Radiohead: a turnê da banda que não traz boas recordações ao vocalista Thom Yorke
O estilo de vida em turnê em uma banda de rock não é para todos - JANE'S ADDICTION manda um abraço.
Pode ser divertido tentar passar um tempo com seus amigos fazendo a melhor música possível na garagem ou no estúdio, mas a ideia de passar um tempo viajando de um hotel para outro, todos juntos fazendo as mesmas coisas e depois tendo que passar por uma multidão de pessoas só para ter um momento de paz, certamente vai desgastá-los depois de um tempo.
O vocalista Thom Yorke já estava cansado do circuito de turnês quando o RADIOHEAD lançou o álbum divisor de águas na história do rock, "OK Computer" (3º disco, 1997), mas mesmo quando eles fizeram uma guinada brusca para um novo gênero musical, a turnê do álbum seguinte, "Kid A" (4º disco, 2000), foi tudo menos ideal para ele.
Embora o RADIOHEAD estivesse entre as bandas mais populares do mundo no final dos anos 90, eles dificilmente gostavam da ideia de serem famosos. Na verdade, parecia mais uma profecia autorrealizável ao olhar para a imagem criada com o álbum "OK Computer", já que a mensagem de uma sociedade distópica governada pela tecnologia teve um lançamento que profetizou as partes mais robóticas da vida moderna.
Confiando somente em rimas e paisagens sonoras cheias de falhas (no bom sentido), o disco "Kid A" foi o momento em que o RADIOHEAD se tornou uma entidade completamente diferente. Claro, ainda havia guitarras em sua música, mas elas eram mais usadas para colorir o som conforme o grupo começou a fazer versões mais ambientais do rock, através de mecanismos eletrônicos em músicas como "Idioteque" e "Treefingers".
Depois que o álbum "Kid A" foi lançado e o grupo iniciou sua turnê de divulgação, Yorke achou que os primeiros shows foram um desastre total, dizendo mais tarde para o jornal The New York Times: “Vi uma filmagem nossa tocando em um dos primeiros shows da turnê do disco 'Kid A'. Estava um frio congelante e o som era terrível. Tocamos uma versão de 10 minutos da canção ‘The National Anthem’ e foi completamente insano. Poderíamos dizer que sentimos como se todos da plateia estivessem se voltando contra nós”.
Esses eram os caras que o público pensava que deveriam trazer o rock para os anos 2000 da maneira "certa", e agora aqui estão eles montando paisagens sonoras eletrônicas que soavam como uma versão moderna do KRAFTWERK misturada aos pedaços e partes com quase nenhuma guitarra à vista. Esse tipo de movimento poderia ter quebrado o grupo, mas para muitos se tornou no 2º álbum mais importante na discografia do RADIOHEAD.
Em vez de se acovardar diante do que a multidão queria, a mais recente re-imaginação do RADIOHEAD foi praticamente eles olhando o público diretamente nos olhos e dizendo que eles fazem música para si mesmos acima de qualquer outra pessoa ou motivo.
A maioria dos artistas não tem coragem de fazer esse tipo de movimento, mas o RADIOHEAD não era apenas mais uma banda comum e este é um dos sintomas de quando uma banda se torna duradoura e íntegra no que está fazendo.
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