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by Brunelson

Sonic Youth: resenha do álbum "The Eternal"


Álbum: "The Eternal" (16º disco, 2009)


É muito apropriado que o último álbum de uma banda que está separada há 01 década - mas que nunca morrerá - se chame "The Eternal".

Eles não sabiam que seria o seu último álbum de estúdio, pois Thurston Moore (vocalista/guitarrista) e Kim Gordon (vocalista/baixista) terminaram o seu casamento de 27 anos em 2011, que por sua vez, acarretou no fim da banda, sendo que havia até conversas sobre novas músicas antes da separação do grupo. Porém, é revigorante que o SONIC YOUTH terminou organicamente e não com uma grande despedida orquestrada.

O disco "The Eternal" não soa como uma banda que perdeu o fôlego, mas sim, refrescante e energizado. Foi o primeiro álbum em uma gravadora independente desde os anos 80, a Matador Records, que os reuniu novamente com Gerard Cosloy, o mesmo que lançou o 2º álbum da banda, "Bad Moon Rising", pela Homestead Records em 1985.

Assim como estava sendo feito nos 02 últimos álbuns, o disco "The Eternal" começa novamente com uma música de alto padrão com o vocal de Kim Gordon, "Sacred Trickster", que abriga uma linha sarcasticamente zombeteira com letras do tipo: "Como é ser uma garota em uma banda? / Eu não entendo muito bem". Foi a música punk rock mais direta do SONIC YOUTH desde os anos 90.

Este álbum começou de onde a composição de rock "acessível" do disco "Rather Ripped" parou (14º disco, 2006) e injetou uma onda de raiva que relembrou os momentos mais pesados ​de álbuns como "Sister" (4º disco, 1987) e "Dirty" (7º disco, 1992). Chega a ser emocionante a mistura do heroísmo da guitarra de uma banda calejada com a energia punk do início de carreira, o que resultou em músicas atemporais como "Anti-Orgasm" e "What We Know" (essa última veio diretamente dos anos 90 e cantada pelo guitarrista Lee Ranaldo), as quais rivalizam com muitos dos clássicos mais adorados da banda.

O disco "The Eternal" também encontrou espaços diversos, como para o satisfatório revival dos anos 80 com a canção "Malibu Gas Station", alguma adoração psicodélica dos anos 60 de Lee Ranaldo cantando a música "Walkin Blue" (assim como ele sempre leva os seus vocais radiofônicos em alguma música de um álbum da banda) e um último acúmulo hipnótico e imersivo com a canção de 10 minutos que encerra o disco, "Massage The History".

E agora que já tem mais de 01 década de existência, muitas dessas músicas estão começando a parecer tão clássicas quanto o material dos anos 80 e 90 do grupo.

Com o benefício do retrospecto, fica ainda mais claro o quão sólida a carreira do SONIC YOUTH sempre foi. Do seu início primitivo, mas promissor, a um último álbum revigorante e energético, eles continuaram progredindo e encontrando novas maneiras de tocar a sua música ímpar e totalmente anti-mainstream, sempre soando agressivamente original e nunca se vendendo.

Realmente não existiram muitas bandas de rock que soam tão únicas e inspiradoras por tanto tempo, e é francamente incrível como tudo que eles fizeram vai bem no pacote.

No que acabou sendo a turnê final, SONIC YOUTH tocou músicas do disco "Bad Moon Rising" pela 1ª vez em décadas e as apresentaram junto com as canções do álbum "The Eternal", sendo que todo o conjunto soou tão coeso quanto poderia ser.

Foi um último lembrete de que o SONIC YOUTH não era apenas uma banda... Eles eram um universo de som.


Track-list:


1. Sacred Trickster

2. Anti-Orgasm

3. Leaky Lifeboat

4. Antenna

5. What We Know

6. Calming The Snake

7. Poison Arrow

8. Malibu Gas Station

9. Thunderclap For Bobby Pyn

10. No Way

11. Walkin Blue

12. Massage The History

13. Pay No Mind (bonus track CD)

14. No Garage (bonus track CD)


"What We Know"
















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