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by Brunelson
Jornalista:: Chris Cornell (vocalista) não foi o único membro da banda que estava realizando todo o seu potencial como compositor na época da gravação do álbum "Badmotorfinger". Finalmente livres das distrações dos seus respectivos empregos diários, Matt Cameron (baterista) e Kim Thayil (guitarrista) também contribuíram com letras vivas, ritmos criativos e riffs brutais, certo?
Terry Date (produtor do álbum "Badmotorfinger"): Matt é um dos melhores bateristas com quem já trabalhei. Ele é uma máquina. Ele era automático e tornava tudo muito fácil. Matt era apenas um desses caras, tipo, ele entendeu o tempo dos compassos e as assinaturas de tempo. Todos da banda fizeram dessa forma e todos eles estavam bem à frente da maioria das pessoas, no que diz respeito a essas coisas.
Ben Shepherd (baixista do SOUNDGARDEN): Matt torna tudo muito fácil e tudo o que fazemos é pontual. O único truque de tocar com Matt Cameron? Não olhe pra ele, cara. Vai te ferrar porque você vai ficar tão hipnotizado olhando ele tocar, que você vai perder as suas notas e as suas batidas. Você não pode olhar pra ele enquanto Matt estiver tocando. Se você alguma vez for tocar com ele, tome cuidado e não olhe pra ele.
Matt Cameron (baterista do SOUNDGARDEN): Eu me lembro que escrevi muitas das minhas canções para o álbum "Badmotorfinger" ainda em maio de 1990. Tenho uma fita cassete que está nomeada como "5/90" e escrevi a músicas “Room a Thousand Years Wide”, “Drawing Flies” e “Birth Ritual” nesta fita (as 02 primeiras foram lançadas, mas a última ficou de fora do disco "Badmotorfinger"). Foi um período criativo muito estranho, tipo, a ponte para a canção "New Damage" foi uma explosão de criatividade muito interessante pra mim. Naquela época, eu não tinha mais o meu trabalho normal diurno, então, passava muito tempo no meu quarto com o meu gravador de 04 canais, tocando guitarra e tentando criar riffs que achava que os caras da banda iriam gostar. Eu sempre escrevi a minha própria música para o meu próprio prazer até aquele ponto e acho que comecei realmente a ser influenciado pelo estilo de guitarra de Kim Thayil (guitarrista do SOUNDGARDEN).
Stuart Hallerman (engenheiro de som do álbum "Badmotorfinger"): Kim Thayil escreveu riffs e os trouxe para o estúdio. Ele também tinha um gravador de 04 canais, mas principalmente, ele vinha com uns 3/5 de uma música em sua cabeça, trazia para o pessoal da banda no estúdio e eles elaboravam as letras e as outras partes todos juntos. Uma vez ele pegou uma das músicas de Matt Cameron e escreveu as letras porque queria fazer aquele exercício, sabe? Então, poderia dizer que foram 02 performances diferentes para o disco "Badmotorfinger". Uma foi com o produtor Terry Date no Studio D e a outra foi feita comigo no Avast Studios.
Kim Thayil (guitarrista do SOUNDGARDEN): Eu amo o riff de Matt Cameron na música "Room a Thousand Years Wide" que está em afinação drop D. Ele não tinha uma letra na época, Matt nos deu uma gravação demo desta canção e aprendemos a tocar. Eu simplesmente amei o groove dela, queria ir em frente e tentar escrever uma letra para essa música. Em última análise, tratava de identidade como parte da referência a alguma coisa de filosofia... Algo extrapolar a partir da ideia de identidade e criar algo um pouco mais misterioso, sabe? Eu me lembro do produtor de Seattle, Steve Fisk, que tinha deixado uma mensagem na minha secretária eletrônica referindo-se a um filme.
Thayil: Ele estava me dizendo que havia um monte de bruxas sentadas ao redor de uma fogueira e elas diziam: “Tomorrow begat tomorrow”, e eu pensei na hora: "Cara, é excelente! Seria uma ótima maneira de encerrar uma canção”. Já que, o que eu estava discursando nas letras era sobre identidade, transcendência e tempo, foi quando conclui: “Isso é ótimo! Vou arrancar dele esta mensagem na secretária eletrônica de Steve Fisk: 'Tomorrow begat tomorrow”'.
Ben Shepherd: Eu não acho que Kim receba o crédito suficiente por todas as músicas do SOUNDGARDEN... É como: "Meu caralho!", Kim não recebe crédito suficiente na guitarra ou na escrita das músicas que ele merece, sabe? É como assistir um oceano rugindo contra a costa, mas de alguma forma tem raios nele e os raios são Kim Thayil na guitarra, certo? Não sei como descrever, são como estrelas cadentes caindo toda hora.
Terry Date: Você sabe, em uma banda típica ao longo dos anos, geralmente há algum tipo de atrito entre o guitarrista e o vocalista. Você pode passar pela história e ver que isso acontece, mas nunca vi isso acontecer no SOUNDGARDEN. Chris Cornell e Kim Thayil sempre tiveram grande respeito um pelo outro. Eles se comunicavam bem um com o outro e eu não estava presente no processo de escrita entre eles, então, se houvesse alguma tensão, provavelmente estaria lá e eu iria perceber, mas para o processo de gravação, todos permitiram que eles fizessem as suas coisas e com muito respeito pelo que cada um estava fazendo. Não havia ninguém entrando na conversa e dizendo: "Você não deveria tocar assim dessa maneira". Não acontecia nada disso e todo mundo parecia permitir que cada um fizesse as suas próprias partes.
Scott Granlund (saxofonista que participou da gravação da música “Room a Thousand Years Wide”): Em algum momento, Matt Cameron me telefonou e disse: “Hey, estamos gravando um single para a Sub Pop Records. Kim e eu temos essa música, bem, 02 músicas na verdade e posso ouvir alguns saxofones nelas". Então, nós nos reunimos, trabalhamos em algumas coisas e gravamos a canção “Room a Thousand Years Wide” para o single daquele mês para a Sub Pop. Depois de um tempo, Matt me telefonou novamente e disse: "Hey, SOUNDGARDEN fechou um contrato com uma grande gravadora e vamos novamente gravar esta mesma música para lança-la em um novo álbum". Foi quando eu participei das gravações para o disco "Badmotorfinger".
Kim Thayil: Scott Granlund, se você não sabia, também toca guitarra. Então, em vários desses grupos ou projetos, ele tocava guitarra ou saxofone por onde passava. Ele é principalmente um saxofonista, mas também tinha sensibilidade para a guitarra e tinha uma compreensão do que a banda era e o que um guitarrista poderia querer ouvir um saxofonista fazer.
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