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by Brunelson
Em uma entrevista recente ao podcast Jeffgarden e que transcendeu os limites da música, os membros originais do SOUNDGARDEN, Kim Thayil (guitarrista) e Hiro Yamamoto (ex-baixista), forneceram um vislumbre profundamente introspectivo de sua jornada como pioneiros asiático-americanos no terreno tumultuado da cena grunge de Seattle nos anos 80 e 90.
A conversa aprofundou as suas experiências compartilhadas, o papel das etnias raciais em sua conexão e como a autenticidade crua do punk rock e da cultura alternativa ofereceu a eles um refúgio onde poderiam se expressar genuinamente.
O movimento grunge, caracterizado por seu som cru e letras introspectivas, é frequentemente celebrado por sua autenticidade desafiadora e seu espírito anti-establishment. No entanto, sob a superfície dessa revolução musical, histórias de lutas e identidades pessoais formam a base deste iceberg e que para a grande maioria do público mainstream, permanecem acobertadas.
O vínculo de Thayil e Yamamoto foi parcialmente forjado por um entendimento compartilhado por serem estranhos em uma sociedade padrão. Como asiático-americanos, eles se identificaram por um sentimento de parentesco nascido das experiências de não se encaixarem no molde estereotipado. Em uma época na década de 80 em que a cena musical de Seattle estava borbulhando no underground para logo explodir no começo dos anos 90, as suas identidades não-brancas os diferenciavam dos outros.
Sendo assim, a sua luta compartilhada formou uma base única para colaborações, dando origem ao SOUNDGARDEN.
A história deles é uma prova da força poderosa e unificadora da música. Thayil, descendente de índios, e Yamamoto, descendente de japoneses, desafiaram as fronteiras raciais do seu tempo, tornando-se peças-chave em um movimento que remodelaria a paisagem do rock no mundo inteiro. A união deles representou um afastamento da narrativa do rock mainstream, trazendo novas vozes e perspectivas em 1º plano.
O punk rock e a cena alternativa ofereceram a Thayil e Yamamoto uma sensação de segurança e identificação social, um refúgio onde a sua raça não era um obstáculo nem um ponto focal. O punk rock possui uma rica história em abraçar "desajustados" e celebrar a individualidade, e o movimento grunge carregou essa tocha. A capacidade de se expressarem autenticamente era fundamental e esses gêneros permitiam que o fizessem sem reservas.
A entrevista de Thayil e Yamamoto transcende o reino da música, tocando em temas de identidade, identificação e representação. Eles falam sobre o profundo impacto que a música pode ter na promoção de conexões e compreensão entre as divisões culturais e raciais. As suas experiências lançam luz sobre a importância da diversidade e inclusão nas esferas criativas, desafiando noções preconcebidas e enriquecendo a tapeçaria artística.
A conversa sincera deles é um lembrete de que, mesmo em um ramo enfatizado pelo som musical, as lutas pessoais persistem sob a superfície. Ao compartilhar as suas histórias, Thayil e Yamamoto encorajam uma exploração mais profunda da era grunge, uma que vai além da música em si e mergulha na vida daqueles que ajudaram a moldá-la.
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