Radiohead: a 1ª música da banda que fala sobre odiar as gravadoras
A relação entre bandas íntegras de rock e suas gravadoras nem sempre é tranquila.
Depois de passar anos aprimorando seu som e estilo em garagens, quartos ou pagando do próprio bolso horas em estúdios para ter um local de ensaio, ceder à vontade e aos desejos de organizações que veem a música como um negócio pode ser uma transição difícil e frustrante.
E no início da década de 90, o RADIOHEAD era mais uma banda descobrindo sua aversão pela indústria da música.
Originalmente chamado de ON A FRIDAY, uma referência ao único dia da semana que eles conseguiam ensaiar, o grupo surgiu de uma amizade formada na escola. Depois de passar vários anos praticando e ensaiando intermitentemente, um dia, durante uma visita a uma loja de discos, o baixista Colin Greenwood topou com um representante de uma das cinco grandes gravadoras da Inglaterra.
Aproveitando a oportunidade, Greenwood deu ao representante uma fita demo de sua banda, ON A FRIDAY. Esta demo se transformou em um real interesse, levando a EMI Records a contrata-los e solicitando um novo nome de banda, o que viria a se tornar no RADIOHEAD.
Parece a história de sucesso que toda banda de garagem espera, mas o grupo rapidamente descobriu sua antipatia pela indústria da música.
Pouco depois de assinarem com sua nova e super gravadora, eles canalizariam esse ódio em várias músicas em sua carreira, mas a 1ª em que eles levantaram o tema foi na canção "Inside My Head" - lançada como lado-b no single da clássica música "Creep" (1º disco, "Pablo Honey", 1993).
A canção encontra o vocalista Thom Yorke em estado de claustrofobia, implorando nas letras: "Pare de me sufocar / Pare de rir de mim / Você não vai deixar ir". É fácil ver como as letras podem ter sido direcionadas às suas limitações repentinas depois de entrar no cenário das grandes gravadoras. Segundo Yorke em entrevista para a revista britânica Melody Maker em 1992, a música é sobre: “Entrar em um carro e invadir dirigindo e destruindo a nossa gravadora. Eu gostava tanto disso...”
Mais tarde, Yorke falou sobre esta canção em um show na cidade de Toronto, Canadá, em 1995: “Vocês provavelmente não conhecem a próxima música que iremos tocar e é uma das primeiras canções que escrevemos, quero dizer, quando nos tornamos uma banda profissional e odiávamos as gravadoras e tudo mais…”
Esse ódio juvenil certamente transpareceu na instrumentação acelerada e no lirismo alimentado na música. É uma válvula de escape sonora para os sentimentos de ressentimento que um jovem integrante do RADIOHEAD precisava expulsar.
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