como "Everybody Hurts", "The Sidewinder Sleeps Tonite", "Drive", "Try Not to Breathe", "Sweetness Follows", "Monty Got a Raw Deal", "Ignoreland" e "Man on The Moon", ainda "sofrem" com a sua onipresença em pleno século atual, se sustentando como algumas das melhores canções dos anos 90 - poderia citar todas as músicas desse disco, que mais parece uma coletânea do início ao fim. "Automatic For The People" é totalmente além do seu tempo (principalmente na parte lírica) e parece um disco resolutamente monocromático, pontuado por rajadas ocasionais de cor, com nuvens escuras às vezes cedendo espaço para a luz do sol entrar, o que lhe deixa ainda mais brilhante. Em retrospectiva, não é surpreendente que o R.E.M. mudou de marcha para o disco seguinte, simplesmente porque não tinha como melhorar o que havia sido feito no álbum "Automatic For The People".


É considerado por boa parte dos críticos e pelo próprio Peter Buck e Mike Mills, como o melhor álbum de toda a discografia do R.E.M, com o disco vendendo mais de 15 milhões de cópias em seu lançamento. Como nota e conforme está escrito na biografia oficial de Kurt Cobain, "Mais Pesado Que o Céu", no dia em que o frontman do NIRVANA deixou esse planeta, no seu quarto estava tocando no vinil e num volume muito baixo, o disco "Automatic For The People", no momento onde supostamente Cobain estava escrevendo a sua carta de despedida...


"Man on The Moon"

Álbum: "Monster" (9º disco, 1994) Como se não houvesse mais para onde subir, o álbum "Monster" foi 3x Disco de Platina no Reino Unido e 4x Disco de Platina nos EUA, vendendo mais de 09 milhões de cópias em seu lançamento. Também é visto como o álbum "grunge" do R.E.M, apresentando guitarras distorcidas mais do que o usual e uma música sobre Kurt Cobain, chamada "Let Me In" - seu falecimento havia ocorrido meses antes. O disco funcionou e não teria como não funcionar. Sendo o mais "pesado" de sua discografia até então, um álbum que apresenta canções como "What's The Frequency, Kenneth", "Crush With Eyeliner" (com a participação vocal de Thurston Moore, vocalista/guitarrista do SONIC YOUTH), "Strange Currencies", "Bang and Blame", "Star 69", "I Took Your Name", "Circus Envy" e tantas outras, não tem como não ser espetacular. Aqui, o R.E.M. voltaria a sair em turnês e que seria a maior turnê que eles haviam feito até então.


"Bang and Blame"

Álbum: "New Adventures in Hi-Fi" (10º disco, 1996) Gravado após a turnê que quase consumiu o R.E.M. (devido a problemas de saúde que cada membro teve), para muitos, o álbum "New Adventures in Hi-Fi" é o último grande disco da banda. O que se destaca é o quão unificado e coerente o álbum parece, considerando que foi recodificado de forma tão transitória e fragmentada, com algumas gravações retiradas das passagens de som na turnê anterior. Os grandes números de rock são do mesmo nível ou melhores do que a maioria dos seus equivalentes lançados no disco anterior, especialmente a acelerada canção, "Departure", e as músicas "The Wake Up Bomb" e "So Fast So Numb", enquanto alguns dos momentos mais silenciosos também continuam no mesmo nível de classe do R.E.M, como as músicas "E-Bow The Letter" (com a participação vocal de Patti Smith), as doçuras ternas de "Electrolite" e "Be Mine", além da canção de abertura que realmente cativa, "How The West Was Won and Where it Got Us".


E diria ainda como chama confortavelmente a atenção as músicas "Undertow" e "Leave", mostrando as várias faces do R.E.M. em sua carreira. O álbum "New Adventures in Hi-Fi" é o som da banda deixando a música levá-los aonde for e acaba ficando mais solto e vibrante do que qualquer outro disco que eles iriam lançar daqui pra frente. Foi escolhido pelo vocalista do RADIOHEAD, Thom Yorke, como o álbum que mudou a sua vida. Este seria o último disco do R.E.M. gravado pelo produtor Scott Litt. Foi aqui que o grupo renovou o seu contrato com a Warner Bros Records, um valor estipulado em 80 milhões de dólares, considerado pela mídia na época o maior contrato na indústria fonográfica firmado até aquele momento.


"Electrolite"

Álbum: "Up" (11º disco, 1998) R.E.M. sempre foi imprevisível, mas saindo das ousadas paisagens sonoras cinematográficas em seu álbum anterior e o choque da saída do baterista Bill Berry, o disco "Up" foi provavelmente o mais difícil de prever. Com floreios de baterias eletrônicas, o álbum deixa de lado as músicas mais rock da banda e mesmo assim continua sendo uma das joias em sua discografia, com canções que realmente chamam a atenção como as lindas "Daysleeper", "Suspicion", "At My Most Beautiful" e "Walk Unafraid" - ou a doce "Falls to Climb".


As músicas "Lotus" e "The Apologist" são simplesmente algumas das melhores do R.E.M. de todos os tempos, com aquela sutileza e melodia que só eles possuem. Muito se fala como um produtor influencia no som gravado de uma banda e sendo coincidência ou não, é a partir desse álbum que o R.E.M. iria contratar os serviços de Pat McCarthy para trabalhar também em seus discos posteriores, lançando os álbuns que mais sofreram críticas e baixas vendas em sua carreira (se for comparar com os outros discos lançados pelo grupo).


Assim como vinha sendo até o disco anterior, R.E.M. vinha conquistando o topo dos rankings da Billboard e do Reino Unido, mas é aqui no álbum "Up" onde as vendas caem drasticamente em comparação ao que a banda vinha angariando desde então, tendo vendido "apenas" 900 mil cópias nos EUA após 01 ano do seu lançamento e pouco mais de 02 milhões de cópias no mundo inteiro, o que não impediu do disco entrar mesmo assim no Top 10 nos EUA e Reino Unido.


"Lotus"

Álbum: "Reveal" (12º disco, 2001) O single do álbum, a música "Imitation of Life", e a canção que abre o disco, "The Lifting", aumentaram as esperanças de um retorno ao clássico R.E.M, e embora haja o suficiente para eleva-lo, o álbum sofre com uma certa esterilidade e uma falta de conexão como um todo - coisa incomum nos álbuns da banda lançados até aqui. O disco que eles iriam lançar depois desse, muito é criticado como o "pior" e menos inspirado da discografia do R.E.M, mas justiça seja feita em dizer que, se tais rótulos foram discernidos, então, a coisa toda já estava começando aqui no álbum "Reveal" e que após a sua audição pode ser rapidamente esquecível - apesar das boas críticas que recebeu dos veículos de comunicação e a crescente popularidade da banda na Europa.


"Imitation of Life"


Álbum: "Around The Sun" (13º disco, 2004)

Qualquer carreira que se estenda por mais de 30 anos está fadada a atingir alguns pontos baixos e o álbum "Around The Sun" é um deles.

Mas não é o desastre horrendo ou a abominação que a maioria dos críticos gostariam que você acreditasse...

O seu maior pecado é que, depois que a banda iniciou as sessões de gravação do disco, o mesmo foi interrompido para que eles saíssem em turnê para divulgar o lançamento de uma coletânea. Quando eles retornaram meses depois, aquele brilho e encanto havia acabado e se transformado em outra coisa, onde o álbum como um todo não apresenta o mesmo impacto emocional, soando mais lento do que de costume (assim como o disco anterior) e conforme nas próprias palavras do guitarrista Peter Buck: "O álbum 'Around The Sun' não é realmente audível e é entediante".

Esse comentário pode causar má impressão, mas o disco mesmo assim apresenta algumas canções promissoras como "Leaving New York", "Electron Blue", "The Outsiders" e "Final Straw".


Stipe explicou melhor em outra entrevista: “Estávamos trabalhando com um excelente produtor chamado Pat McCarthy, alguém que não tinha o trabalho de tentar fazer com que nós da banda concordássemos sobre qualquer coisa que ele dissesse. McCarthy teve um trabalho muito difícil com o nosso disco, 'Around The Sun', porque lançamos uma coletânea bem no meio do processo de gravação e saímos em turnê. Quando voltamos, tentamos retomar de onde havíamos parado, mas tínhamos perdido completamente o foco naquilo. Mas também já dissemos em entrevistas, por mais que as pessoas tendem a minimizar essa parte, que eu realmente gostei do material lançado no álbum 'Around The Sun'. Eu acho que as músicas são ótimas, sabe? É apenas a maneira como as abordamos no estúdio que realmente não acho que as fizeram brilhar tanto quanto poderiam e quaisquer que sejam as medidas que demos, não vou falar mal de nenhum trabalho que fizemos, mas também não estou iludido sobre esse disco".


Chegando em 2007, R.E.M. foi eleito ao Rock and Roll Hall of Fame logo em seu 1º ano de elegibilidade.


"Electron Blue"


Álbum: "Accelerate" (14º disco, 2008) Se a história do R.E.M. pode ser separada em 03 volumes referente a sua sonoridade e época - os anos 80, a era clássica dos anos 90 e neste século atual - então, o álbum "Accelerate" é o ponto alto inquestionável do volume 03. Depois de atingir o seu ponto mais baixo com os 02 últimos discos lançados, a banda mais uma vez desafiou as expectativas e voltou com um álbum que soava mais como a banda ficou conhecida na década de 90. "Accelerate" é um disco de rock enxuto e simplificado, mais parecendo um irmão do álbum "Monster" se colocando ao lado como um dos discos mais fortes da banda. Só a canção que abre o álbum, "Living Well is The Best Revenge", já possui mais ferocidade do que os 02 últimos discos da banda juntos, com a guitarra de Buck soando distorcida como um chamado encarnado. Com o estouro que é com as 03 primeiras músicas do álbum, parece que as sequências não irão lhe dar tempo para respirar, preparando para o que poderia ser o disco mais quebraceira do grupo.


Mas mesmo quando o ritmo diminui, R.E.M. ainda transparece revitalizado e rejuvenescido.


Destaque também para as introspectivas canções "Houston" e "Until The Day is Done", sem deixar de mencionar os outros rock de ponta nas músicas "Accelerate", "Mr. Richards", "Horse to Water" e "I'm Gonna DJ".


Dando a volta por cima, este álbum estreou em 2º lugar no ranking da Billboard e tornou-se o 8º disco da banda a alcançar o 1º lugar no Reino Unido, com a revista Rolling Stone considerando o álbum como um avanço aos 02 discos anteriores e "um dos melhores discos que o R.E.M. já lançou".


Aqui eles iriam trabalhar com um novo produtor e que também iria produzir o último álbum da banda.


"Supernatural Superserious"


Álbum: "Collapse Into Now" (15º disco, 2011)

Sendo sincero mesmo e com todo o respeito, não teria sido legal se o R.E.M. tivesse encerrado a carreira com os álbuns "Reveal" e "Around The Sun" - que na época fez a banda pensar se não era hora de encerrar as atividades.


Então, é para o seu crédito que eles de alguma forma encontraram o ímpeto necessário para se revigorarem em seus 02 últimos discos lançados na carreira e encerrar o dia com a cabeça erguida.

O álbum final do R.E.M. nunca será tão considerado quanto os discos "Reckoning", "Document", "Out of Time" ou "Automatic For The People" (novamente, poderiam pegar qualquer um dos 11 primeiros álbuns de estúdio), mas mostra uma banda que ainda tinha sangue correndo em suas veias, especialmente na música de abertura, "Discoverer", e na sequência com as canções "All The Best", "Uberlin", "Mine Smell Like Honey", "Alligator_Aviator_Autopilot_Antimatter", "That Someone is You" e "It Happened Today", essa última com a participação vocal de Eddie Vedder, do PEARL JAM.


A música "On My Heart" merece um cuidado especial e está no mesmo nível das canções consagradas do R.E.M, seja pelos fãs ou crítica. É mais uma daquelas em que não adianta falar muito, só escutando mesmo...


Para o empresário da banda, o disco "Collapse Into Now" é o melhor de todos que o R.E.M. lançou em sua discografia. Estreando em 5º lugar, se tornou no 10º álbum da banda a entrar no Top 10 do ranking da Billboard.


Em setembro de 2011, R.E.M. comunicava oficialmente que estava encerrando as atividades de forma totalmente amigável, e assim, ficou o seu belo legado para acalmar ou chacoalhar a nossa alma quando precisamos.


"It Happened Today"


























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