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by Brunelson
THE WHO sempre foi uma entidade volátil.
Desde os primeiros dias na florescente cena de Londres em meados da década de 60, até os últimos dias de sua formação original no final dos anos 70 - e além dos seus conflitos internos - a destruição constante (de seus instrumentos e quartos de hotéis) e as diferenças criativas entre os seus integrantes, fizeram do THE WHO uma bomba-relógio.
Com isso, o fato de terem conseguido durar quase 15 anos juntos é surpreendente e embora tenham lutado para isso durante as travessuras explosivas do baterista Keith Moon e as atitudes dominadoras do guitarrista Pete Townshend e do vocalista Roger Daltrey, o THE WHO era um dos maiores grupos de rock do mundo no início da década de 70 e considerado por muitos a melhor banda ao vivo de sua época.
A pura química musical os uniu, mesmo que as suas diferenças continuassem a ser pronunciadas. Foi então que Townshend anunciou o conceito para o seu próximo projeto: um álbum/concerto/filme interativo sob o nome, "Lifehouse", onde o público seria participante ativo da música.
As ambições de Townshend cresciam à medida que a fama do THE WHO aumentava. Os flertes iniciais com conceitos temáticos floresceram pela 1ª vez na canção ópera-rock de quase 10 minutos de duração, “A Quick One While He’s Away” (2º disco, "A Quick One", 1966). Logo, o grupo iria gravar uma ópera-rock completa lançando o álbum "Tommy" (4º disco, 1969), o que ganharia grande destaque e a banda passaria quase 02 anos tocando esse álbum nos shows.
Mas Townshend sentiu que o público merecia música nova – talvez até música que eles próprios (público) pudessem fazer.
Para tal, seguiu-se uma série de shows no Young Vic Theatre e sessões de gravação em New York no Record Plant Studios, mas os resultados não corresponderam às expectativas de Townshend. Um rompimento permanente com o engenheiro de som da banda, Kit Lambert, foi a gota d'água e quando Townshend se aproximava de um colapso nervoso, o projeto "Lifehouse" foi arquivado.
No livro, "Anyway Anyhow Anywhere – The Complete Chronicle of The Who", Daltrey compartilhou que o grupo “nunca esteve tão perto de se separar depois que o projeto 'Lifehouse' foi arquivado". Sendo assim, o THE WHO ainda precisava de um novo álbum, pois o antecessor, "Tommy", tinha agora já 02 anos desde o seu lançamento e o seu trabalho mais recente, o disco ao vivo, "Live at Leeds" (1970), tinha mais de 01 ano que havia sido lançado.
Na indústria fonográfica daquela época até meados dos anos 90, ficar mais de 02 anos sem lançar um álbum de estúdio já despertava comentários se tal banda ainda estava ativa ou se iriam se separar.
Com a ajuda do seu novo engenheiro de som, Glyn Johns, o THE WHO decidiu abandonar o conceito de "Lifehouse" e simplesmente reuniram o material que havia sido formado para esse projeto, para gravarem um novo álbum de estúdio. Agora sem narrativa abrangente, sem a participação do público e sem grande escala, era apenas o THE WHO tocando a sua marca registrada de hard rock.
Sendo assim, 08 canções do projeto "Lifehouse" foram reunidas junto com uma nova música do baixista John Entwistle, chamada "My Wife", para formar o seu próximo álbum de estúdio, "Who’s Next" (5º disco, 1971).
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