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by Brunelson

Radiohead: qual a música inspirada pelo livro "1984" do autor George Orwell?


Durante a gravação do 6º álbum de estúdio do RADIOHEAD, "Hail to The Thief" (2003, foto), o vocalista Thom Yorke foi fortemente influenciado pela turbulência política que se desenrolava ao redor do mundo, particularmente a "Guerra ao Terror" que começou a surgir após a eleição presidencial americana de George W. Bush e os ataques de 11 de setembro de 2001.

Yorke começou a escrever letras politicamente carregadas já em 1995 no 2º álbum da banda, "The Bends", no entanto, não foi até o lançamento do clássico 3º álbum da banda, "OK Computer" (1997), que o RADIOHEAD realmente começou a centrar a política em sua música.

Canções lançadas nesse 3º disco como "Electioneering", "Fitter Happier" e "Paranoid Android", são exemplos excelentes da desilusão da banda com o capitalismo, consumismo e neoliberalismo.


No entanto, "Hail to The Thief" é indiscutivelmente o álbum mais raivoso e político da banda, inspirado pelo "senso geral de ignorância, intolerância, pânico e estupidez no mundo", segundo Yorke explicou para a rádio britânica da BBC enquanto estavam gravando esse disco: “Eu estava ouvindo muitos programas políticos na rádio da BBC e durante aquela corrida maluca de cafeína pela manhã, enquanto estava na cozinha fazendo o café da manhã para o meu filho, me vi escrevendo pequenas frases sem sentido, aqueles eufemismos orwellianos de que os governos britânico e americano tanto gostam”.

Uma dessas frases orwellianas é usada como título na música que abre esse álbum, "2+2=5". O livro mundialmente conhecido e usado como ensinamento didático chamado "1984" do escritor George Orwell (1949), é um dos romances mais influentes já escritos. Mesmo que você nunca tenha lido esse livro, provavelmente saberá que frases populares como "Big Brother", "a polícia do pensamento" e "guerra é paz", se originaram dessa ficção distópica, mas que também iria prever o futuro real em que vivemos.



O protagonista do livro, Winston Smith, discutiu sobre a frase "2+2=5", ponderando se declarações falsas poderiam ser vistas como verdadeiras se o governo convencesse o público o suficiente por meio de propaganda enganosa, criando assim uma realidade consensual. Na música do RADIOHEAD, Yorke usa a referência para expressar a sua insatisfação com membros ignorantes da sociedade que deixam coisas terríveis acontecerem sem tentar ajudar ou impedi-las.

Nessa mesma entrevista, Yorke explicou o processo de escrever a letra da canção "2+2=5": “Muito do que há nesse álbum é sobre tentar manter o controle da mente. É como se o personagem Winston Smith do livro '1984' estivesse tentando se agarrar em algo por tanto tempo, para questionar-se onde ele realmente está”.

Yorke finalizou: “Mas depois de um tempo isso lhe desgasta e não dá mais para continuar dessa forma. De qualquer jeito, o que eu realmente amo nesse livro é a palavra dele para pessoas que não dão a mínima. Ele chama essas pessoas de 'os mornos'. Isso é brilhante e por um tempo eu queria que '2+2=5' fosse o título do álbum. Os mornos estão à beira do inferno e passando perto dos portões de entrada, mas na verdade não conseguem entender o porquê deles estarem nesta situação. Eles pensavam: 'O que estamos fazendo aqui? Não fizemos absolutamente nada’, mas aos olhos do autor do livro: 'É exatamente por isso que vocês estão aqui. Vocês não fizeram nada, apenas deixaram acontecer e foderam com tudo'”.









"2+2=5"


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