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by Brunelson
Se o RADIOHEAD precisasse construir uma carreira apenas com o seu álbum de estreia, "Pablo Honey" (1993), teria uma boa chance da banda não ter sido considerada um divisor de águas na história do rock do jeito que ficou marcada.
Porém, o RADIOHEAD sobreviveria para gravar outros álbuns e o resto de sua carreira seria definido por arriscar as coisas...
Como resultado, a banda começou a incorporar novas tendências em seu som, contendo harmonias dissonantes e refrões "hinos" em suas novas canções e que seriam lançadas no 2º disco, "The Bends" (1995). No entanto, não seria até o próximo álbum, "OK Computer" (3º disco, 1997), que o grupo realmente capitalizaria o seu som, criando uma ópera rock dispersa detalhando o futuro profético horrível que poderia acontecer se a humanidade cedesse à tecnologia - e cedeu.
Reunindo muito mais da influência eletrônica do que havia sido exposto no álbum "OK Computer", o vocalista do RADIOHEAD, Thom Yorke, se concentrou mais no ritmo do que em qualquer estrutura melódica para o disco "Kid A", combinando os seus vocais emocionalmente ressonantes com sintetizadores gelados em músicas como "Everything in its Right Place" e "Idioteque".
E embora os fãs e crítica possam ter enxergado um salto ousado do grupo, Yorke pensou que o álbum "Kid A" era a extensão natural daquilo em que eles vinham trabalhando.
Antes, ninguém esperava a onda criativa sísmica que foi o disco "OK Computer" e Yorke comentou uma vez em entrevista como a banda estava resistindo às expectativas que foram estabelecidas para si mesma em 1997, dizendo: “Nós meio que tivemos que continuar empurrando essas paredes. Então, tudo foi sem realmente nos debatermos, mas sem saber o que estávamos realmente fazendo, pintando paisagens e criando todas essas criaturas, escrevendo esses contos, fazendo todas essas músicas e saindo juntos por uma quantidade absurda de tempo... As coisas meio que aconteceram apesar de nós mesmos, e não por causa de nós mesmos”.
Olhando para trás, para o tempo que passaram quebrando as barreiras do seu som, Yorke não pôde deixar de se lembrar de quando os BEATLES trabalharam no que se tornaria o álbum "Let it Be", concluindo: “Tenho assistido alguns documentários dos BEATLES sobre o álbum 'Let it Be', tipo, quando eles foram gravar nos estúdios da Apple Records em um porão. É o espaço deles e você pode vê-los crescendo em confiança, sendo que eu realmente me identifiquei com isso quando fomos gravar o disco 'Kid A': ‘Ok, finalmente conseguimos o nosso próprio espaço. Finalmente podemos fazer o que quisermos’”.
Chegando no início do novo milênio, a disposição do RADIOHEAD em experimentar resultou em um dos melhores álbuns da década ao gravarem o disco "Kid A", praticamente pintando um quadro da paisagem que o álbum "OK Computer" havia apenas sugerido.
Apesar da sensação fria das músicas que permeiam o disco "Kid A", o ambiente de estúdio nos bastidores resultou de uma banda totalmente desinibida. Enquanto a maioria dos artistas cederia à pressão de lançar um álbum massivo com todo o seu histórico nas costas, o disco "Kid A" é apenas o resultado de uma banda tocando música entre si de forma natural e vendo aonde essa música os levariam, sem se importar com avaliações externas.
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