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by Brunelson
Jornalista: A única música do álbum "Badmotorfinger" em que todos os 04 membros da banda receberam créditos de escrita, foi a canção single "Jesus Christ Pose". Ela foi pelo menos parcialmente inspirada por uma foto que Chris Cornell viu do vocalista do JANE'S ADDICTION, Perry Farrell, olhando para a câmera com os braços estendidos sobre uma cama. No final das contas, a música “Jesus Christ Pose” é uma mediação dilacerante na mídia e na religião sobre alguns dos ritmos mais caóticos e alucinantes já inventados na história do rock...
Perry Farrell (vocalista do JANE'S ADDICTION e fundador do Lollapalooza Festival): Eu sou judeu e não faço poses de Jesus Cristo. Veja como aconteceu, o fotógrafo estava acima de mim em uma escada e ele havia me dito: "Faça alguma coisa!" Então, eu me aproximei dele e se ele não estivesse acima de mim numa escada, ele não estaria nessa posição que a foto foi tirada... Mais uma vez, não é uma pose de Jesus Cristo, mas também não é sobre mim querendo dizer alguma coisa.
Ben Shepherd (baixista do SOUNDGARDEN): Todos nós aparecemos no Avast Studios e Stuart Hallerman (proprietário do estúdio e engenheiro de som do álbum "Badmotorfinger") tinha montado um pequeno e estranho palco no meio do estúdio, tipo, era como um showroom. Então, Matt Cameron (baterista) está nesse palco e todos nós estamos injetando os nossos instrumentos na música. Foi Matt quem começou a fazer essa batida tribal na bateria para que o riff da música “Jesus Christ Pose" se originasse e eu apenas comecei a tocar esse riff.
Matt Cameron (baterista do SOUNDGARDEN): Eu acho que a criamos durante o período de composição para o dsco "Badmotorfinger" no Avast Studios, aqui em Seattle. Estávamos meio que entre as turnês e outras coisas, trabalhando em canções que eventualmente seriam lançadas no álbum "Badmotorfinger". Estávamos trabalhando em várias gravações demo de Chris Cornell naquele momento, fazendo arranjos e outros enfeites para as músicas.
Thayil: Ben tocando esse riff de forma rápida, foi apenas uma mancha pra mim naquele momento. Matt começou o seu riff na bateria, um dos mais insanamente rápidos e difíceis riffs de bateria para qualquer estilo de rock de todos os tempos. Isso me deu a ideia de onde estava a música e ainda é difícil dizer onde estava porque o riff da bateria de Matt estava meio que rolando incontrolavelmente, mas em algum lugar deste círculo a gente conseguia se encontrar. Eventualmente, eu percebi e logo vim com aquele "morcego espacial" gritando na música, essa parte estridente da guitarra que começou a sair... Então, Chris Cornell apareceu e teve que aprender o que estávamos tocando.
Matt Cameron: A minha lembrança é que sentei na bateria e comecei a tocar aquele ritmo do nada, onde todos mergulharam de cabeça. Eu me lembro de ter pensado: “Foi uma jam muito boa que fizemos e espero que Stuart a tenha gravado”.
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