No 1º álbum de estúdio conhecemos o SONIC YOUTH encontrando e moldando o seu som - que há décadas se tornou a sua marca registrada - mas a banda ainda não conseguia capturar totalmente o poder hipnótico nos shows, que fazia uso de guitarras preparadas no estilo da orquestra de guitarras de Glenn Branca, afinações excêntricas, pesadas improvisações e muitas vezes sem intervalos entre as músicas.
Com o 2º álbum de estúdio, "Bad Moon Rising" - aqui mudando de baterista, com Bob Bert assumindo o posto e único disco que iria gravar com a banda - o álbum foi produzido por Martin Bisi e lançado pela Homestead Records, que era dirigida pelo futuro proprietário da Matador Records, Gerard Cosloy. A Matador Records seria o selo final do SONIC YOUTH no século 21.
A banda finalmente tinha um álbum que reproduzia os seus shows e até hoje continua sendo o disco mais semelhante a como o SONIC YOUTH soa ao vivo. Cada um dos 02 lados do vinil é apresentado sem nenhuma pausa entre as músicas e às vezes, as transições entre as canções são tão perfeitas que, não importa quantas vezes você ouça, nunca verá a próxima música chegando. Quando você percebe que eles passaram para a próxima peça, o efeito é chocantemente psicodélico.
O álbum "Bad Moon Rising" realmente atrai você para dentro e para fora, lhe mostrando uma vibe nem sempre "entendida" para alguns ouvintes.
A música, "I Love Her All The Time", compensa os seus 08 minutos com uma melodia tangível que você realmente pode cantar junto, enquanto na canção "Brave Men Run" acerta o equilíbrio entre experimentação extensa e composição concisa, bem como qualquer um dos sucessos alternativos que a banda lançaria no final dos anos 80 e início dos anos 90.
A música "Flower" mostra a vocalista/baixista, Kim Gordon, em sua forma mais gritante e cruel, onde o resultado é um dos primeiros hinos punk feministas do SONIC YOUTH, com letras: "Apoie o poder das mulheres / Use o poder do homem / Apoie a flor das mulheres".
Porém, a música mais conhecida do álbum e uma das principais de toda a carreira da banda se encontra aqui, "Death Valley 69", com a sua fúria total onde encontra o vocalista/guitarrista, Thurston Moore, compartilhando os vocais principais com a atriz/artista, Lydia Lunch. A música emparelha um gancho gritado e de punho levantado com guitarras tão exploratórias quanto qualquer outra neste álbum altamente experimental e letras reais sobre os assassinatos do serial killer, Charles Manson.
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