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Smashing Pumpkins: "me dê mais daquelas músicas que vendem salsichas", sobre a canção "Bullet With Butterfly Wings"

  • by Brunelson
  • há 3 horas
  • 3 min de leitura

Artistas de sucesso geralmente ficam presos entre a pressão para manter sua popularidade e o desejo de permanecerem autênticos, o que acaba levando as bandas por vários caminhos: se vender, cair na obscuridade, se separar ou continuar íntegra no que faz independente se as pessoas/gravadora estão gostando ou não. 


Já vimos isso tantas vezes. Bandas lançam músicas que parecem tão especiais e criativas, apenas para se moverem em direção a sons mais amigáveis ​​às rádios, mudando sua estética sonora e visual para se adequar às demandas de uma gravadora. A indústria musical é difícil de sobreviver e o frontman do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, experimentou isso em primeira mão.


O músico já falou sobre como ele tem lutado com sentimentos de inutilidade e as pressões para entregar algo que manterá a banda nas paradas e esgotará grandes casas de show. Se um álbum fracassa, as bandas correm o risco real de serem jogadas para o lado por suas gravadoras, potencialmente ameaçando o sucesso que já construíram.


Durante a década de 90, o rock alternativo e grunge se tornou incrivelmente popular, dominando as paradas em muitos países. Bandas como NIRVANA, ALICE IN CHAINS, PEARL JAM, SOUNDGARDEN, MUDHONEY, SCREAMING TREES, RED HOT CHILI PEPPERS, L7, STONE TEMPLE PILOTS, RADIOHEAD, GREEN DAY e SMASHING PUMPKINS, tiveram enorme sucesso nas paradas e eram amplamente conhecidas. 


E para Corgan, o desejo de se tornar bem-sucedido e fazer música que pudesse ganhar aclamação significativa lhe rendeu a reputação de alguém que levava sua carreira um pouco a sério demais.


Enquanto ele alcançava seus objetivos de sucesso na década de 90, Corgan sentiu as pressões de entregar músicas que continuariam o legado da banda, ao mesmo tempo em que se mantinha fiel aos seus impulsos criativos. Ele não queria fazer nada artificial ou desprovido de emoção para que virasse um produto comercial, mas o que ele logo percebeu pareceu um choque para o sistema.


Depois de lançar a música "Disarm" (2º disco, "Siamese Dream", 1993), que trata sobre o abuso infantil que ele sofreu com a repetida entrega de Corgan em seus versos, mesmo com o sucesso que foi, na época ele não recebeu tantos elogios quanto esperava.


Embora tenha chegado ao 5º lugar no ranking da Billboard, uma vez Corgan havia dito em entrevista para o radialista Howard Stern em 2023 que: “Nem uma vez depois da canção 'Disarm' alguém na minha vida, ninguém, me puxou para uma sala e me disse ‘Me dá mais disso’. Nem uma vez alguém sentou comigo e disse: ‘Você pode escrever mais dessas músicas assim?’ Mas não, eles apenas ficavam me falando: ‘Me dê mais daquelas músicas que vendem salsichas’”.


Diante do fato de que canções de bandas de rock com instrumentos de cordas delicados e letras emocionalmente perturbadoras que não eram ditas até então na música em geral, podem não ser tão procuradas quanto grandes hinos prontos para estádios. Portanto, Corgan escreveria outra clássica música do rock'n roll em retaliação, "Bullet With Butterfly Wings" (3º disco, "Mellon Collie and The Infinite Sadness", 1995). 


Ele explicou que esta canção era ele dizendo: “Vocês querem que eu seja esse 'rato na gaiola'. Aqui estou. Aqui está a batida idiota, aqui está o grande refrão de rock e foi um grande sucesso. Daí eles me diziam: ‘Ótimo, me dê mais disso’”.


Corgan acrescentou: “E a propósito, até hoje, depois de 28 anos, até hoje, os fãs (Deus os abençoe) e os críticos ainda estão pedindo mais do 'cara do rato na gaiola'. Sabe, eles não estão pedindo por esse cara aqui, mas pelo 'cara do rato na gaiola'”. Essa foi uma lição decepcionante para ele aprender no mundo da música, reconfirmando: “Tudo o que os nossos pais nos disseram quando éramos crianças, que é, se você não é 'isso', você não vale nada e você não tem valor”.


Ele finalizou: “Se você não está disposto a se sacrificar dessas maneiras, você não vale nada. Se você não está disposto a fazer o que lhe dizemos, você não vale nada. Não vale nada, cara".


"Bullet With Butterfly Wings"


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