Robert Plant: qual sua opinião sobre ter trabalhado com o produtor Steve Albini?
Quando as lendas do LED ZEPPELIN, o vocalista Robert Plant e o guitarrista Jimmy Page, se reuniram na década de 90, os fãs de longa data não conseguiam acreditar no que estava acontecendo.
Embora eles não tenham conseguido uma reunião completa com o baixista John Paul Jones até 2007 - com sua ausência nesse período ainda sendo um mistério - as pessoas ficaram animadas quando a dupla anunciou seu álbum de estúdio, "Walking Into Clarksdale" (1998).
E adicionando uma camada extra de interesse estava o fato de Steve Albini ter sido contratado para produzir esse disco.
A gravação ocorreu no histórico lar do rock clássico de Londres, o Abbey Road Studios, em agosto e setembro de 1997, e o álbum seria lançado em abril de 1998 com grande alarde. No entanto, após seu lançamento, olhares de desconfiança foram levantados, pois além da falta de John Paul Jones, parecia inacreditável que um dos punks e críticos mais proeminentes da indústria underground, se unisse a dois músicos inextricáveis de uma era e banda que o punk rock especificamente tinha em sua mira para criticar.
Pioneiro do som underground punk rock e do rock alternativo dos anos 80, Albini produziu o amplamente influente álbum de estreia do PIXIES, "Surfer Rosa" (1988), e liderou grupos elogiados como o BIG BLACK. Depois de anos borbulhando em Chicago, ele finalmente ganhou destaque global depois de produzir o sombrio e atmosférico álbum final do NIRVANA, "In Utero" (4º trabalho de estúdio, 1993).
Claro, foi peculiar que Albini trabalhasse com dois músicos diametralmente opostos a tudo o que ele representava. Porém, Plant era um seguidor do rock underground americano há muito tempo e se tornou fã do trabalho de Albini após comprar o 2º e último álbum de estúdio do BIG BLACK, "Songs About Fucking" (1987).
Em 1998, a dupla do LED ZEPPELIN refletiu sobre as gravações do disco "Walking Into Clarksdale", com Plant se abrindo sobre o quão torturante foi trabalhar com Albini. Ambos afirmaram que Albini deu vida a um álbum excepcional, mas nada de valor é conquistado sem trabalho duro, o que foi particularmente verdadeiro para Plant se referindo ao processo de trabalho de Albini.
E para o vocalista do LED ZEPPELIN, ele chamou Albini de "um completo idiota".
Plant falou sobre o produtor: “Apesar do que eu estava dizendo a vocês em off antes da entrevista começar, sobre ele ser um completo idiota, mas Albini realmente capturou o que estava rolando nas audições, menos os vocais. O que quase não importou, sabe? Era como outro instrumento nesse fantástico álbum instrumental, que ele fez tudo soar muito bem no menor espaço de tempo possível e sem nenhum sofrimento”.
Até mesmo Dave Grohl (baterista do NIRVANA e frontman do FOO FIGHTERS) apontou um problema que ele teve ao ouvir esse disco, alegando também sobre como ficaram gravados os vocais. Embora Grohl tenha dito que a banda soava natural, sua principal preocupação era como tinha ficado gravado o vocal de Plant, dizendo em entrevista: "Steve Albini sempre teve precauções de não colocar o vocalista de uma banda muito à frente de todos os instrumentos".
Essa opinião Grohl poderia afirmar, dado que viu como era o método de trabalho de Albini quando o NIRVANA foi gravar o disco "In Utero" e tendo como base os trabalhos do produtor com outras bandas.
Plant admitiu quando o entrevistador também citou a mesma coisa que Dave Grohl havia dito: “Eu sei. Eu realmente me senti intimidado e desanimado nas gravações e percebi que Albini não tinha descoberto muito bem onde me colocaria naquilo tudo”.
Page, que ficou quieto a maior parte da entrevista, admitiu rindo que tirou total vantagem disso ao aumentar o volume do seu amplificador, com Plant concluindo: "Mas novamente, foi um trabalho horrível pra mim, mas no final deu tudo certo porque eu odiava Albini... Desculpe, Steve, porque eu realmente te amo. Sem você não teríamos gravado um ótimo disco, mas eu também não teria me sentido inseguro por tanto tempo".
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