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by Brunelson

Radiohead: Top 10 músicas mais subestimadas da banda


Nenhum outro grupo pode afirmar ter a trajetória de carreira que o RADIOHEAD teve.


Depois de serem chamados de maravilhas de sucesso no início de carreira com o single da música "Creep" (1º disco, "Pablo Honey", 1993), eles praticamente foram a todos os lugares que podiam como banda e desde então, criando novos caminhos para outros grupos lançando álbuns como "OK Computer" (3º disco, 1997) e "Kid A" (4º disco, 2000).




Porém, quando você tem tanta música para ouvir de uma só vez de forma fragmentada pela internet, tende a haver algumas que podem passar despercebidas.

Em quase todos os álbuns que são lançados não importa banda ou artista, sempre há algumas músicas que não são tão celebradas entre as melhores que eles tem a oferecer, mas quando você analisa a sua jornada musical escutando com calma e sem tarefas adjacentes com os álbuns físicos em suas mãos, é aí que as partes interessantes de cada disco surgem, desde estranhas tangentes do mesmo gênero até passagens mais ambientais e sonhadoras.

São canções que tendem a estar tão distantes umas das outras que às vezes você se pergunta se está ouvindo a mesma banda de uma música para outra e no caso do RADIOHEAD, são os mesmos ciborgues musicais que você conhece e ama, a mesma banda de sucessos que ficaram marcados na história do rock com músicas como "Karma Police" e "Paranoid Android" (ambas do 3º disco) - na verdade, se basear somente nas canções mais conhecidas, seria apenas arranhar a superfície do que o RADIOHEAD realmente pode fazer.

Então, em homenagem a essa grande banda que foi um divisor de águas na história do rock, segue em ordem cronológica o Top 10 das músicas mais subestimadas do RADIOHEAD:


Música: "Black Star"

Álbum: "The Bends" (2º disco, 1995)

Como fã de música e acompanhando o RADIOHEAD desde o início, é esplêndido observar essa banda crescendo e evoluindo tanto ao longo de sua carreira.


Comparado a como eles começaram, ninguém poderia imaginar que aquele pessoal da Inglaterra que ficou conhecido no mundo inteiro com a canção "Creep" (1º disco), seria o que levaria o rock and roll para uma nova e desconhecida atmosfera, além de continuar inovando e elevando o sarrafo a cada lançamento que fez.

Enquadrando somente os 02 primeiros álbuns que são recheados ainda com aquele rock de guitarras tradicional, quando você possui um disco como "The Bends" em seu currículo, você já atingiu o teto quando se trata de uma grande banda de rock and roll.

O álbum "The Bends" apresenta resultados gloriosos como as músicas "Street Spirit", "Fake Plastic Trees", "High and Dry", "The Bends", "Just" e "My Iron Lung", mostrando toda a sua força em seu tradicional rock alternativo, mas é na canção "Black Star" que atua como uma despedida digna de uma era de rock com guitarras na banda e sendo a anti-penúltima música do disco.

O refrão dessa música é imparável, com o guitarrista Ed O'Brien fornecendo harmonias fantásticas para ancorar tudo muito bem no final depois de um longo dia.

Realmente, a evolução sonora do RADIOHEAD daqui pra frente foi incrível para o rock em geral...


Música: "Climbing Up The Walls"

Álbum: "OK Computer" (3º disco, 1997)

"Climbing Up The Walls" é o caso de uma das canções do RADIOHEAD que merece ser muito mais celebrada do que realmente é.

Até esse ponto do álbum, você já sabia que o RADIOHEAD estava indo para um clima mais sombrio, falando sobre ficar insensível num mundo de tecnologias e não ser capaz de se conectar com nada humano. Embora possa haver alguma esperança em algumas das outras músicas desse disco, a canção "Climbing Up The Walls" aborda algo muito mais violento e perturbador, como se tivesse sido cantada por algum lunático que mantém pessoas presas no porão de sua casa.

Embora seja fácil fazer a conexão com um serial killer ou um sequestrador, a frase "de qualquer maneira, eu estarei lá" diz muito mais sobre qualquer coisa em nossas vidas, desde o celular que alguns de vocês estão lendo na palma da mão até o mal que existe em alguns corações humanos.

Em contraste com as músicas mais ensolaradas do álbum "OK Computer", esse é o tipo de canção que talvez o personagem Coringa poderia escutar direto tocando em sua mente.


Música: "Lift"

Álbum: ficou de fora de "OK Computer" (3º disco, 1997)

Uma vez que estes são músicos que nunca encontram tempo para descansar entre os seus muitos projetos paralelos, umas das razões pela qual os seus álbuns existem, é de também ter uma linha do tempo de onde eles estavam num momento específico de suas vidas.

E com as canções perfeitas lançadas no álbum "OK Computer", junto com o seu relançamento veio um punhado de músicas que não foram incluídas nessa obra-prima do RADIOHEAD, incluindo uma gravação da canção "Nude", criada desde essa época e que só seria lançada no álbum "In Rainbows" (7º disco, 2007).

Desde as notas de abertura da música "Lift", você definitivamente sente que está ouvindo uma música do álbum "OK Computer", com letras sobre se separar da realidade e ser subserviente ao maquinário ao seu redor, desde ficar preso em um elevador ou até sentir o cheiro disso no ar.

Esta canção pode ser um dos maiores exercícios de dinâmica da banda em toda a sua discografia, sem muito movimento nas melodias, mas com tudo se abrindo no refrão, quase como se eles pegassem o clímax da música "Fake Plastic Trees" (2º disco) e o amplificasse muito mais.

E agora que temos disponível todas as sobras de estúdio e lados-b que vieram com o relançamento do álbum "OK Computer", fica a pergunta que a maioria dos fãs do RADIOHEAD se questionam: por que o disco "OK Computer" não foi lançado como um álbum duplo? Se eles tivessem lançado tudo de uma vez só, teria sido ainda mais lendário e impactante do que foi - mas isso não interessa para a banda.


Música: "Morning Bell"

Álbum: "Amnesiac" (5º disco, 2001)

Esta canção possui 02 compassos separados, com a banda pegando o ritmo 5/4 e comprimindo-o em um tempo de compasso comum.

De acordo com o guitarrista Ed O'Brien, por causa da junção de 02 compassos diferentes, essa música apresenta uma forte personalidade.

A canção pode soar fria e calculada, com o súbito solavanco que apresenta, mais parecendo que você foi jogado no meio de um sonho ou pesadelo, onde nada realmente faz sentido e as coisas podem dar errado a qualquer momento.


Música: "I Might Be Wrong"

Álbum: "Amnesiac" (5º disco, 2001)

Uma reclamação menor que as pessoas têm feito ao longo dos anos é o quanto o RADIOHEAD foi se distanciando do rock tradicional de guitarras e embora eles usem as guitarras como pano primário ou secundário em praticamente todas as canções, o seu foco parece servir para outros gêneros e muitas vezes eles acabam deixando um pouco de lado as grandes e distorcidas guitarras.

Porém, depois dos álbuns "OK Computer" e "Kid A", na canção "I Might Be Wrong" eles voltam a empunhar os seus machados elétricos.

O disco "Amnesiac" seria o lado-b do álbum "Kid A" - realmente, tudo foi gravado nas mesmas sessões de estúdio - e pensar que essa música saiu da mesma família de canções que foram lançadas em ambos os discos, seria algo absolutamente incompreensível, especialmente quando você considera a quantidade de "maldade" no som da guitarra que tanto foi deixado de lado nesses 02 álbuns.

Com exceção das músicas dos 02 primeiros álbuns quando o RADIOHEAD era somente uma banda de rock alternativo flertando com o grunge, seria este daqui o riff de guitarra com som mais ameaçador que a banda já criou.


Música: "Sail to The Moon"

Álbum: "Hail to The Thief" (6º disco, 2003)

Pode soar estranho, mas o álbum "Hail to The Thief" é o disco raivoso do RADIOHEAD.

Sendo lançado na administração do presidente americano Bush com o atentado de 11 de setembro de 2001 e a Guerra ao Terror nas costas, você pode dizer pela capa do álbum que esses caras tinham muito a dizer e se tornaria no disco mais político do grupo até hoje, mesmo não perdendo o toque especial em alguns dos seus momentos mais introspectivos.

Junto com canções mais inclinadas para o rock direto como "2+2=5" e "Go to Sleep", há muito mais turbulência interna acontecendo na música "Sail to The Moon", com uma das performances vocais mais emocionantes que o vocalista Thom Yorke faria durante essa época. Embora haja guitarras aqui nesta canção, é definitivamente uma música ao piano com o desprezo do seu vocalista pelos superiores governamentais soando muito mais forte do que uma surra.

Considerando que esse álbum também foi o resultado de ser gravado durante apenas algumas semanas em Los Angeles, há uma sensação muito mais orgânica e imediata na maneira como tudo foi produzido e mixado, como se você estivesse ouvindo a banda tocar em tempo real e ao vivo.

Eles também não viraram as costas para a era do álbum "Kid A". No mínimo, parece que eles pegaram a atmosfera que criaram no disco "Kid A" e a trouxeram para a sala do estúdio para realizá-la em tempo real gravando o álbum "Hail to The Thief".



Música: "15 Step"

Álbum: "In Rainbows" (7º disco, 2007)

Quando foi lançado em 2007, o álbum "In Rainbows" também já era um divisor de águas para o mundo da música.

Além de ter sido o 1º disco do tipo marketing musical digital - pague quanto quiser para fazer o download, antes do álbum físico ter chegado às lojas - o mesmo foi um prisma de força musical, mostrando que o RADIOHEAD ainda tinha o poder de impressionar o seu público depois de 10 anos do lançamento do álbum "OK Computer".

Como a maioria das composições do RADIOHEAD, esta canção foi criada e construída através de um "risco sonoro", com os membros da banda experimentando diferentes apetrechos e levadas rítmicas, antes de finalmente ver o produto final sair do outro lado do "moedor de carne" com a melodia que a conhecemos agora.


Antes mesmo do resto da banda entrar na canção, é difícil dizer onde está o verdadeiro centro do groove com apenas Thom Yorke cantando e isso é uma beleza única e muito difícil de criar. Mesmo quando a batida finalmente chega, de alguma forma se torna ainda difícil de se localizar.

Fora das regras normais de composição, há alguns momentos nessa música que quase não possui uma fórmula de compasso, deixando a canção respirar e fluir livremente antes de nos levar de volta ao seu ritmo.



Música: "Codex"

Álbum: "The King of Limbs" (8º disco, 2011)

Muitos fãs do RADIOHEAD defendem o fato de que o subestimado álbum, "The King of Limbs", funciona muito melhor como uma ideia do que como um disco real.

Embora a ideia de usar loops diferentes de bateria para se alongar soe como um experimento em que o RADIOHEAD funcionaria perfeitamente, o resultado final veio abraçado ao noise e ainda sendo audível no final do dia. Considerando que a maioria dessas canções evoluíram para loops padrão, na música "Codex" é onde você os vê acertando em cheio em algo que está funcionando.

Ajustando-se apenas a um piano, essa é a canção que mais soa como o RADIOHEAD em todo o álbum, parecendo completa com um dos vocais mais apaixonados de Thom Yorke neste período de banda. Enquanto a própria letra fala sobre uma pessoa pulando da borda, a sensação da música fala mais sobre a solidão, como se alguém estivesse tentando desesperadamente encontrar algum tipo de conexão com as pessoas ao seu redor.

Fora de todos os desvios sonoros estranhos que vão percorrendo o disco, é na canção "Codex" que o álbum começa a virar a esquina, porém, isso acontece somente na reta final do disco.


Para um álbum que parece separado da realidade em alguns pontos, é aqui que o RADIOHEAD começa a voltar para o planeta Terra.


Música: "Decks Dark"

Álbum: "A Moon Shaped Pool" (9º disco, 2016)

Assim como temos percebido nos últimos 02 álbuns de estúdio do RADIOHEAD, eles não são mais do tipo que usa tanta música rock em seus discos. Embora tenhamos obtido pequenos trechos de canções rock nesses 02 últimos discos, os mesmos são muito mais suaves do que vimos ao longo de sua discografia.

Dado a todo o trabalho que o guitarrista Jonny Greenwood vem exercendo em composições solo para trilhas sonoras em seu currículo, a música "Decks Dark" é onde ele realmente consegue flexionar esses músculos intrinsecamente com toda a sua banda junto, trazendo seções de cordas luxuosas para fornecer o pano de fundo para os vocais de Thom Yorke.

E do que fala esta canção? Sobre amor? Solidão?

Não... Apenas sobre alienígenas. Muito parecido com o que ouvimos na música "Subterranean Homesick Alien" (3º disco), esse é o relato de um homem testemunhando o pouso de uma nave espacial extraterrestre.

A música definitivamente combina com a vibração de algo de outro mundo acontecendo, com o som das cordas caindo em cascata e proporcionando uma vibração que nunca parece uma coisa familiar ou caseira. Isso é praticamente o equivalente musical de ler um livro e imaginar tal cena, cheiro e sentimentos, que o personagem está vivenciando naquele momento.

Se no álbum "OK Computer" tudo parece novo e mais grandioso, e no disco "Kid A" tudo parece futurista e mais robótico, aqui no último álbum lançado pela banda até então, "A Moon Shaped Pool", tudo parece disléxico e mais cinematográfico do que todos os discos lançados pela banda até hoje.


Música: "Spectre"

Álbum: ficou de fora de "A Moon Shaped Pool" (9º disco, 2016)

Os produtores de todos os filmes do 007 James Bond não são necessariamente conhecidos por economizar gastos quando se trata das músicas de suas trilhas sonoras.

De tantos artistas e bandas que foram escolhidas para tal, o RADIOHEAD também forneceu os seus dotes com a canção "Spectre", mas a versão deles não foi aproveitada.


No mínimo, soa estranha em sonoridade e enigmática na parte lírica, em comparação com outras trilhas sonoras mais embelezadas e de fácil digestão que a franquia já ganhou.

E em vez de fornecer uma música para enfatizar como sempre o suspense em espionagem, mais parece que o RADIOHEAD está cravando o tipo de solidão e mistério que envolve uma vida como a de um agente secreto, com reviravoltas inesperadas lhe aguardando em cada esquina.





















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