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by Brunelson

Sonic Youth: o conselho que Neil Young deu à banda quando saíram juntos em turnê


Pareceria tolice negar o talento e a influência duradoura de Neil Young na história do rock. 


Desde suas raízes até chegar aos grandes estádios, o roqueiro canadense sabia como manter as coisas frescas e atraentes. Infelizmente, como qualquer pessoa do seu calibre, Young suportou o ceticismo de um pequeno contingente de colegas que negaram o seu estatuto de inovador do rock.


Entre os detratores estava George Harrison. O beatle revelou uma vez seus pensamentos sobre Young, dizendo que "não sou fã e sim, odeio seu jeito de tocar guitarra. Eu não aguento". 


Continuando, Harrison lembrou-se de uma ocasião em que ele e Eric Clapton participaram de um show junto com Neil Young: “Fizemos um show com ele certa vez... Eu estava do outro lado do palco e de repente comecei a olhar em volta. Olhei fixamente para Eric que estava ao meu lado e lhe disse: ‘O que está acontecendo?' Eric fez o solo no meio daquilo tudo e então ele olhou pra mim e disse: ‘Não olhe pra mim, não sou eu’”.


Comparar as habilidades de guitarra de Young com as de Eric Clapton talvez seja imprudente, considerando que esse último é considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos. No entanto, onde a forma de tocar de Young carecia de proficiência e refinamento, ele compensava com habilidade e paixão em suas composições, onde é difícil negar o talento de Young como letrista e compositor.


Sobre o tema refinamento e a falta dele, o trabalho de Young permanecerá nos livros de história por décadas, graças ao seu caráter pioneiro. Junto com sua banda de apoio, a CRAZY HORSE, ele trouxe um som de rock pesado para contrabalançar sua obra de cantor e compositor solo. Indiscutivelmente, uma das contribuições mais importantes da CRAZY HORSE para a discografia de Neil Young foi o disco ao vivo, "Rust Never Sleeps" (1979), que na verdade é um híbrido de material ao vivo com músicas gravadas em estúdio. Esse álbum há muito tempo foi amplamente considerado o berço do grunge e do noise rock.


Ao longo da década de 80, bandas que vieram depois do movimento punk rock e que não eram new wave, como SONIC YOUTH, PIXIES e o R.E.M, iniciaram um retorno do rock baseado em guitarras que acabaria chamando a atenção de adolescentes que mais tarde simplesmente seriam vocalistas de bandas como do NIRVANA, PEARL JAM e do RADIOHEAD. 


E é claro que toda uma tapeçaria da história do rock ‘n’ roll inspirou todas essas bandas, sendo Neil Young um dos seus principais. O grunge e o noise rock paridos do rock alternativo, são caracterizados por distorções difusas e progressões simplistas, muitas vezes acentuadas por riffs fortes ou pesados - além de várias dessas bandas terem usado seus pedais de distorção para guitarra com gosto.



Mas como afirmou uma vez o vocalista/guitarrista do SONIC YOUTH, Thurston Moore: "A simplicidade é fundamental".


Sendo entrevistado pelo site Exit Musik, Moore estava falando sobre a obra-prima do SONIC YOUTH, o álbum "Daydream Nation" (5º disco, 1988) - que Kurt Cobain listou entre seus álbuns preferidos de todos os tempos - dizendo que em um nível individual, as músicas desse álbum são simples: “Eu estava fazendo coisas muito simples, embora parecessem complicadas. Lee Ranaldo (guitarrista) e Kim Gordon (vocalista/baixista) também, onde a soma de tudo isso resultou em uma música complexa. Sabe, não preciso tocar algo técnico ou complicado como rock progressivo”.


O virtuosismo instrumental é muito útil, mas como aponta Moore, não é necessário e às vezes pode tornar as composições pouco atraentes e inacessíveis: “Quando ouço, por exemplo, Emerson, Lake e Palmer hoje em dia, acho horrível e super complicado... É divertido, mas meu cérebro não gosta mais”.


Para encerrar, Moore relembrou algumas palavras de sabedoria que Neil Young transmitiu a ele uma vez: “Quando fizemos uma turnê junto com Neil Young, ele havia me dito: ‘Eu toco a mesma coisa simples o tempo todo'”.



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