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by Brunelson
Você pode querer se aquecer para conhecer a banda com o álbum "Sister" (4º disco, 1987) ou primeiro com o álbum "Evol" (3º disco, 1986) - como os fãs do SONIC YOUTH faziam em tempo real na década de 80 - ou você pode querer ouvir o álbum que apresentou muito do SONIC YOUTH ao mundo mainstream, "Goo".
Após o sucesso do disco "Daydream Nation", a banda fechou um contrato com uma grande e apropriada gravadora, a Geffen Records (a mesma que iria contratar o NIRVANA), e a estreia da banda em um novo contrato foi o álbum "Goo". Aparentemente, custou 05 vezes mais caro para gravar do que foi com o disco "Daydream Nation" e eles acabaram chamando o veterano produtor Ron Saint Germain, que havia produzido o BAD BRAINS e outras bandas conhecidas.
Então, não é surpresa que o álbum "Goo" seja muito mais polido e acessível do que o seu disco anterior, mas considerando tudo, "Goo" ainda é um álbum experimental barulhento e abrasivo. Ele meio que engarrafa os ingredientes do disco "Daydream Nation" e os cospe de volta de uma forma mais compacta e de fácil digestão, mesmo sendo os mesmos ingredientes.
A música que abre o disco e cantada pelo vocalista/guitarrista Thurston Moore, "Dirty Boots", é incrível e clássica da banda, tão boa quanto qualquer coisa que o grupo lançou nos anos 80 e que lançaria no decorrer dos anos 90. Esta canção se encaixa um pouco mais com o movimento grunge que logo explodiria na cena e que o próprio SONIC YOUTH ajudou a influenciar. A música ainda encontra tempo para os intrincados padrões de guitarra e acúmulos de ruídos explosivos os quais a banda já era conhecida.
Em um cenário que quase se qualifica como dançante, Kim Gordon faz referências sarcásticas a uma entrevista que ela mesma havia conduzida com o rapper LL Cool J para a revista Spin em 1989, onde ela lança um dos melhores hinos feministas do rock'n roll, com letras: "Eu só quero saber / O que você vai fazer por mim?" ela zombeteiramente pergunta na ponte realizada com Chuck D, vocalista do PUBLIC ENEMY: "Quero dizer / Você vai nos libertar, meninas / Da opressão masculina, branca e corporativa?"
A entrega de Kim Gordon é quase no território da palavra falada, mas a música consegue ser incrivelmente melódica com letras inspiradas por Karen Carpenter, morrendo de anorexia e cheias de referências à cultura pop.
A baixista também oferece a divertida pepita, a música "My Friend Goo", e a canção punk barulhenta, "Cinderella's Big Score", um ótimo lado-b profundamente esquecido.
Novamente, o guitarrista Lee Ranaldo concede a sua contribuição vocal na música "Mote" em mais de 07 minutos de duração, que o mostra evoluindo a partir da entrega sarcástica de suas canções lançadas nos discos "Sister" e "Daydream Nation". Aqui, em contraste com a música, Ranaldo desenvolve um estilo de canto mais doce, melódico e que foi a base para a sua linha vocal até hoje.
Thurston Moore ainda oferece a canção punk "Mary Christ", também uma parte mais obscura e psicodélica para a música "Disappearer" e a barulheira gritada na canção "Mildred Pierce".
Lançar essa música, "Mildred Pierce", junto com outra canção chamada "Scooter and Jinx", provou que o SONIC YOUTH não iria ceder em nada só porque havia assinado com uma grande gravadora.
Com o benefício do retrospecto, "Goo" foi um álbum decisivo para o SONIC YOUTH, porque veio no início de uma nova década e marcou o início de sua era das grandes gravadoras - parece mais o início de um novo capítulo.
O álbum "Goo" é o som do SONIC YOUTH dos anos 80 em sua forma mais simplificada e recebendo gotas dos anos 90 que estavam batendo na porta, o qual rivaliza com os álbuns inovadores que a banda lançou nos anos 80.
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