Embora o famoso produtor possa ter desenvolvido uma boa reputação em obter resultados sempre que entrava no estúdio de gravação, ele estava mais do que disposto a informar seus artistas quando algo era uma porcaria ou é superficialmente ou não comercial. Independente se com isso ele iria atacar seu próprios clientes ou grandes nomes da música, seu primeiro amor sempre voltou ao punk rock e suas origens.
Ao longo de seu tempo trabalhando na cena musical underground de Chicago, Albini procurou fazer o tipo de música abrasiva que tivesse algo a dizer fora do formato típico do rock and roll. Em comparação com as grandes bandas da década 70, ele estava mais interessado em destruir o sistema quando ouviu os RAMONES pela 1ª vez em 1976.
O quarteto punk de New York poderia não saber que tinha um gênero inteiro aos seus pés quando surgiram em cena - sendo os criadores do punk rock - mas canções como "I Don't Wanna Go Down to The Basement" (1º disco, "Ramones", 1976) era o tipo de música que ressoava em qualquer um que quisesse colocar uma estaca no coração de todas as grandes bandas de hard rock da época.
Embora os RAMONES continuassem como uma das maiores bandas punk rock de todos os tempos, a próxima fase aconteceria do outro lado do Atlântico quando grupos britânicos como o THE CLASH, SEX PISTOLS, BUZZCOCKS, THE DAMNED e outros, também começaram a dominar o gênero punk rock.
Ao criar suas próprias músicas quando formou a banda BIG BLACK em 1982 como vocalista e guitarrista, Albini sentiu-se atraído por grupos que viam algo mais sério no punk rock do que apenas ruídos e gritos. Em Chicago, Albini adorou os sons de bandas locais como o NAKED RAYGUN, cujas canções como "Leeches" seguiam a linha entre o rock and roll melódico e cáustico. Albini até chamaria o guitarrista deles, Santiago Durango, a se juntar ao BIG BLACK.
Quando começou a ganhar reputação como produtor, Albini continuaria seguindo os conselhos de alguns de seus artistas punk rock favoritos gravando discos para bandas como KILLDOZER e THE DIDJITS. Mesmo quando ele se aventurou em gravar álbuns para bandas de rock alternativo como PIXIES e NIRVANA, além de artistas como PJ Harvey, ele nunca perdeu de vista a sua mentalidade punk.
Por exemplo, ao analisarmos seu trabalho de produção gravando o disco "In Utero" do NIRVANA (4º trabalho de estúdio, 1993), Albini ainda manteve a crença de fazer o melhor álbum possível somente através da energia criada entre os membros do grupo tocando ao vivo em uma sala - para representar fielmente como a banda era da mesma forma que se apresentava nos shows - em vez de querer gravar vários overdubs por cima.
No geral, a maioria dos produtores procuram mesmo extrair o melhor proveito de seus artistas, mas no que diz respeito a Albini, ele sempre procurou antes de tudo fazer e produzir o tipo de música que deixaria seus heróis do punk rock orgulhosos.
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