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by Brunelson
Jornalista: O disco "Badmotorfinger" foi lançado em 08 de outubro de 1991. Em meados da década, iria alcançar o status de platina dupla e rendeu ao SOUNDGARDEN a sua 2ª indicação ao Grammy. A banda mal teve tempo de parar e aproveitar os frutos do seu trabalho, antes de embarcar em uma grande turnê abrindo para o GUNS N' ROSES, seguida quase imediatamente por outra turnê de 01 mês pelos teatros mais conhecidos dos EUA, além de terem participado do Lollapalooza Festival em 1992, onde vocês se juntaram aos seus amigos do PEARL JAM.
Chris Cornell (vocalista/guitarrista do SOUNDGARDEN, em 2011): Particularmente por volta do período do álbum "Badmotorfinger", essa enorme transição ocorreu onde o rock comercial da época era todo aquele metal comercial ruim que tínhamos (glam/hair metal). O disco "Badmotorfinger" governou as ondas de rádios e na MTV, o que fez governar as vendas do álbum.
Matt Cameron (baterista do SOUNDGARDEN): Tivemos 04 semanas de folga em 02 anos de turnê, ou algo parecido... Era o que parecia para nós de qualquer maneira. Nós estávamos prontos para aquilo e realmente queríamos estar lá. Tivemos todas essas oportunidades que foram ótimas. Sabe, ainda não éramos tão "preciosos" quando estávamos abrindo os shows do GUNS N' ROSES, como era para as outras bandas, tipo, NIRVANA não queria abrir para o Guns. Eu entendo que eles foram perguntados primeiro e depois eles vieram nos perguntar se queríamos. Acho que eles perguntaram também ao PEARL JAM e essas bandas disseram “não”. Nós pensamos: “Cara, o nosso disco é ótimo. Nós realmente amamos o nosso álbum e queremos apenas ir lá e fazer alguns shows”. O lance do Guns foi meio estranho porque definitivamente não era o nosso público, então, nos dias de folga, sempre fazíamos os nossos próprios shows. Faríamos um show em um clube aqui e outro ali, coisas assim. Foi divertido ver como o nosso público estava crescendo por volta de 1991.
Scott Granlund (saxofonista que participou da gravação das músicas “Room a Thousand Years Wide” e "Drawing Flies"): Lembro que estava em New York com a minha namorada e estávamos andando na rua um dia e vimos este pôster: Guns e o nome do SOUNDGARDEN em letras minúsculas perto da parte inferior. Então, liguei para o Madison Square Garden e disse: “Eu sou Scott e preciso falar com Matt Cameron”. Por fim, consegui falar e disse: "Hey, eu estou na cidade!" E ele me respondeu: "Merda... Vá alugar um saxofone!" Aluguei um saxofone no bairro Greenwich Village e acabei tocando no show com eles. Sair nos bastidores foi muito divertido. Joey Ramone e um dos membros de sua banda apareceram, junto com a sua namorada em um biquíni com listras de tigre. Então, Joey e Chris começaram a conversar. Era meio barulhento na "sala verde", então, eles se agacharam para debaixo de uma grande mesa e simplesmente ficaram sentados e tiveram uma longa conversa. Os dois vocalistas tímidos se escondendo embaixo da mesa falando sobre as merdas estranhas que bebiam.
Cameron: 1992 foi o ano quando participamos do Lollapalooza Festival. Foi aí que eu senti e vimos como realmente éramos uma banda ao vivo. Fazer parte dessa turnê foi muito bom porque todos nós da banda estávamos atingindo o pico ao mesmo tempo.
Ben Shepherd (baixista do SOUNDGARDEN): Deus, aquela turnê... Isso foi emocionalmente pesado. Eu não sei... Foi uma época divertida. Ao longo dos anos, todo mundo sempre disse que foi o Lollapalooza Festival que alavancou muitas bandas e as bandas interagiam muito mais entre si naquela época. Na verdade, funcionou da maneira que deveria ser e me lembro de ter me metido num monte de problemas nessa turnê, fazendo coisas realmente estúpidas pelas quais eu poderia ter sido morto ou preso. Eu escrevi algumas músicas nessa turnê itinerante do Lollapalooza Festival.
Kim Thayil (guitarrista do SOUNDGARDEN): Sempre houve um forte senso de camaradagem entre bandas, mas o Lollapalooza Festival de 1992 - me refiro ao passeio, pois era itinerante - me irritou. Não sei, acho que o ambiente de tantas bandas e tantas outras pessoas, todos juntos... São muitas pessoas e há algo irritante nisso, mas a grande lição foi que fizemos amigos para o resto da vida. Certamente houve camaradagem e vínculo com o pessoal do PEARL JAM para vê-los tendo sucesso.
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