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by Brunelson
SONIC YOUTH emergiu da cena "no-wave" de New York no começo dos anos 80 e não pertencendo a nenhum rótulo ou escaninho conveniente.
Eles influenciaram todas as cenas alternativas que surgiriam e se envolveram em algumas delas, mas sempre jogaram em seus próprios termos com um surto instrumental esperando na esquina.
Confira em ordem cronológica:
Álbum: "Bad Moon Rising" (2º disco, 1985)
Esta que foi a 1ª canção da banda que fez uma relativa reverberação nos bueiros underground e se fazendo conhecida pela propaganda de boca-a-boca, sendo um cartão postal verdadeiramente aterrorizante.
Na versão gravada no estúdio, o vocalista/guitarrista, Thurston Moore, canta em parceria com a atriz de New York, Lydia Lunch, em vocais furiosos e explorando em suas letras os assassinatos do serial killer Charles Manson. Por trás está um trabalho de guitarra para rivalizar com qualquer um dos trabalhos mais experimentais da banda que eles lançariam até o fim da carreira.
Álbum: "Evol" (3º disco, 1986)
Notoriamente, esta canção é a favorita da banda por Neil Young.
Os primeiros 02 minutos deste mini-épico soam como um protótipo de canção rock preguiçosa e convencional, mas logo após ela evolui para minutos de presságio com um zumbido dissonante. São flashes de ruído branco de guitarra, evocando imagens de espaços urbanos úmidos e semi-iluminados...
Álbum: "Daydream Nation" (5º disco, 1988)
Outra canção de mais de 07 minutos, agora considerada como a marca d'água do SONIC YOUTH.
O "patrocínio" de Vedder é apropriado, já que a música e o álbum que a abrigou provaram ser influentes na crescente cena grunge e do rock alternativo no começo dos anos 90, e começou abrir as portas da aceitação no mainstream da música alternativa que a sua banda, PEARL JAM, e os companheiros de Seattle como o NIRVANA, teriam.
Ainda há tempo e espaço para alguns desvios instrumentais pelo caminho, mas "Teenage Riot" é a primeira grande canção do rock alternativo dos anos 90, entregue 02 anos antes por uma banda que influenciaria a todos nos anos seguintes, desde NIRVANA e SMASHING PUMPKINS, até PAVEMENT, RADIOHEAD e BECK.
Álbum: "Dirty" (7º disco, 1992)
Se o álbum "Daydream Nation" ajudou a tornar possível a explosão do grunge no início dos anos 90, o disco "Dirty" foi a chance do SONIC YOUTH aproveitar a glória do que eles ajudaram a criar.
Vig havia dito numa entrevista para o site Pro Sound em 2017: "Eu queria que soasse como o SONIC YOUTH, mas queria torná-lo um pouco mais 'amarrado' ao som e foi um pouco complicado... Eles estavam totalmente dispostos a isso, mas estavam apenas fazendo o que fazem e nem sempre estão cientes do que é. Eu estava tentando fazer isso para que algumas músicas ficassem um pouco mais concisas, mas não estava tentando fazê-los compor canções pop de 03 minutos, certo?"
A canção "Sugar Kane" possui 06 minutos de duração, mas os esforços de Vig para focar na banda pagam todos os dividendos. O que começa como um single de rock alternativo direto e cativante, apenas desce e depois sobe de um colapso instrumental clássico, nervoso e dissonante, que só o SONIC YOUTH têm. Somos conduzidos até lá por um riff descendente bastante direto na guitarra, que se perde num solo estridente e apressado sob uma linha de base trovejante.
Depois de um período de silêncio premonitório por alguns segundos, um riff ascendente nos traz de volta enquanto o resto da banda entra em ação, construindo uma parede de ruído e nos colocando de volta à terreno familiar.
O fato do SONIC YOUTH poder entregar um hino de rock alternativo no início dos anos 90 para as rádios e sem perder a essência do que os tornaram tão especiais, foi uma prova de sua versatilidade e dos próprios talentos do produtor Butch Vig.
Álbum: "Rather Ripped" (14º disco, 2006)
SONIC YOUTH teria apenas mais 03 anos para lançar o último álbum de estúdio em 2009 e na maior parte, o disco "Rather Ripped" é um álbum de rock completo da banda, trocando alguns dos seus meandros mais experimentais para entregar um disco ainda mais conciso e coeso (assim como vinha fazendo desde a virada do século) e que nos remetem brilhos ao clássico álbum "Dirty".
Escolhemos a extasiada canção "Do You Believe in Rapture" como a nossa deixa final, porém, como mais uma ilustração da pura versatilidade da banda e um exemplo de quantos gêneros eles conseguiram dominar sem serem sugados à inércia.
Aqui, estamos em D, D#, A#, D#, G, G e há uma natureza hipnótica na execução relativamente limpa dos acordes dessa música, os quais são tratados com um toque de atraso no refrão, para nos colocar firmemente no reino progressivo e viajante do SONIC YOUTH.
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