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by Brunelson

Thom Yorke: o artista musical que possui “uma magia que eu não conseguia descobrir”


A mistura de estilos que eventualmente chegou à música do RADIOHEAD é incrivelmente diversa. Em diferentes pontos foi possível ouvir todos, desde PIXIES, Neil Young e música eletrônica em seus 09 álbuns de estúdio lançados até hoje.

O vocalista Thom Yorke foi um escritor especialmente adaptável, com elementos folk, punk rock e jazz preenchendo as lacunas em suas composições. E de muitas maneiras, um artista como Tom Waits foi um precedente importante para a tendência de Yorke de misturar gêneros e estilos.


“Acho que eu tinha 17 anos de idade quando o álbum 'Rain Dogs' de Tom Waits havia sido lançado (9º disco, 1985)”, disse Yorke ao jornal britânico The Guardian sobre a influência que Waits teve sobre ele. “Comprei a fita-cassete e olhei para aquela capa estranha de uma pessoa sendo abraçada pela mãe e me perguntando que porra era aquilo. Aquela fita tinha uma magia que eu não conseguia entender, onde fui ficando cada vez mais envolvido e penetrou profundamente no meu inconsciente”.

Com a sua mistura clássica de jazz nativo direto de New Orleans, blues delta de Chicago e temas singulares, o disco "Rain Dogs" ainda é talvez a declaração musical definitiva de Tom Waits. Com um escopo cinematográfico e uma natureza desanimada na música, Waits recebeu de braços abertos os "outsiders" e os oprimidos, algo que permaneceu enormemente atraente para Yorke em seus anos de formação.

“Eu me lembro de adormecer ouvindo essa fita no meu walkman, apenas para acordar de manhã com uma repetição automática na minha cabeça”, acrescentou Yorke. “Cada canção era um curta-metragem ambientado em um EUA misterioso que eu quase não entendia, semelhante a um circo, com personagens diferentes tanto nas letras quanto nos instrumentos. Era um universo inteiro que me foi revelado por alguns minutos, apenas para me deixar do outro lado do quarteirão e me pegar pensando como eu tinha chegado lá no outro lado da rua?"

“Cada letra era uma rima fácil que você só poderia sonhar em querer escrever”, acrescentou. “Caindo na ponta da língua tão lindamente, mas nunca cedendo facilmente e mantendo metade da história para si. Waits estava interpretando um personagem com uma escuridão e um humor que pareciam muito mais genuínos do que qualquer coisa que eu visse tentar ser... Não sei, era uma coisa muito genuína escutando em 1985”.

“Mas o que realmente me impressionou mais do que tudo foi a sensação quando você ouvia cada música, de que estava literalmente ao lado de Tom Waits enquanto ele cantava”, afirmou Yorke. “Alguma coisa sobre a forma como colocaram os microfones naquela sala no estúdio, tipo, você consegue sentir os músicos arranhando ou assoprando as coisas como se eles estivessem bem ao seu lado, com uma energia e espontaneidade como se eles tivessem acabado de descobrir aquilo por conta própria".

O vocalista do RADIOHEAD concluiu: “Esse disco nunca me cansou, mesmo eu o tenha tocado inúmeras vezes ao longo da minha vida, assim como os meus filhos enquanto cresciam. Essa nova masterização que o álbum recebeu, trouxe todos estes sentimentos de volta pra mim, de volta ao presente, como se tivesse acabado de ser lançado”.





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