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by Brunelson

Radiohead: quais as músicas da banda que previram o futuro?


Seria difícil argumentar que a música do RADIOHEAD é tudo menos séria.

As suas canções costumam ser "descartadas" como ligeiramente depressivas, mas no final dos anos 90 o som da banda era o contrapeso perfeito para as músicas comerciais dos seus contemporâneos britânicos.

O vocalista Thom Yorke disse uma vez: “Às vezes, as pessoas dizem que levamos as coisas muito a sério, mas é a única maneira de chegar a algum lugar. Não vamos sentar, esperar e ficar felizes se algo acontecer. Somos ambiciosos e é assim que tem que ser".

Os temas dos álbuns do RADIOHEAD sempre diferiram, mas foram unidos por uma coisa: o estado social do mundo.


Por exemplo, o álbum divisor de águas na história do rock, "OK Computer" (3º disco, 1997), explorou a ascensão da tecnologia e seu subsequente efeito alienante na sociedade; o álbum "Hail to The Thief" (6º disco, 2003) examinou os perigos da política e as pressões da indústria da música; e o álbum "The King of Limbs" (8º disco, 2011), prestou muita atenção às preocupações ambientais cada vez mais críticas do planeta.

E de muitas maneiras, várias músicas da banda realmente previram o futuro, mas resolvemos separar as mais instigantes aqui.

Já em 1993 com o seu disco de estreia, "Pablo Honey", RADIOHEAD previu o futuro da música pop com o seu single que não pertenceu a esse álbum de estreia, que foi a canção "Pop is Dead", enquanto Yorke canta: “Oh, não / O pop está morto / Vida longa ao pop / Morreu uma morte feia pelo catálogo anterior”. Aparentemente, prenunciou o futuro do Spotify e outras plataformas digitais, que Yorke uma vez chamou de: “O último peido desesperado de um cadáver moribundo”.

Quando o disco "OK Computer" foi lançado em 1997, Yorke previu as próximas preocupações com o avanço tecnológico e o desastre ambiental, como na música "No Surprises", onde ele cantou sugerindo que o mundo estava se tornando poluído, mesmo antes das mudanças climáticas serem um tema em vigor.

E então, na canção "Fitter Happier", Yorke examinou o fato de que seríamos capazes de viver vidas aparentemente perfeitas por meio da tecnologia. Uma voz sintetizada por computador lê sobre um instrumental sinistro: “Mais em forma / Mais feliz / Mais produtivo / Confortável / Não beba demais / Exercícios regulares na academia”. De muitas maneiras, isso reflete o fato de existirem tantos aplicativos disponíveis em telefones celulares para nos orientarmos sobre como viver as nossas vidas, nos ajudando a dormir melhor, comer melhor e ser uma pessoa melhor, e também "nos ajudando" a sermos regados pelo sistema, como a sociedade quer que você seja para ser aceito, a forma como você deve ser portar para ser o desejo do outro, as cortinas que descem para você esconder o seu Eu Real e assumir o Eu Ideal através de filtros, ostentação e fake news.


Em outro lugar, o RADIOHEAD também previu a ascensão do Vale do Silício, localizada na cidade de San Francisco, California. Uma expansão urbana movimentada onde você mal conseguia respirar e não tinha tempo para fazer as coisas que realmente queria. Na música "Palo Alto" (que ficou de fora do álbum "OK Computer"), Yorke cantou: "Em uma cidade do futuro / É difícil encontrar um espaço / Estou muito ocupado para te ver / Você está muito ocupada para esperar".

Então, quando o álbum "Kid A" foi lançado em 2000 (4º disco), o RADIOHEAD subverteu as expectativas do rock alternativo e fomos presenteados com um belo álbum que continuou a afirmar que as pressões sociais iriam piorar.


Na canção "Idioteque", Yorke torna-se político com a frase: “Não estamos assustando / Isso está realmente acontecendo”. De muitas maneiras, essa linha explica a discordância entre protestos ambientais e os políticos/judiciário que realmente têm o poder de fazer mudanças para o mundo, mas minimizam a necessidade de fazê-lo. Também reforça a sensação avassaladora de pavor que atualmente é sentida em todo o mundo.

RADIOHEAD sempre foi uma banda com o dedo no pulso do mundo e é lamentável que, mesmo com artistas tão proeminentes fazendo afirmações tão explícitas de que as coisas não podem continuar do jeito que estão, pouco tem sido feito por parte dos verdadeiros responsáveis (sejam nos âmbitos ativos ou passivos) para fazer mudanças vitais em nosso planeta, com essa bela arte tendo sido relegada a mero boato.


"Pop is Dead" (ficou de fora do disco "Pablo Honey")


"No Surprises" (Disco: "OK Computer")


"Fitter Happier" (Disco: "OK Computer")


"Palo Alto" (ficou de fora do disco "OK Computer")


"Idioteque" (Disco: "Kid A")


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