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by Brunelson

Red Hot Chili Peppers: as músicas da banda que falam sobre o vício em drogas


Em 1983, o RED HOT CHILI PEPPERS foi formado a partir de um grupo de adolescentes de Los Angeles em uma missão para trazer um som novo à tradição do rock americano. O seu som era uma abordagem pesada, psicodélica e inspirada no funk rock, invariavelmente repleto de temas de hedonismo, drogas e a sociedade em si.

Na década de 80 até os anos 90, os membros do grupo certamente não eram "santinhos e caretas", onde eles se sentaram ao volante e pisaram fundo no pedal rumo à autodestruição.


A formação original da banda consistia no vocalista Anthony Kiedis, no baixista Flea, no guitarrista Hillel Slovak e no baterista Jack Irons. Nos tempos de banda de garagem e preparação para o seu álbum homônimo de estreia em 1984 (Slovak e Irons não participaram das gravações, dando prioridade para outra banda que eles tocavam juntos na época), o grupo ainda estava na casa dos 20 anos de idade e aproveitava a oportunidade de deleitar-se com o estilo de vida turbulento que escolheram.

Em 1985, Slovak retornaria ao RED HOT CHILI PEPPERS gravando junto o 2º álbum da banda, "Freaky Styley", e em 1987, Irons também retornaria ao grupo, onde juntos gravaram o 3º disco, "The Uplift Mofo Party Plan", este que seria o 1º e único álbum em toda a discografia da banda que conta com a formação original completa.

Chegando em 1988, a realidade do estilo de vida dos seus membros atingiu o RED HOT CHILI PEPPERS com a trágica morte de Slovak por overdose de heroína. Pouco tempo depois, Irons deixaria a banda novamente, arrasado pela perda do seu amigo e querendo se desvencilhar daquela vida junkie.



Embora o RED HOT CHILI PEPPERS aborde uma variedade de temas líricos, eles gostam de escrever sobre o seu ambiente imediato em que vivem, onde a sua música se tornaria famosa por suas frequentes referências à Califórnia, Los Angeles e drogas.

“Tudo o que queremos fazer é tocar a música que vem dos nossos corações”, disse o baixista Flea para a revista Rolling Stone em 1992. “Todas as outras merdas vêm da diversão. Assim como eu, Hillel Slovak e Anthony Kiedis, morávamos juntos numa casa e as pessoas iam e vinham, saíamos juntos, fumávamos maconha e bebíamos cerveja. Éramos crianças morando juntos e se divertindo”.

Ao longo das 02 décadas prolíficas da banda após a morte de Slovak nos anos 80, Kiedis e Flea lidaram com as notícias da mídia sobre os seus vícios em drogas, enquanto lutavam com os seus próprios problemas de dependência química. Isto se refletiu em várias canções da banda e que se tornariam mais abundantes desde então.

“Deveria ter sido eu”, refletiu Anthony Kiedis sobre a morte de Slovak nessa mesma entrevista para a revista Rolling Stone. “A minha propensão para indulgências exageradas era mais conhecida que a dele. Quando Flea recebeu o telefonema sobre alguém da banda que havia morrido, a sua 1ª reação foi: 'Anthony está morto!' Hillel Slovak era a pessoa mais próxima de mim na minha vida e infelizmente, acho que nunca conseguirei encontrar isso com mais ninguém, porque não acho que acontece mais de uma vez que você chega tão perto de alguém assim numa amizade”.

Aparente no imenso catálogo do RED HOT CHILI PEPPERS, Kiedis encontrou alívio em sua arte e frequentemente refletia sobre a morte de Slovak em suas letras.


A música "Knock Me Down" (4º disco, "Mother’s Milk", 1989) foi uma das primeiras canções a homenagear Slovak. A parte da letra onde diz: “Se você me ver ficando poderoso / Se você me ver ficando chapado / Me derrube / Eu não sou maior que a vida", faz referência à dependência de heroína do falecido guitarrista.

Mais tarde, na música "My Lovely Man" (5º disco, "Blood Sugar Sex Magik", 1991), seria uma referência mais direta a Slovak. O vocalista disse na entrevista que esta canção é: “Sobre o meu amor por Hillel e o fato de que, eventualmente, irei encontrá-lo um dia. É como se, quando eu morresse, pudesse contar com ele para ele deixar um lugar reservado pra mim... E sempre que eu canto essa música nos shows, Hillel está completamente no meu mundo”.

"Under The Bridge", outra música lançada no álbum "Blood Sugar Sex Magik", é talvez a ode mais memorável da banda ao uso indevido de drogas. As letras sinceras refletem de forma pungente a luta pessoal de Kiedis: “Eu estava chegando a um nível desmoralizante, apenas andando pelas ruas e fazendo as minhas coisas e nada mais... Infelizmente, é isso o que eu tenho a dizer”.

“Encontrei alguns personagens bastante inescrupulosos envolvidos com quadrilhas de drogas mafiosas de pequeno escalão e o ponto de encontro de uma dessas gangues era este local específico, debaixo de uma ponte”, Kiedis acrescentou. “Acabei indo pra lá com um membro de uma gangue e a única maneira de passar por baixo daquela ponte (entrar na gangue) era ele contar a todo mundo que eu ia me casar com a irmã dele. Você tinha que ser da família para poder estar ali, sabe? Essa foi uma das centenas de situações difíceis em que me encontrei, do tipo que só o vício em drogas pode provocar. Não é que aquele lugar fosse mais insidioso do que outros, mas esse é apenas um dia que fica gravado de forma muito vívida na minha memória... Tipo, como eu poderia chegar a esse ponto?"



Ao entrar neste século atual, as drogas ainda estavam na vanguarda dos caprichos criativos de Kiedis. A canção "This is The Place" (8º disco, "By The Way", 2002), retorna à juventude do cantor enquanto ele reflete sobre a relação contagiante do seu pai com o abuso de drogas, com as letras: “Eu não quero fazer como o meu pai fez / Eu não quero dar isso para o meu bebezinho". Em outro lugar, a letra diz: “No dia em que o meu melhor amigo morreu / Não consegui manter o meu cobre limpo”, novamente fazendo referência a Slovak.

Fãs inocentes que pensam que Kiedis estava falando sobre uma viagem de esqui para um dos resorts populares da Califórnia na canção "Snow" (9º disco, "Stadium Arcadium, 2006) estão muito enganados. Mais uma vez, Kiedis entra na briga química, fazendo referência tanto à cocaína quanto à heroína.



Novamente e deixando claro, essas letras certamente não são uma propaganda de drogas recreativas.

Abaixo, reunimos uma lista das músicas do RED HOT CHILI PEPPERS que fazem referência ou pertencem à difícil relação da banda com o abuso de drogas.

Confira em ordem cronológica:


"Knock Me Down" (4º disco, "Mother's Milk", 1989)


"My Lovely Man" (5º disco, "Blood Sugar Sex Magik", 1991)


"Under The Bridge" (5º disco, "Blood Sugar Sex Magik", 1991)


"Warped" (6º disco, "One Hot Minute", 1995)


"Otherside" (7º disco, "Californication", 1999)


"Scar Tissue" (7º disco, "Californication", 1999)


"Californication" (7º disco, "Californication", 1999)


"The Zephyr Song" (8º disco, "By The Way", 2002)


"Dosed" (8º disco, "By The Way", 2002)


"This is The Place" (8º disco, "By The Way", 2002)


"By The Way" (8º disco, "By The Way", 2002)


"Can’t Stop" (8º disco, "By The Way", 2002)


"Fortune Faded" (ficou de fora do disco "By The Way")


"Dani California" (9º disco, "Stadium Arcadium", 2006)


"Snow" (9º disco, "Stadium Arcadium", 2006)








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