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by Brunelson
Durante o período do final de 1970 e início de 1971, quando Jim Morrison e os seus companheiros de banda no THE DOORS estavam gravando o seu 6º e último álbum de estúdio, “L.A. Woman” - em seu local de ensaio em West Hollywood - o vocalista estava se afogando no álcool e bêbado quase todas as noites, mas "sóbrio" pela manhã passeando pela Santa Monica Boulevard para a sessão do dia.
“Quando ele ficava muito bêbado, ele se tornava uma espécie de, ah...", lembrou o guitarrista do THE DOORS, Robby Krieger, se referindo a Jim Morrison durante as sessões de gravação do disco “L.A. Woman”. “Ficou cada vez mais difícil estar perto dele. Ele tinha os seus amigos de bebida e estávamos sempre tentando impedi-los de ficarem juntos no estúdio".
O álbum “L.A. Woman” está sendo relançado com vários bônus para comemorar o aniversário de 50 anos. O box irá apresentar o disco remasterizado pelo co-produtor original, Bruce Botnick, além de 02 discos com sobras de estúdio, extensas notas de capa e uma cópia em vinil da mixagem estéreo original.
Além disso, Robby Krieger procurou falar das boas lembranças que possui sobre Jim Morrison, o tipo de cara que: "Uma vez, Jim entrou no Empire State (prédio) em 1969 quando estávamos numa turnê e resolveu embarcar num elevador lotado. Assim que o elevador começou a subir, ele passou os dedos em todos os botões, para desgosto de todos os outros passageiros que tinham que esperar já que o elevador parava em cada andar”.
Retornando às gravações do último disco, o guitarrista se lembra de que estavam "presos" aos ensaios e Jim Morrison escrevendo as letras: “Jim estava hospedado num motel de baixa qualidade chamado Alta Cienega e que ficava do outro lado da rua do estúdio. Isso foi bom, porque fazer com que Jim aparecesse para as gravações no estúdio não era uma coisa fácil... Desta vez, porque ele estava tão perto do estúdio, Jim geralmente era o 1º a chegar”.
Até então, Jim Morrison se tornou um astro do rock com certificado e inicialmente hesitante durante as suas primeiras apresentações no clube Whiskey A Go Go em Los Angeles. Agora, Morrison e os seus companheiros de banda vinham de turnês incessantes, com atuações explosivas e contorcidas do vocalista que chegaram às manchetes e que eram muito mais selvagens do que a de seus contemporâneos.
“Jim adorava cantar blues, especialmente quando estava bêbado”, disse o produtor Bruce Botnick que também participou dessa entrevista.
Durante uma parada da turnê em Dallas, eles tinham estreado a então nova música "Riders on The Storm" e que seria lançada no disco "L.A. Woman": "Pareceu ótima! Nós pensamos: 'Nossa, agora vamos ser um grupo de jazz rock bem legal’”, disse o baterista John Densmore que completou o trio entrevistado. “Então, Jim estava tão bêbado que foi terrível aquela estreia ao vivo da canção 'Riders on The Storm'".
O baterista disse que esperava que voltando para Los Angeles eles pudessem se reunir e descobrir como ajudar Jim Morrison. “Eu pensei: 'Foda-se, cara, e se não conseguirmos gravar mais 01 ou 02 discos com Jim, o que vai ser? Então, vamos pelo menos tentar salvar a sua vida’”.
Seu produtor de longa data, Paul A. Rothchild, que na época estava de luto pela morte recente de sua amiga íntima, Janis Joplin, havia produzido as canções mais populares do THE DOORS, incluindo "Light My Fire", "People are Strange ”e“ Love Me Two Times”. Ele estava programado para retornar e produzir o álbum “L.A. Woman”, mas desistiu antes que as sessões realmente começassem.
Incluído entre as gravações demo e sobras de estúdio que o relançamento do disco trará, está uma gravação das primeiras tentativas da música "Riders on The Storm", que teria levado Rothchild a descartar a canção, a chamando de um "cocktail de jazz".
No entanto, o guitarrista Robby Krieger contesta essa história da saída de Rothchild no processo de gravação: “O verdadeiro motivo era que ele tinha acabado de transar com Janis Joplin e ela morreu. Ele tinha a sensação de que algo de ruim poderia acontecer se ele produzisse o nosso álbum”, continuou Krieger. “Ele não queria ser conhecido como o cara que produziu alguém e depois eles morreram”.
Com o objetivo de gravar em um local confortável ao invés do seu habitual Sunset Sound Studios, Botnick e a banda montaram um estúdio em seu espaço de ensaio, o qual chamaram de Doors Workshop, nº 8512, Santa Monica Boulevard.
O retorno de Jim Morrison das turnês significou o ressurgimento dos seus habituais bajuladores. Em seu livro de memórias de 1998, "Light My Fire: My Life With The Doors", o saudoso tecladista Ray Manzarek descreveu esses parasitas como "réprobos, descendentes degenerados de servos contratados, nojentos e lixo geral de Hollywood".
“Aos domingos, quando estávamos de folga, Jim ia aos bares, ficava bêbado e batia com o carro”, escreveu Manzarek.
Ainda assim, de alguma forma desse caos veio uma das grandes canções sobre Los Angeles.
“A música 'L.A. Woman' possui 03 partes porque não tínhamos entendido ela tudo de uma vez”, lembrou Botnick sobre o processo de gravação. “Era uma música bastante complicada e para fazê-la soar descomplicada exigiu um pouco de esforço”.
Só para se ter uma ideia, o box de relançamento do disco também inclui todos os 40 minutos de tentativas gravadas para acertarem a canção "L.A. Woman".
“Esse álbum foi a 1ª vez que realmente escrevemos músicas juntos como uma banda inteira”, admitiu Krieger, observando que para se libertar musicalmente eles contrataram o baixista Jerry Scheff, que estava na TCB BAND de Elvis Presley, e o guitarrista rítmico Marc Benno. Para a gravação da faixa-título: “Eu estava livre para tocar todas as minhas partes sem ter que dobrá-las mais tarde na hora da produção”, explicou Krieger. “Jim estava gravando os seus vocais no banheiro e conseguia ouvir toda a banda pelo fone de ouvido”.
Separamos somente um trecho do que Jim Morrison escreveu (e cantou) na música "L.A. Woman" para tentar capturar a essência de Los Angeles por meio de uma metáfora estendida:
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