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by Brunelson

The Who: os 02 álbuns da banda que o vocalista chamou de "temporário" e que "não era para lançar"


No início dos anos 80, a banda THE WHO se viu em uma situação nada invejável. As tensões estavam em um nível incontrolável entre eles e a sua produção sofreu dramaticamente e despencando para novas profundidades.


Uma razão para a queda na qualidade do THE WHO pode ser o grande buraco que o saudoso baterista, Keith Moon, havia deixado no grupo após a sua morte em 1978.

O 1º disco da banda após a morte de Moon veio em 1981 com o álbum "Face Dances" (9º disco). O álbum é o som de um grupo que parecia ferido de identidade e desprovido daquela faísca especial que os tinham catapultado para o estrelato. Eles estavam 16 anos depois do lançamento do seu brilhante disco de estreia, "My Generation" (1965), e as suas vidas mudaram substancialmente...

A baixa qualidade de produção nos anos 80 é a razão pela qual o THE WHO se tornou especialista ao vivo. A cada apresentação, a banda provava que ainda podia fazer um show de classe mundial, no entanto, o seu novo material carecia gravemente do poder de fogo que anteriormente fez milhões se apaixonarem por eles.

As coisas ficaram realmente azedas entre o guitarrista Pete Townshend e o vocalista Roger Daltrey numa certa noite, quando a banda tocou no Rainbow Theatre em Londres no ano 1981. Naquela noite, um Townshend embriagado supostamente bebeu 04 garrafas de conhaque e então, não pela primeira vez, entrou em uma briga física com o seu colega de banda.

Esse evento certamente não foi a primeira vez que os dois sofreram duros golpes.


Na verdade, grande parte do início de sua carreira foi repleta de narizes sangrando e órbitas oculares machucadas, sendo que o relacionamento deles nunca mais foi o mesmo e as duas figuras sempre tentaram manter distância um do outro o máximo possível - aparentemente mais pacifistas a partir deste século atual.

O guitarrista estava passando por uma turbulência pessoal no início dos anos 80 e a sua bebida estava fora de controle. Ainda assim, Townshend continuou desesperado para fazer as pazes com os seus companheiros de banda voltando ao estúdio para soltar a sua criatividade, mas o resultado foi desastroso.

“Consegui convencer os caras da banda de que continuaria vivo se eles me permitissem trabalhar com eles novamente”, lembrou Townshend, anos depois. “Em particular, tive dificuldade em provar a Roger que iria gostar de trabalhar com o THE WHO e que era importante pra mim que, se fosse realmente encerrar as atividades, que a banda terminasse corretamente, em vez de terminar por causa do meu maldito colapso mental”, ele acrescentou.

As sessões de gravação sobrecarregaram os seus relacionamentos e aparentemente não era mais uma experiência agradável. Em vez disso, tornou-se apenas um trabalho. Embora o disco tenha recebido algumas críticas incrivelmente favoráveis, Roger Daltrey estava relutante em lançar o álbum e ao longo dos anos a sua postura ainda não se abrandou.

O disco não estava de acordo com os padrões que Daltrey estabeleceu para si mesmo e ele o viu como um esforço incompleto e que não estava nem perto de ser lançado.

No entanto, THE WHO já tinha concordado em fazer uma grande turnê e após sucumbir à pressão da gravadora, a banda lançou outro álbum, "It's Hard" (10º disco, 1982), apesar de não estarem feliz com isso. Mesmo na época do seu lançamento, Daltrey desprezou esse álbum chamando-o de “um disco temporário”.

No entanto, com o passar dos anos as suas críticas foram menos sutis...

Algum tempo depois, Daltrey admitiu: "O álbum 'It's Hard' nunca deveria ter sido lançado". Em outra entrevista, ele honestamente observou que: "Os discos 'Face Dances' e 'It's Hard' foram feitos por uma banda que não tinha certeza se queria ou não gravar um álbum e acho que essa é uma dúvida terrível para uma banda”.

A banda levaria 24 anos para lançar um novo álbum de estúdio e eles continuam em atividade lançando discos, com somente Townshend e Daltrey como membros originais.


Essa época na carreira do THE WHO nos anos 80 é o período em que eles passaram de uma potência relevante do rock para um ato de nostalgia. O seu foco mudou para a venda de ingressos para turnês em estádios à medida que se transformavam na potência que conhecemos hoje - e ainda trazendo coisas interessantes para se ouvir.


"You Better You Bet" (Álbum: "Face Dances")


"Eminence Front" (Álbum: "It's Hard")


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