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Rory Gallagher: "alguns serão lembrados só por uma canção e foi o fim, e eu não quero isso pra mim"

  • Foto do escritor: by Brunelson
    by Brunelson
  • 22 de nov. de 2022
  • 14 min de leitura

Em 1987, a revista Guitarist se encontrou com o bluesman irlandês, Rory Gallagher, para conversarem sobre o seu novo álbum de estúdio na época, "Defender" (13º disco, 1987), que ainda estava sendo gravado e estava com outros 02 nomes para ser intitulado, sendo que a entrevista rendeu muito mais...


Gallagher lançou 14 álbuns solo de 1971 à 1990, e antes com a sua banda chamada TASTE, eles lançaram 02 álbuns de estúdio em 1969 e 1970.


Ele simplesmente era considerado o melhor guitarrista de todos os tempos de Jimi Hendrix.




A revista tinha ido visitar Rory Gallagher no estúdio quando ele estava gravando esse álbum, para falarem sobre a abordagem em estúdio de um músico conhecido por sua magia ao vivo, as suas lendárias guitarras Fender Stratocaster e Telecaster, seus planos futuros e muita lição de moral de um artista que soube manter a sua integridade na indústria da música.

Confira essa entrevista quase na sua íntegra:


Jornalista: Para o disco que você está gravando, é um desvio do que você fez antes ou basicamente ainda é o mesmo Rory Gallagher?

Rory Gallagher: Alguns dos meus álbuns são mais voltados para o rock, mas neste há um forte retorno às influências do blues. Existem algumas músicas rock e algumas partes incomuns em outras canções, quero dizer, sempre há coisas que influenciam você, como uma música irlandesa ou espanhola, mas as músicas de blues aqui nesse disco são bastante na tradição do blues. Toda a sensação do álbum é boa, corajosa, honesta e agora nós temos o som certo. Eu não estava muito feliz com o som que ficou no álbum "Jinx" (12º disco, 1982) comparado a este. Na verdade, eu queria gravar um disco instrumental, porque nunca fiz isso antes. Não por amor ao ego, mas sempre acho legal um guitarrista fazer um instrumental que se torne um dos seus números principais. Eu tenho uma canção instrumental, a estamos ensaiando e muito tentados em gravá-la. Essa música vai se chamar "The Loop" (que não foi lançada no álbum).


Jornalista: Acho que muita gente poderia gostar…

Gallagher: Depois de todos esses anos, acho que pode valer a pena. Caso contrário, teremos no próximo álbum, porque de qualquer maneira que o vento sopre, a minha intenção é de colocar cerca de 02 ou 03 músicas instrumentais em sucessão razoável, para não ficarmos presos nessa mesma rotina, sabe? Então, com o estúdio em nossas veias, podemos entrar – entre as apresentações em festivais no verão europeu – e gravar músicas estranhas para que não se torne um “grande” projeto. Acho que às vezes essa é a melhor maneira de fazer as coisas, tipo, faça aos poucos, em vez de querer começar um objetivo no dia 1º de janeiro e continuar fazendo nas próximas "x" semanas, que acabam se tornando meses.


Jornalista: Você acha que isso limita a sua criatividade?

Gallagher: Acho que isso entorpece o seu senso de decisão. Antigamente, por causa de todos os shows que estávamos fazendo, você tinha que entrar e sair do estúdio correndo para estar em alguma cidade da região às 20:00hs da noite naquele mesmo dia. Dessa outra forma que salientei, é uma boa forma de disciplina.



Jornalista: Mantém-se vital…

Gallagher: Sim. Eu não cresci trabalhando em 24 músicas ao mesmo tempo. Os 02 álbuns da minha antiga banda, TASTE, eram para ser de 08 canções cada e mesmo assim sempre tínhamos músicas sobrando. Então, depois gravei alguns álbuns com 16 músicas, o que foi ótimo porque podíamos nos comprometer aqui e ali, junto com alguns convidados tocando pandeiro ou batendo palmas, até os roadies faziam algumas participações. Dessa forma, mantém uma sensação de oficina, tipo, hoje em dia você pode trazer todos esses músicos em horários diferentes para gravar as suas partes, mas perde a interação das pessoas tocando todas juntas no estúdio ao mesmo tempo, o que é bastante evidente em algumas músicas de hoje. Espero voltar para somente 06 ou 08 músicas numa próxima vez que for gravar um disco, mesmo que eu sempre ameaço fazer isso toda vez que termino de gravar um álbum. Há um argumento técnico de que o espaço numa fita de gravação para 16 faixas é mais amplo do que para 24 faixas, onde você obtém um som maior e de mais qualidade. Acho que a banda EAGLES gravam em fitas de 16 faixas exatamente por isso, porque o som fica mais amplo e mais gordo.

Jornalista: Eu estava conversando com algumas pessoas outro dia que estavam tentando descobrir o que fazia os discos antigos soarem melhor do que os modernos? Gallagher: Bom, eles deixavam o baixo roncar, o derramamento sonoro era permitido e a separação das coisas foi o 1º mandamento. Eu acho que isso é uma parte importante para responder a sua pergunta, além das mesas de som e coisas naqueles dias que eram usadas... Eram mesas valvuladas e eram levemente distorcidas da maneira mais agradável possível. Os antigos compressores e câmaras de eco eram muito mecânicos e faziam apenas um trabalho muito bem feito. É como se você comparasse o disco "Highway 61 Revisited" de Bob Dylan com os seus 02 últimos álbuns de estúdio lançados. Ele mesmo disse que desejaria obter aquele som das antigas novamente, mas obviamente alguém o está direcionando mal na questão da produção... É apenas uma combustão de som. Hoje em dia, um técnico de som provavelmente me diria: "Ok, Rory, você não consegue ouvir o prato de condução em tal e tal música" ou "Você não consegue ouvir que o baixo não está adiantado o suficiente?" Sabe, eu não sou contra o progresso, mas você tem que admitir para a sua alma que algumas coisas estão faltando em algumas dessas gravações mais recentes no estúdio...

Jornalista: Você é considerado um músico que toca ao vivo. Você gosta de tocar no estúdio ou é como uma tarefa que você tem que superar? Gallagher: Gosto de algumas noites para passar no estúdio... Eu não sou a melhor pessoa em um espaço fechado, sabe? Sou um músico de nascença para tocar ao vivo. Eu gosto de olhar para as pessoas, porque você recebe uma vibração boa ou ruim de volta, tanto faz, enquanto no estúdio certas coisas podem lhe irritar. Você conhece cada ponto manchado na parede e cada marca no tapete, e se você não estiver com o seu engenheiro de som, também não ajuda muito. Entretanto, é ótimo ouvir a mixagem de gravação da sua música, ir para casa com uma fita cassete de uma canção nova e escutar com calma. Eu gosto dessa parte, mas pode ser difícil, devo admitir. Quando se trata de um solo em uma situação ao vivo, você faz isso e geralmente é 95% ótimo, mesmo se você tocou uma nota errada ou se uma corda da guitarra desafinou e tudo bem se você a tocou ao vivo num show, mas no estúdio... Quero dizer, Jimmy Page (guitarrista do LED ZEPPELIN) faz questão disso também e parabéns a ele e a Keith Richards (guitarrista do ROLLING STONES), pois algumas de suas melhores notas são aquelas que saem naturalmente nos shows de acordo com o feeling e eles sabem o que eu quero dizer com isso. Por exemplo, há certos solos em certos discos que eu toquei que eu não diria que poderia fazer ao vivo, porque não teria a mesma paciência e calma. Se é um solo que precisa de um tipo de linha muito pensada e com muito contexto, acho que no estúdio sai ganhando, mas se for para uma coisa usando somente algumas "porcas e parafusos" e ainda assim estiver um pouco fora de controle, acho que o formato ao vivo é melhor.

Jornalista: E os seus compromissos ao vivo? Como estão? Gallagher: Há vários festivais chegando por aqui. Fizemos isso nos últimos 02 anos, mas o principal, além de gravar um álbum, é marcar uma turnê britânica e algumas datas irlandesas também, porque negligenciamos essa parte do mundo nos últimos anos. Vai ser muito divertido, porque costumávamos fazer algumas turnês por aqui em Londres todos os anos e era quase como se você pudesse ter um compromisso fixo em todo inverno e primavera, mas com certeza iremos gostar de fazer algumas datas por aqui.

Jornalista: Você é um dos melhores guitarristas de slides que existe. Nesses últimos dias, você está tocando muito com slide? Gallagher: Ah, eu toco muito slide no novo álbum e diria que em metade das músicas o solo é em slide, mas novamente, muitas vezes eu uso uma afinação de slides para a parte rítmica. Eu toco muito slide na afinação regular, bem como nas afinações abertas. Ainda sou louco por slide, porque todo mundo pode tocar guitarra, mas nem todo mundo pode tocar slide e há tantas maneiras de progredir nisso. De vez em quando você compra um disco de algum bluesman country dos anos 30 que simplesmente "limpa todo o chão" que você conhecia e daí você vai ter que começar tudo de novo em seus conceitos, mas eu estou chegando lá...

Jornalista: Você ainda toca com a guitarra Fender Telecaster para os slides? Gallagher: Eu uso às vezes a Fender Telecaster. Obviamente, para afinação regular, seria com a Fender Stratocaster, mas para o slide de cordas em afinação aberta.... Você me entendeu.

Jornalista: Quando eu ouvi você pela 1ª vez, eu estava muito acostumado com o estilo de tocar de Eric Clapton e conhecia a música dele de dentro pra fora. Clapton nunca saiu desse estilo, mas de repente você estava tocando coisas inesperadas. Foi algo que veio de dentro de você e com muita prática você acabou de encontrar coisas inéditas, ou você apenas se sentou e pensou: "Vou tentar tocar de maneira diferente de qualquer outra pessoa?" Gallagher: Se eu posso ser imodesto, na verdade é uma mistura de todas essas coisas, quero dizer, como um guitarrista compacto de blues, você tem que tirar o chapéu para Eric Clapton e não há dúvida sobre isso, mas ele trabalhou, digamos, dentro dos limites estabelecidos por Hubert Sumlin, Willie Johnson e Howlin’ Wolf, com algumas partes do que BB King e Albert King estavam tocando, sendo que Eric faz as suas coisas muito bem... Eric possui o seu próprio ataque, tom e fogo. Eu posso ter trabalhado nessa mesma região também, mas talvez porque eu era muito jovem na época. Eu já tocava guitarra quando tinha 09 anos de idade e vindo da Irlanda você conhece diferentes escalas e diferentes tonalidades e então, comecei a tocar bandolim, banjo e assim por diante comecei a ficar interessado em certas frases de jazz... Eu nunca gostei de trabalhar estritamente dentro de um tipo de estrutura já pré-formada ou pré-moldada, porque soa morto pra mim. Quero dizer, eu realmente não queria que o meu epitáfio fosse: "Oh, Rory foi ótimo! Ele tocava exatamente como BB King", ou qualquer outra coisa do tipo. Eu apenas gostaria de ser lembrado como o cara que só queria dar um toque diferente aqui e ali, apenas mudar a ideia de uma coisa por uma nota estranha. Também uso muito o meu dedo mindinho para tocar bandolim... Ao mesmo tempo, eu estava digerindo outras pessoas que estava escutando e se eu tinha algo diferente, provavelmente era algo que estava em tudo isso que eu ouvia, eu não sei...

Jornalista: Houve alguns ótimos guitarristas irlandeses ao longo dos anos… Gallagher: Sim, uma grande linha de guitarristas. Henry McCullough, Gary Moore, Eric Bell... Eu acho que Eric Bell também possui um toque incomum em seu estilo. Provavelmente estou esquecendo alguns guitarristas nesse momento, o que seria pecaminoso, mas de qualquer forma existem sim alguns bons guitarristas irlandeses. Mas também, quando criança, ouvia muito Django Reinhardt. Acho que, talvez, o que temos em comum é que ele não trabalhava muito na guitarra, sendo que ele era um pouco independente em sua abordagem rítmica. Ele tocava em torno do ritmo ou da batida, enquanto muitos músicos de blues tendem a trabalhar rigidamente na batida e um músico de jazz ou talvez um músico folk escolha o seu próprio tempo... Eu acho que esse é o segredo.

Jornalista: Não noto nenhuma influência de música irlandesa em suas músicas, mas suponho que deve ter alguma... Gallagher: Acho que sairia muito mais em acordes e pequenas frases estranhas, mas realmente não me aprofundei muito nisso. Quero dizer, eu posso tocar música irlandesa por si só, principalmente blues e rock, mas veja, quando você escreve a maior parte do seu próprio material, tudo é possível e essa é a diferença. Comparado com, digamos, a banda FLEETWOOD MAC, onde eles estavam fazendo, tipo, 90% do material de outras pessoas, enquanto nós estávamos fazendo 90% do nosso próprio material com alguns padrões sendo regidos.

Jornalista: Você acha fácil compor música? Gallagher: Bastante fácil. Eu tenho passagens ásperas aqui e ali, onde, como todo escritor, você tem um bloqueio. Se alguém chegasse à minha casa e dissesse: "Olha, eu preciso de uma música pronta para amanhã às 08:00hs da manhã", eu poderia escrever uma, com certeza, mas tento esperar até que esteja pelo menos semi-inspirado para compor. Estou sempre anotando pedaços em cadernos e envelopes, e sempre lembrando pequenas melodias e gravando acordes soltos em fitas cassetes, o que é uma coisa contínua na minha vida, mas o negócio real de focar e dizer: "Ok, hoje eu vou pegar essas 02 ideias que tenho e trabalha-las em cima", quero dizer, não é tão difícil pra mim fazer dessa forma também, mas o problema é que uma vez que eu decida sobre a parte musical, isso fica preso em mim e até o dia em que o disco estiver pronto para ser lançado, em algumas músicas eu nunca estou satisfeito com a parte lírica... Eu posso continuar aprimorando e mudando, mas acho que todo compositor passa por isso, sabe? Mas algumas músicas são puro presente da vida ou pura sorte.

Jornalista: Quando conversamos mais cedo antes dessa entrevista começar, você mencionou manter um pouco do fora-da-lei que existe em você… Gallagher: Eu só quis dizer que todo o establishment do rock agora se misturou tanto com a chamada "alta vida social", que isso já foi longe demais. Quero dizer, não acho que era isso que Eddie Cochran tinha em mente, certo? Acho que o rock deve sempre ficar um pouco fora do padrão e deve permanecer um pouco perigoso ou um pouco rabugento, como dizem os americanos. Pra mim, é que nem quando você ouve músicas punk rock sendo usadas em anúncios de sorvete... Você precisa de um pouco de distância, caso contrário, você pode acabar sendo uma marionete, sabe? Eu não gosto desse tipo de patrocínio, mas é apenas o jeito que você cresce vendo como a indústria da música trabalha. Eu sempre pensei que o pessoal do rock e do blues eram outsiders e extra bons, porque eles não eram parte integrante da classificação e arquivo social.

Jornalista: Alguma vez você gostaria de se tornar uma espécie de “nome familiar”? Gallagher: Bom, o meu ego teria que admitir que sim, mas eu não gostaria de ter que dobrar o joelho demais pra isso. Eu gostaria de ser mais conhecido pelo que faço ou pelo que o meu jeito de tocar faz, mas eu não gostaria de ser um nome familiar só porque uso sapatos laranja ou fui expulso de algum clube na noite passada ou alguma outra coisa idiota. Essa é a velha pergunta: Você prefere estar na capa da revista Time ou você quer fazer o que está fazendo e acreditar nisso pelo resto da sua vida? Mesmo assim, eu sei que não mereço uma medalha por eu ser assim e é como as coisas funcionam.

Jornalista: Os festivais europeus parecem ser um grande reduto. Eles parecem ainda amar a música pelo que ela é, tipo, o público ainda quer escutar músicas novas e não somente a nostalgia. Gallagher: Sim, não é possível aplicar isso em boa parte de Londres, mas acho que se aplica às outras cidades britânicas. Uma vez que você sai de Londres, a mídia não é grande coisa pra você e em outras regiões europeias, acho que muitas pessoas desconfiam de coisas que são muito badaladas pela imprensa londrina. Elas conhecem o seus blues e rock 'n' roll e nós, artistas, não devemos ficar muito convencidos sobre isso. Novamente, há algumas pessoas boas em Londres que vem nos ver nos shows e não fico aborrecido com as pessoas, só fico aborrecido com certos atos... Sempre fui crivado sobre este assunto, de pessoas com credibilidade que se vendem na virada de uma moeda, o que acho horrível.

Jornalista: Você toca bastante com a guitarra Fender Telecaster e acho que elas também se tornaram as suas favoritas, não é? Gallagher: Eu acho que sim... Quero dizer, eu sou um guitarrista original da Fender Stratocaster por causa dos seus 03 captadores e mesmo com a minha guitarra Stratocaster eu neutralizei o controle do tom médio. Eu acho que provavelmente a guitarra ideal seria com um captador de uma Telecaster num corpo de uma Stratocaster, que era o que Lowell George costumava fazer. Um tempo atrás eu fiz o inverso, coloquei captadores da Stratocaster numa Telecaster, pegando 02 captadores Stratocaster na posição do meio e no ritmo, mas ultimamente voltei ao jeito como sempre foi. O único problema com as Telecasters é o velho problema do chiado, mas de uma forma ou de outra, todos nós aprendemos a resolver isso.

Jornalista: Qual foi a solução? Gallagher: O captador de ritmo... Você apenas mergulha em cera de petróleo e deixa depois na geladeira e pronto, você "curou" o problema. Ou na pior das hipóteses, use um pouco de fita adesiva. O que faço também era como Chris Eccleshall fazia (renomado fabricante e luthier de guitarras), ele apenas retirava a placa de metal que fica debaixo do captador e jogava fora. Ele re-instalava outra no lugar e isso também "cura" o sintoma. Mesmo assim, você tem que colocar na cera de petróleo. Os puristas diriam que você perde um pouco da galvanização da guitarra fazendo isso, mas eu não sei, é discutível pra mim, então, antigamente tinha umas Telecasters que nem precisava mexer nelas, porque já saíam enceradas e tudo mais da fábrica. A Fender lançou recentemente a reedição da Telecaster que parecia boa, mas os captadores ainda chiavam e eu pensei que eles poderiam pelo menos acertar esse problema. Fora isso, é uma boa guitarra e algumas dessas reedições não são nada ruins. E a Stratocaster de aniversário, que tive o privilégio de receber, é uma guitarra muito boa. Na Telecaster os captadores mudam muito e o captador de ritmo raramente muda, assim como o braço da guitarra que é muito boa.

Jornalista: Eu acho que você está certo, que a construção do braço da guitarra adiciona muita diferença ao som. Gallagher: Eu acho que é como as guitarras pesadas, em termos de peso físico estou falando, estão ficando antiquadas e há guitarras um pouco mais leves chegando.

Jornalista: E sempre há uma que desafia todas as regras, mesmo sendo tudo errado, mas será uma ótima guitarra. Gallagher: Eu vi uma Telecaster num estúdio há alguns anos atrás e que era um verdadeiro padrão Telecaster de ser. Vou lá, acabo de conectá-la a um amplificador Champ e essa era a guitarra que eles usavam para, tipo, levar para a cantina para escrever uma música, mas ela tinha um som ultrajante e era um modelo do início dos anos 70, então, não há como definir.

Jornalista: A sua antiga Stratocaster ainda é a sua guitarra principal? Gallagher: Sim, mas eu não fico mais com ela durante todo o show da forma como eu costumava fazer. Eu tenho um modelo antigo '57 que está em boa forma, mas por algum motivo essa outra que tenho modelo '61, também é ótima. Ao contrário das outras Stratocasters, essa daqui possui muita vantagem bruta e diria que quase tem 1% de uma guitarra Gibson SG nela.

Jornalista: Então, quais são seus planos daqui pra frente? Quais são os seus planos de turnê? Gallagher: Com o álbum lançado, faremos todos esses festivais europeus e esperamos fazer uma turnê britânica e uma turnê irlandesa em breve. Em seguida, estaremos olhando para o Japão e a Austrália e depois uma viagem aos EUA, porque não estivemos lá por 02 ou 03 anos. Espero que esse álbum seja feito de forma rápida, porque há muito material bom sobrando e há coisas novas chegando. Além disso, espero que ao longo do caminho possa fazer algumas trilhas sonoras para filmes. Não precisa ser um projeto de guitarra, mas teria que ser uma pintura que eu gostasse e em grande estilo, mas novamente, só se eu tiver tempo, porque o projeto mais longo que tenho na prateleira é gravar um álbum acústico... De qualquer maneira, é uma possibilidade e há muito para me manter ocupado.

Jornalista: E o single desse álbum? Nós ainda nem dissemos como o álbum se chama! Gallagher: O disco irá se chamar "Torch" ou "Loanshark Blues", que é uma das músicas do álbum e eu não sei nada sobre um single... Nós evitamos falar sobre isso e vamos esperar pra ver o que acontece.

Jornalista: Para encerrar essa entrevista, o que você acha de estar nas paradas de singles? Gallagher: Eu poderia suportar estar nas paradas e tocando no rádio de um carro todos os dias e 10 vezes por dia. Só fico receoso com… Muitas pessoas que eu respeito ficaram famosas somente com uma pequena canção e isso foi o fim delas, tipo, foi tudo pelo que elas ficaram conhecidas e eu não quero ser lembrado assim.


 
 
 

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