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by Brunelson
Courtney Love (vocalista/guitarrista do HOLE) e Kim Gordon (vocalista/baixista do SONIC YOUTH) são duas rainhas indiscutíveis do rock alternativo, com Kim Gordon fazendo o seu nome como uma das líderes dos pioneiros do SONIC YOUTH, sem o qual a grande maioria das bandas alternativas e guitar bands mais importantes dos últimos 30 anos não existiriam.
Por exemplo, uma dessas bandas foi o NIRVANA, que mudou a cara da música alternativa para sempre. Outros discípulos seriam o PIXIES, PAVEMENT e DINOSAUR JR, só para citar alguns. Além disso, foi na verdade o SONIC YOUTH que sugeriu a sua nova e grande gravadora na época, a Geffen Records, que contratasse o NIRVANA e um movimento altamente significativo na história da música aconteceu, fornecendo a Kurt Cobain e à banda a força financeira de que precisavam para fazer do seu 2º álbum de estúdio, "Nevermind" (1991), liderar a onda alternativa, musical e até da moda no início dos anos 90 até hoje.
Acontece que o SONIC YOUTH e Kim Gordon em particular, também tiveram uma enorme influência em uma pessoa que se tornaria uma grande personagem (para o bem ou para o mal) na cena da chamada Geração X: Courtney Love.
Em 1989, Love formou a sua banda, HOLE, e no início de 1991, eles já estavam gravando o seu álbum de estreia.
Na carta, Love disse que “preferiria trabalhar com uma mulher” e que gostou da “produção que você fez para os discos pela SST Records”, que foram os álbuns do SONIC YOUTH, "Evol" (3º disco, 1986) e "Sister" (4º disco, 1987), lançados pelo selo independente da SST Records do guitarrista do BLACK FLAG, Greg Ginn.
Love terminou a carta dizendo: “Todos nós admiramos o seu corpo de trabalho de forma bastante abrangente e amarrada”. Sim, a proveniência dessas palavras mais de 30 anos depois ainda é um mistério. Eventualmente, Gordon concordou em produzir o álbum de estreia do HOLE com a condição de que o seu amigo e produtor, o vocalista/guitarrista do GUMBALL, Don Fleming, ajudasse nos esforços.
A história da música está repleta dessas convergências surpreendentes e significativas entre ícones. A estreia do HOLE se tornou um clássico cult e os colocou no caminho para o estrelato nos anos 90, no entanto, também começaria o casal de poder mais proeminente dos anos 90: Kurt Cobain e Courtney Love.
Gordon também disse que parte dela sentiu que Love só havia pedido a ela para produzir o disco do HOLE porque Love “queria o meu nome associado ao disco”. De qualquer forma, Gordon achou que Love tinha algo ótimo acontecendo e continuou produzindo o disco de qualquer maneira.
Ela então, deu a sua opinião pungente: “Pensei: 'Credo, com a menção de Billy Corgan, uma pessoa que ninguém gosta dele porque Corgan é um bebê chorão'. SMASHING PUMPKINS se levava muito a sério e não era de forma alguma punk rock”.
Em pouco tempo, Cobain e Love seriam o casal em evidência no rock'n roll, sendo que eles se casariam em fevereiro de 1992, seguido pelo nascimento de sua filha, Francis Bean Cobain, em agosto de 1992.
Relembrando dessa época, Gordon falou um pouco depois do nascimento de Francis Bean, quando os recém-casados foram a um show do SONIC YOUTH em Seattle. Ela afirmou que depois do show, Cobain parecia um pouco desesperado, alegando que ele não sabia o que fazer porque "Courtney acha que Frances gosta mais de mim do que dela".
À primeira vista, pode parecer uma tribulação trivial e induzida pela fadiga da paternidade, mas Gordon afirmou: “Eu me lembro dessa conversa vividamente... Não consigo imaginar como era a vida no caos de sua vida movida a drogas e é difícil lembrar que eles estavam juntos há poucos anos. Levou tão pouco tempo para forjar uma vida, ou neste caso, uma marca”.
Por muitas razões, o relacionamento de Love e Gordon iria se romper e as duas dispararam tiros uma contra a outra na mídia. Gordon se lembra de algumas ocasiões significativas que complicaram o relacionamento dela e de Love.
A primeira veio na noite após a morte trágica de Cobain em abril de 1994. Na vigília realizada em praça pública, ela se lembra de uma gravação de Love lendo a carta de suicídio de Cobain sendo narrada ao público de Seattle, enquanto Love distribuía algumas das roupas de Cobain para os fãs: “Era como se ela estivesse entrando em seu próprio destino, tipo, uma plataforma de celebridade e infâmia" comentou Gordon em seu livro.
Ainda que cinicamente, Gordon acrescentou: “Uma semana após a morte de Kurt, o HOLE lançou o seu 2º álbum de estúdio e o primeiro por uma grande gravadora, o que elevou Courtney a um novo tipo de estrelato perverso... O momento não poderia ter sido melhor”.
Gordon também aponta outra ocasião em que as pessoas se afastaram da vocalista/guitarrista do HOLE. Ela se lembra do Lollapalooza Festival de 1995, quando Love deu um soco na cara da vocalista do BIKINI KILL, Kathleen Hanna, que estava “assistindo ao show do SONIC YOUTH e estava cuidando das suas próprias coisas”. Gordon também afirmou: “Courtney e Kathleen nunca tinham se conhecido antes e aquilo deu o tom para o resto da turnê itinerante do Lollapalooza, com Courtney sendo uma pessoa que todos queriam evitar e ignorar”.
Kim Gordon também deixou escrito o relato mais contundente sobre Courtney Love: “Ninguém questiona a desordem por trás do seu glamour de tarântula em Los Angeles – sociopatia, narcisismo – porque é um 'bom' rock and roll, um 'bom' entretenimento! Eu tenho uma baixa tolerância para comportamento manipulador e egomaníaco, e geralmente tenho que me lembrar que a pessoa pode estar mentalmente doente”.
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