The Doors: a viagem de ácido LSD que quase destruiu o álbum de estreia do grupo

Mesmo para os padrões da década de 60, o THE DOORS era uma aberração musical da natureza (no bom sentido).

Embora o vocalista Jim Morrison não soubesse como tocar um único acorde em qualquer instrumento, a sua habilidade de arrancar algumas das melodias mais estranhas do nada, criava um êxtase musical quando combinada com os teclados de Ray Manzarek, as guitarras de Robbie Krieger e a bateria de John Densmore.

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E embora o seu álbum homônimo de estreia de 1967 tenha incendiado a cena psicodélica, não foi exatamente fácil chegar lá.

Nos primeiros meses trabalhando nas músicas, a banda mal conseguia encontrar um produtor que estivesse disposto a trabalhar com eles. Depois de criar o seu nome na cena de Los Angeles na famosa e perdida arte da propaganda "boca-a-boca", a banda assinaria com uma super gravadora, a Elektra Records, e começaria a trabalhar em uma coleção de canções que eles tocavam ao vivo em locais como o clube Whisky a Go Go.

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Gravando apenas algumas semanas antes de voltar para a estrada, a maior parte do tempo de inatividade da banda envolvia fazer shows, aprimorar o seu ofício e ficar o mais chapado possível com diferentes drogas psicodélicas. Embora Morrison fosse conhecido por deixar muitas de suas travessuras fora do estúdio, uma certa noite a situação se inverteu e o mandou de volta ao estúdio em seu estado de alteração da mente.

Refletindo sobre esse ocorrido, Manzarek relembrou durante uma entrevista concedida ao DVD "Classic Albums": “Numa certa noite, Jim estava passando na frente do estúdio onde tínhamos acabado de gravar o nosso 1º disco e ele pensou que havia um incêndio acontecendo lá dentro. Ele pulou o muro do estúdio, conseguiu entrar lá dentro e viu a luz vermelha da lâmpada acesa, que avisa que a sala de gravação do estúdio está sendo usada por alguém, mas não tinha ninguém lá. Como ele estava alucinado por ter usado ácido LSD, ele gritou lá de dentro: 'Eu sabia!' Foi quando Jim pegou um extintor de incêndio e jogou água em todo o estúdio de gravação”.

Ao perceber o que havia feito, Morrison saiu correndo do estúdio e conseguiu voltar para o carro com a sua namorada sem ser flagrado pelos seguranças. Embora nenhuma das fitas máster do álbum que ainda seria lançado do THE DOORS tenha sido afetada pela pequena aventura de Morrison, a maior parte do equipamento da banda foi banhado à água, além de uma espessa camada de espuma de outro extintor que Morrison também havia usado.

Quando o resto da banda chegou ao estúdio na manhã seguinte, o proprietário estava ligando para o produtor do THE DOORS, Paul Rothchild, para descobrir o que havia acontecido.

Enquanto a banda pensava que estava tudo bem com eles, Manzarek relembrou a única coisa que os denunciou: “Na manhã seguinte, o dono do estúdio ligou para o nosso empresário, Jack Holzmann, e lhe disse: 'O estúdio foi lavado a água. Tudo bem, pode ser limpo e não danificou grandes coisas, mas encontramos o sapato de Jim Morrison preso entre a cerca do arame farpado”.

Para qualquer pessoa familiarizada com o THE DOORS, esse foi provavelmente um fim de semana normal para Jim Morrison. Dentro e fora do palco, Morrison era conhecido por testar os limites do que era comumente aceito, levando-o a ser preso em certas ocasiões, como por exemplo, ao questionar a autoridade dos policiais que deveriam protegê-lo em uma noite de show do THE DOORS.

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Embora o disco de estreia do THE DOORS tenha mostrado aos fãs o lado sombrio da geração "paz e amor" dos hippies, toda essa loucuragem teve o seu preço, com Morrison falecendo no início dos anos 70 com apenas 27 anos de idade, devido a uma insuficiência cardíaca causada por anos de bebedeira e uso de drogas.

A estreia deles pode ter sido o começo de algo novo no rock and roll, sendo que o episódio de Jim Morrison achando que o estúdio estava pegando fogo e desencadeando em sua peraltice, seria apenas a ponta do iceberg do que ainda viria pela frente.

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