The Who: qual a música da banda que previu o futuro?
Quando o THE WHO chegou ao final dos anos 60, seu principal compositor, o guitarrista Pete Townshend, já tinha feito maravilhas à música rock.
Sua invenção da ópera rock assumiu um novo significado para o público que começou a ver o rock como mais do que apenas um som a escutar - era agora um espetáculo para se ver. O desejo de Townshend era contar histórias toda vez que pegasse sua guitarra e o plano original era fazer tudo de novo sempre que fossem gravar um novo álbum de estúdio.
Durante o enorme sucesso do álbum "Tommy" (4º disco, 1969), Townshend já estava formulando seu próximo passo e quando começou a compor novas músicas, uma em particular foi criada a parte lírica para encapsular o mundo cotidiano em que seu protagonista estava vivendo/imaginando naquela época.
Com letras que pareciam o manual de instruções para um estilo de vida futurista, Townshend deixou seu novo protagonista insensível à vida por causa de quão separado ele estava da sociedade.
Ao falar sobre as letras da música "Relay" em seu lançamento (single 1972), Townshend mencionou querer levar essa pessoa normal para sua pequena bolha, dizendo em entrevista para a rádio britânica da BBC: “Acontecerá em cerca de 20 anos, quando todos ficarem trancados dentro de suas casas e colocados em vestimentas especiais chamadas 'trajes de experiência', através das quais o governo os 'alimentará' com programas de TV para mantê-los entretidos. Esses trajes serão interconectados em uma grade universal através de computadores, mas combinados com gasodutos de empresas de gás e fiação de empresas de televisão a cabo”.
O objetivo seria efetivamente fazer com que o protagonista das letras da canção "Relay" vivesse essa vida de lavagem cerebral até que ele encontrasse consolo na música, representando o poder massivo que apenas um comentário ou expressão poderia ter sobre alguém nesse mundo futurista.
Com o passar dos anos, o restante da cena rock rapidamente entendeu o que Townshend estava querendo dizer. Considerando o assunto, é difícil não ver um álbum como "Ok Computer" do RADIOHEAD (3º disco, 1997) como a versão realizada do que Townshend era em 1972, finalmente trazido à vida quase 30 anos depois.
Independentemente do enredo sobre um futuro distópico, as letras de Townshend ainda são tão atemporais hoje quanto eram quando foram lançadas pela 1ª vez e deve ter sido exaustivo para o resto da banda não ter compreendido seu conceito quando foi lançada em 1972, mas Townshend confirmaria seus conceitos algumas décadas depois.
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