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by Brunelson

Roger Waters: "o vocal de David Gilmour nessas música ficou muito bom, mas não representa o que as letras querem dizer"


PINK FLOYD personifica o perigo das diferenças criativas melhor do que qualquer outra banda. 


Embora David Gilmour (vocalista/guitarrista) e Roger Waters (vocalista/baixista) tenham começado com as mesmas intenções em querer fazer algo emocionante, inovador e incrivelmente bem-sucedido, no momento em que o sucesso foi alcançado, o palco estava pronto para a banda começar a se despedaçar sobre a direção que queriam tomar.


Tudo isso começou a se manifestar após o lançamento do clássico álbum, "The Dark Side of The Moon" (8º disco, 1973). A banda se consolidou como um dos maiores nomes do rock, lotando arenas, estádios e cativando o público com sua abordagem musical conceitual e de longa duração, em vez de buscar persistentemente aquele "hit" de 03 minutos de duração. 


Depois disso, Waters parou de se preocupar muito com o sucesso e começou a se concentrar mais em maneiras de se expandir criativamente. Tudo isso parecia muito bom, mas os problemas surgiram quando Gilmour não gostou da direção que a banda estava levando.


Isso manifestou não apenas a tensão que começou a crescer dentro do PINK FLOYD, derramando também pra cima do baterista Nick Mason e do tecladista Richard Wright (com exceção de Gilmour, todos eram membros fundadores), mas também ficaria presente em algumas das músicas que a banda lançou. 


Por exemplo, com a canção "Young Lust" (11º disco, "The Wall", 1979), embora Waters achasse que a performance vocal de Gilmour ficou boa, ela não se encaixava no tema da música, então, ele não estava particularmente feliz com ela.


“Quando escrevi essa música ‘Young Lust’, as palavras eram bem diferentes das que ficaram gravadas oficialmente”, disse Waters uma vez em entrevista. “Era sobre deixar a escola e vagar pela cidade, ficar do lado de fora de cinemas que exibiam filmes pornôs, visitar bancas de revistas que vendiam revistas pornográficas e estar muito interessado em sexo, mas nunca consegui me envolver nessas coisas na vida real por ter medo do que uma vida promíscua pode trazer”.


As letras dessa música foram feitas de uma forma que refletia os pensamentos de bandas jovens de rock'n roll em turnê. Elas estão interessadas ​​no estilo de vida que as cercam, mas também são intimidadas por ele, o que significa que elas ficam continuamente por perto, mas com alguns membros da banda tendo receio de se imergir completamente.


Como um grande fã do conceito, Waters provavelmente queria que os vocais refletissem este sentimento de medo, mas e,m vez disso, Gilmour deu uma ótima performance vocal que não refletiu com precisão as palavras que ele estava dizendo.


“‘Young Lust’ ficou uma canção pastiche”, explicou Waters. “Ela me lembra muito uma música que gravamos anos e anos atrás chamada, ‘The Nile Song’ (3º disco, "More", 1969), que é muito parecida, quero dizer, David canta de uma forma muito parecida. Só para deixar claro, eu acho que ele cantou muito bem a música ‘Young Lust’ e eu amo o vocal nela, mas virou um pastiche de qualquer banda jovem de rock and roll caindo na estrada”.


Embora isso pareça apenas um pequeno ponto de discórdia, era apenas mais uma série de pequenas diferenças criativas que começaram a criar atrito na banda.


Após o lançamento do álbum posterior, "The Final Cut" (12º disco, 1983), ficou claro que essas diferenças resultaram em uma formação de banda que não conseguia mais trabalhar em conjunto, se tornando este o último álbum de estúdio do PINK FLOYD lançado pela formação clássica. 


"Young Lust"


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