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by Brunelson

The Doors: a história por trás da música "Five to One"


Como um dos principais atos da contracultura da década de 60, o THE DOORS teve a capacidade de encapsular a tensão taciturna de uma geração inteira sem que sua mensagem política jamais parecesse artificial. 


O grupo tinha canções com carga social pesada, como “The Unknown Soldier” e “Peace Frog”, simbolizando sua desconfiança no sistema e a vontade do governo de enviar a sua geração para a guerra.


E outro exemplo que talvez tipificou a banda e seu espírito foi a música "Five to One", que resume o grupo de maneira perfeita falando sobre tensão racial, divisões geracionais, atitudes em relação às drogas e à Guerra do Vietnã, tudo isso em uma sessão de estúdio em que Jim Morrison estava tão bêbado que precisava receber literalmente apoio de alguém com regularidade.


"Waiting For The Sun", o 3º álbum de estúdio do THE DOORS lançado em 1968, chegou em um momento crucial para os EUA. Após o Verão do Amor dos hippies e à medida que a guerra do Vietnã avançava, uma massa de opinião pública reuniu-se contra o conflito, enquanto os governantes e as autoridades faziam tudo o que podiam nas ruas para garantir que a máquina de guerra continuasse a avançar. 


THE DOORS estava na vanguarda desse movimento. Já tendo lançando 02 discos em 1967, "The Doors" e "Strange Days", a banda serviu de trilha sonora para uma revolução cultural. Jim Morrison, o líder inconstante do grupo, foi o garoto-propaganda dessa mudança. Poeta, viajante e indivíduo singularmente chapado, a imagem de Morrison como um detentor para uma nova geração era difícil de abalar.


Todos esses fios foram entrelaçados durante a gravação da canção "Five to One". Embora descrita por Morrison como totalmente apolítica, a música aponta para várias noções diferentes ao mesmo tempo.


“Cinco para um” era a proporção aproximada de brancos para negros, da nova geração mais jovem para a velha, de não usuários de maconha para usuários e, talvez mais pertinentemente, de soldados vietnamitas para soldados americanos no Vietnã.


Continua sendo uma das letras mais comoventes de Morrison, escrita em referência a guerra em frases como "ninguém sai vivo daqui" e "eles tem as armas, mas nós temos os números”. 


No entanto, a ambiguidade das letras é tal que também poderia ser uma referência à geração mais velha versus aqueles do movimento da contracultura.


“Todos nós envelhecemos e os jovens ficam mais fortes”, canta ele com outra referência direta à onda de mudanças de atitudes da época.


Embora Morrison e a banda fossem os campeões do movimento da contracultura e promovessem alegremente causas altruístas que tratavam da guerra, da mudança social e dos direitos civis, eles também foram prejudicados pelas lutas de Morrison contra o vício.


É impossível saber, mas difícil de imaginar que essa música teria obtido mais ressonância com um Morrison sóbrio no comando ou se outro frontman "careta" teria feito melhor, em comparação ao que ficou gravado nesse álbum de estúdio.


"Five to One"



















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