Taylor Hawkins: o álbum que ele chamou de “uma versão Steely Dan do Foo Fighters”
Antes de entrar no estúdio para gravar o álbum do FOO FIGHTERS, "Echoes, Silence, Patience & Grace" (6º disco, 2007), Dave Grohl teve uma epifania.
Em um esforço para seguir uma nova direção musical, ele percebeu que misturar dois estilos aparentemente contraditórios alcançaria seu objetivo de atrair ambos os lados do público da banda.
Enquanto o álbum antecessor, "In Your Honor" (5º disco, 2005), foi lançado como álbum duplo onde o 1º disco apresenta o rock elétrico da banda e o 2º disco o lado acústico e mais suave, o novo álbum encontraria a bela interseção entre esses 02 lados para criar algo tão atraente quanto instigante.
O disco "Echoes, Silence, Patience & Grace" era um risco e a banda sabia disso. Em vez de seguir um caminho semelhante ao que seus álbuns anteriores fizeram, Grohl pediu que o grupo se separasse de “sua própria zona de conforto” e criasse algo que “nos tirasse de lá”. Considerando o fato de que este seria o 6º álbum de estúdio do FOO FIGHTERS e já sendo uma banda consagrada, os perigos estavam à vista. Sem contar que esse disco continua sendo o mais experimental da banda até hoje.
E de acordo com o falecido baterista Taylor Hawkins que disse uma vez sobre esse álbum: “A única filosofia que Dave tinha para esse disco era 'vale tudo'”. Aos olhos de Hawkins, isso permitiu que: "Nos livrássemos um pouco do medo de incorporar coisas mais suaves com coisas pesadas”, o que resultou em um som muito mais “dinâmico” em suas próprias palavras.
Hawkins adicionou: “Esse é definitivamente o álbum mais puro que fizemos há muito tempo... Não quero dizer elegante, mas é simplesmente imaculado”.
Talvez seja também por isso que o baterista comparou o disco a “uma versão STEELY DAN do FOO FIGHTERS”. De repente, ficou claro que eles tinham uma ampla gama quando se tratava de habilidade musical e podiam confluir sons acústicos tão bem quanto material de rock mais pesado, onde as canções absorveram complexas estruturas e harmonias.
E para Hawkins dizer que o álbum soa “imaculado”, muito se deve ao processo de composição dessas músicas: “Não é como se todo mundo trouxesse suas próprias gravações demo para trabalharmos em cima. Sabe, isso nunca aconteceu quando fomos gravar esse disco, porque Dave pediu para todos deixarem suas gravações demo em casa, então, eu e Dave fomos ao estúdio e fiquei trabalhando na bateria enquanto fazíamos as gravações demo juntos, para que depois, Nate Mendel (baixista) e Chris Shiflett (guitarrista) entrassem para completarmos as músicas e ensaia-las de verdade”.
Pode não ser um dos álbuns preferidos ou dos mais lembrados dos fãs do FOO FIGHTERS, vide que de 12 canções lançadas, somente uma é figurinha carimbada nos shows, "The Pretender", mas o disco "Echoes, Silence, Patience & Grace" prova a sua capacidade de se ajustar e se adaptar com o tempo atual, moldando seu som para se adequar ao público e permanecendo fiéis a si mesmos.
E um disco que nos presenteou com mais essa música clássica do grupo e ainda conta com canções como "Let it Die", "Come Alive", "Stranger Things Have Happened", "Summer's End" e "But Honestly", não tem como ser ruim.
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