Richard Wright: tecladista do Pink Floyd sobre a “pior coisa que já fizemos"
Toda a trajetória da carreira do PINK FLOYD é o exemplo máximo de triunfo e tragédia.
Todas as consequências em terem dispensado Syd Barrett da banda (vocalista/guitarrista/compositor original) afetaram qualquer um dos membros, tudo para ter a oportunidade de conseguirem realizar seus sonhos do rock and roll.
Porém, nem tudo o que vem na bagagem é maravilhas para um grupo de rock e o tecladista Richard Wright ficou particularmente chateado com a 1ª aparição da banda no programa de auditório da TV britânica em 1967, chamado Top of The Pops (foto).
É engraçado, porque se você chega a se apresentar nesse famoso programa de música, deveria ter sido o momento que você percebeu que realmente conseguiu. Esse é o tipo de oportunidade única em 01 milhão, onde em apenas alguns minutos tocando sua música você chama a atenção de todas as crianças, adolescentes e adultos da Inglaterra interessados em música, praticamente usando o mesmo modelo que a MTV iria representar no futuro.
Não é como se o PINK FLOYD não fosse uma ótima banda visual. Claro, a presença do grupo nos palcos fez com que todos ficassem incrivelmente parados enquanto os efeitos alucinantes de palco aconteciam ao seu redor, mais parecendo que o telespectador poderia imaginar como seria realmente uma viagem de ácido LSD.
Isso foi antes de Barrett ser dispensado da banda e nenhum dos seus efeitos iria agradar aquele público mainstream específico. Procurando proporcionar uma versão resumida do que eles faziam em seus shows com a música "See Emily Play" (2º single da banda, 1967), Barrett não ficou entusiasmado em fazer essa apresentação na TV, por perceber que aquele ambiente não iria condizer com o real PINK FLOYD dos shows.
Wright também pensou que essa experiência estava longe de ser o melhor momento do grupo, assim como ele lembrou no livro "A Saucerful of Secrets": “A nossa apresentação no programa de TV, Top of The Pops, foi definitivamente uma das piores coisas que já fizemos. Foi horrível aquela nossa apresentação e um verdadeiro tédio”.
Você não precisa acreditar apenas nas suas palavras, basta olhar para a aparência deles no vídeo...
Barrett queria criar o tipo de música que fizesse o ouvinte sentir como se estivesse entrado em um sonho febril, então, vê-los tocando a versão mais neutra de sua música de forma comportada estreando na TV britânica, pareceu uma decepção em comparação.
A essa altura, Barrett não estaria no grupo por muito mais tempo. Depois de passar por muitas experiências ruins com drogas psicodélicas e ir perdendo sua própria sanidade, a banda o dispensaria pelo guitarrista David Gilmour no meio das gravações do álbum "A Saucerful of Secrets" (2º disco, 1968).
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