The Doors: a história por trás da música "People Are Strange"
Nenhuma banda incorporou a revolução da contracultura da década de 60 como o THE DOORS.
Desde a sua criação em 1965, a banda de blues hard rock liderada por Jim Morrison se estabeleceu como um dos principais grupos psicodélicos dos EUA. Para o THE DOORS não existe falta de músicas totalmente icônicas e pertencentes a cultura popular, incluindo as canções “The End” (1º disco, "The Doors", 1967) e “Riders on The Storm” (6º disco, "L.A. Woman", 1971) permeando trilhas sonoras de filmes épicos.
E outra música tão digna quanto é "People Are Strange" (2º disco, "Strange Days", 1967), que continua sendo uma das favoritas dos fãs do THE DOORS. Imbuída de uma sensação de psicodelia assombrosa vinda dos teclados de Ray Manzarek, bem como das letras cativantemente simples e profundas que são fornecidas por Morrison, esta canção é um excelente resumo da banda como um todo.
Então, de onde veio realmente a inspiração para suas letras?
Poderia facilmente ser uma música autobiográfica, no entanto, as verdadeiras origens dessa obra-prima de Morrison são um tanto controversas. De acordo com o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger, as letras vieram depois de uma caminhada do grupo pela área de Laurel Canyon em Los Angeles, nas colinas de Hollywood. Morrison, que estava bastante deprimido na época, voltou da caminhada super empolgado, logo escrevendo o 1º rascunho para a música "People Are Strange".
No entanto, existe uma história de origem alternativa que é muito mais interessante.
Manzarek afirmou em uma entrevista para a revista Ultimate Classic Rock, que Morrison escreveu as letras depois de uma longa noite passada na The Factory, a lendária galeria de artes de propriedade e operada pelo progenitor da arte popular da cidade de New York, Andy Warhol. Depois de passar uma noite festejando com pessoas que eram, presumivelmente muito estranhas, Manzarek explicou: “Não sei se Morrison adormeceu ou algo assim, mas ele acordou por volta das 05:00hs da manhã, olhou em volta, e viu todo mundo desmaiado”.
Depois de examinar os restos caóticos da noite passada, Morrison saiu e decidiu dar um passeio matinal pelo centro de Manhattan. Foi nessa caminhada quando a cidade de New York estava acordando que a canção "People Are Strange" começou a juntar suas letras. Ao ver os trabalhadores emergirem gradualmente do sistema de metrô da cidade a caminho dos seus serviços e as ruas ficando movimentadas, foi quando Morrison foi inundado por sentimentos de alienação e isolamento.
Afinal, Morrison era uma estrela do rock no topo do seu jogo, mas essa era New York independente de quem ele era. Ninguém é digno de nota em New York, onde todo mundo é simplesmente mais uma figura sem rosto andando nas ruas, outro “estranho” sem importância. De acordo com Manzarek, a música é: “Sobre as pessoas saindo do metrô de New York enquanto Jim Morrison voltava a pé da The Factory de Andy Warhol para o nosso hotel que ficava no centro de Manhattan”.
As letras da canção "People Are Strange" parecem aderir mais à alienação urbana da cidade de New York do que ao ambiente natural de Laurel Canyon onde o grupo resolveu dar aquela passeada. Seja qual for a verdade por trás dessa música icônica, é muito mais divertido imaginar Morrison se sentindo inspirado durante essa caminhada matutina pelas ruas de New York.
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