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by Brunelson
A principal inspiração por trás de qualquer bom disco do RED HOT CHILI PEPPERS é se divertir.
Desde o primeiro dia, o fluxo do vocalista Anthony Kiedis combinado com a enorme energia de Flea por trás do baixo, proporcionou algumas das performances mais elétricas na história do rock, enquanto a banda fazia incursões para se tornarem lendas musicais por trás de obras-primas como o álbum "Blood Sugar Sex Magik" (5º disco, 1991).
Embora o grupo nunca tenha sido conhecido como uma das bandas mais líricas do mundo, a faixa-título forneceria uma crítica massiva ao que a Califórnia significava nas mentes daqueles que povoavam Hollywood. Formada na cabeça de Kiedis enquanto trabalhava nas letras, a música possui um conjunto de letras que descreve o que acontece nos limites da sociedade americana, onde os sonhos de alguém podem ser alcançados instantaneamente e eliminados momentos depois.
Embora a canção "Californication" possui uma base fantástica para trabalhar em cima, Frusciante não conseguia encontrar nenhum tipo de base musical para acompanhá-la. Em seu tempo fora da banda, o guitarrista começou a recompor as coisas (musicalmente e mentalmente), superando o vício em heroína e tendo que se recuperar devido ao enorme impacto que a droga estava causando em sua destreza e habilidades motoras.
Ao falar sobre a montagem dessa música numa entrevista anos mais tarde, Frusciante lembrou: “Eu estava ouvindo essa música do THE CURE que é um instrumental de mais de 25 minutos de duração. Se você ouvi-la, soa exatamente como a canção ‘Californication’. São apenas notas diferentes, mas é o mesmo ritmo e o mesmo tipo de sentimento”.
A música do THE CURE em questão é "Carnage Visors", que fazia parte do lote inicial de músicas do THE CURE e que remonta ao seu 3º álbum de estúdio, "Faith" (1981). Na verdade, essa música só foi lançada na versão em fita-cassete e apresenta uma longa e prolongada sequência eletrônica espalhada por quase 28 minutos de duração, sendo o lick principal do sintetizador quase literal para a figura da guitarra do RED HOT CHILI PEPPERS.
Como essa foi uma das primeiras vezes que o RED HOT CHILI PEPPERS trabalhou em músicas que tratavam de assuntos sérios, os sons do vocalista/guitarrista Robert Smith do THE CURE, funcionaram surpreendentemente bem para o RED HOT CHILI PEPPERS. Ao manter o arranjo esparso, os sutis licks da guitarra de Frusciante permitem que o baixo de Flea faça a maior parte do trabalho pesado, adicionando pequenos floreios enquanto Kiedis começa a alertar às possíveis estrelas de Hollywood no que elas estão se metendo.
Frusciante disse também que o THE CURE teve grande importância durante a maior parte de criação do álbum "Californication": “Pra mim e no geral, as canções que lançamos no álbum 'Californication', muito delas foram influenciadas pelo THE CURE e nenhum crítico jamais percebeu isso. São dos álbuns 'Seventeen Seconds' (2º disco, 1980) e 'Faith' do THE CURE. Esses dois álbuns foram influentes para Flea e para mim quando estávamos gravando o disco 'Californication', e posso ouvir muito desses 02 álbuns quando escuto o disco 'Californication'".
Embora a energia funk rock do RED HOT CHILI PEPPERS pareça o que há de mais distante do rock gótico e new wave do THE CURE, o tom limpo da guitarra de Frusciante não pareceria tão deslocado se relacionássemos aos primeiros trabalhos do THE CURE, tendo a mesma qualidade atmosférica encontrada em músicas como "A Forest" do THE CURE.
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