top of page
by Brunelson
SONIC YOUTH emergiu da cena experimental "no-wave" de New York no início dos anos 80 e inicialmente formada por Kim Gordon (vocalista/baixista) e Thurston Moore (vocalista/guitarrista), a dupla logo recrutou outros músicos para ajudá-los a dar vida às suas visões abrasivas e únicas.
A partir da década de 80, SONIC YOUTH se tornou uma das bandas de rock alternativo mais significativas e influentes, nunca perdendo a sua pele experimental à medida que sua música se tornava mais conhecida no âmbito mainstream.
E a influência de Gordon sempre esteve presente na banda e sem ela uma grande parte do DNA do grupo não iria fazer parte da sua cadeia genética. As linhas proeminentes do baixo de Gordon carregam cada uma das canções da banda, com a sua criatividade e experimentação implacáveis sendo auxiliadas por sua experiência como artista visual, o que levaram o SONIC YOUTH a um território musical inexplorado.
No entanto, foi a sua exploração desafiadora de questões feministas que fez do SONIC YOUTH uma banda tão especial e uma inspiração para aspirantes a musicistas tão acostumadas a ver o gênero alternativo dominado por homens.
A resistência de Gordon às demandas da indústria da música para que as mulheres atendessem a um molde específico foi revolucionária. Ela contorceu a sua voz em ganidos e rosnados ásperos, cantando versos como: “Não toque no meu peito / Estou apenas trabalhando na minha mesa / Não me coloque à prova / Estou apenas fazendo o meu melhor”, na música "Swimsuit Issue" (7º disco, "Dirty", 1992).
Discutindo o seu impacto e influência, a vocalista/guitarrista da banda BIKINI KILL, Kathleen Hanna, havia dito numa entrevista ao site Elle: “Musicalmente, Kim Gordon foi uma precursora. Só de saber que uma mulher estava numa banda fazendo os vocais, tocando baixo e sendo uma artista visual ao mesmo tempo, me fez sentir menos sozinha... Eu estava em uma cena punk underground dominada por homens do hardcore que gritavam merda comigo todas as noites, sendo que os jornalistas da época rotineiramente chamavam a minha voz de estridente e inaudível. Kim me fez sentir ser aceita de uma forma que nunca havia me sentido antes. Kim Gordon foi do caralho e me fez pensar que eu estava no caminho certo e que as pessoas com ódio que se danem. Tornou toda aquela besteira que enfrentávamos ser mais fácil de lidar, sabendo que ela estava do meu lado".
Em um mundo dominado por homens, Gordon forneceu um farol de esperança às mulheres através de suas letras e sonoridade corajosas.
Além disso, no seu livro ela discutiu a misoginia implacável que vinha de ser "uma garota em uma banda", afirmando: “A imprensa musical na época escreveria coisas cruéis, sexistas e machistas. Presumi que era porque eles tinham pavor de mulheres e me recusei a jogar aquele jogo. Eu não queria me vestir como a cantora Siouxsie Sioux ou representar o papel de uma mulher imaginária, tipo, alguém que tinha mais a ver com eles do que comigo - que simplesmente não era o meu eu verdadeiro”.
Mantendo-se fiel a si mesma, Gordon se apresentou como ela gostava e deixou a sua música falar por si. Através de sua música, Gordon canalizou ativamente os obstáculos colocados por um mundo dominado por homens e comportamentos machistas.
No prefácio no livro de Kim Gordon, a vocalista/guitarrista da banda SLEATER KINNEY, Carrie Brownstein, deixou escrito: “Obrigada por ser a pessoa que me ajudou a perceber que você não precisa esperar a permissão de outra pessoa para ser você mesma”.
Mais Recentes
Destaques
bottom of page
Comentários