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by Brunelson

Top 06 músicas icônicas que foram escritas por bateristas


Muitas vezes subvalorizados, os bateristas constituem a pedra angular do conjunto de uma banda e seu papel serve como eixo rítmico que sustenta toda a estrutura musical.


Mas o que faz um bom baterista saber sentar atrás de um kit de bateria? 


De acordo com muitos bateristas da música em geral, tocar bateria não significa maestria, mas sim, é a execução que conta. Um bom baterista possui o poder de transcender a música a um nível totalmente novo, adicionando magia que de outra forma não seria possível apenas com os esforços do baixista, guitarrista e vocalista.


Alguns dos melhores bateristas de todos os tempos são aqueles que levam a sua arte a um novo nível, tornando-se não apenas a cola que mantém a operação unida, mas também uma verdadeira força motriz na direção e no som geral da banda. Um baterista genuinamente excepcional impulsiona um grupo para um reino de pura maravilha, abençoando sua música tanto com seu ritmo e groove essencial, quanto com ingredientes secretos que deixam outros músicos e fãs se perguntando como ele consegue fazer tal movimento.


O debate contínuo sobre os maiores bateristas da história é um tema consistente que desperta calorosas conversas entre fãs, críticos ou numa roda de amigos. Considere os vários estilos de tocar bateria no mundo rock exemplificados por figuras como John Bonham (LED ZEPPELIN), Neil Peart (RUSH), Ginger Baker (CREAM) ou Dave Grohl (NIRVANA), e será possível notar que o sucesso ocorre quando um baterista tece perfeitamente a sua individualidade em seus ritmos.


Ao mesmo tempo, os bateristas muitas vezes contribuem com muito mais do que apenas um simples ritmo. E por baixo das camadas óbvias de composição dos seus frontman, como John Lennon, Kurt Cobain, Jim Morrison, Bob Dylan ou David Bowie, existe uma lista robusta de heróis desconhecidos da bateria que também contribuíram com alguns dos maiores sucessos de todos os tempos.


Dito isso, confira sem nenhuma ordem específica 06 canções escritas por bateristas:


Música: "Everybody Hurts" (8º disco, "Automatic For The People", 1992)

Banda: R.E.M.


Embora a maior parte dessa música tenha sido escrita pelo baterista do R.E.M, Bill Berry, ele não tocou nela na gravação oficial e em vez disso, uma bateria eletrônica cuidou dessa tarefa.


O guitarrista Peter Buck uma vez descreveu como esta canção surgiu, dizendo: “Bill Berry trouxe a música para nós e no início era uma música country de 01 minuto. Não tinha refrão e nem ponte, somente os versos e meio que ficava girando e girando, com ele somente dedilhando as notas no violão. Passamos por cerca de 04 ideias diferentes para saber como abordá-la e eventualmente, chegamos a essa versão de como ficou gravada”.


O baixista da banda, Mike Mills, afirmou que comprou a mesma bateria eletrônica que você pode ouvir na gravação oficial por U$ 20 dólares, dizendo que tornou a música perfeita por causa da “sensação de metrônomo” da canção.


Ele acrescentou: “Michael Stipe (vocalista) e eu gravamos ao vivo no estúdio essa música com esta simples bateria eletrônica. Queríamos que o fluxo da canção girasse em torno disso, tipo, humano e não-humano ao mesmo tempo”.


Música: "Rock The Casbah" (5º disco, "Combat Rock", 1982)

Banda: THE CLASH


Elaborada pelo baterista Topper Headon, esta canção foi construída em torno de uma melodia ao piano que ele estava experimentando.


Enquanto estava sozinho no estúdio e separado dos seus colegas de banda, Headon estabeleceu progressivamente os segmentos de bateria, piano e baixo, cuidando ele mesmo da maioria dos elementos musicais da canção.


Essa origem diferencia a música da maioria das outras composições do THE CLASH, já que a maioria delas geralmente surgiram dos esforços colaborativos de composição de Joe Strummer (vocalista/guitarrista) e Mick Jones (guitarrista).


Quando os outros membros do THE CLASH entraram no estúdio para ouvirem a gravação de Headon, eles ficaram impressionados com a sua criação, percebendo que a base instrumental estava essencialmente intacta. Posteriormente, melhorias mínimas foram introduzidas, como elementos adicionais de guitarra e percussão.


Apesar de se tornar numa das maiores músicas da banda, no início, Strummer não compartilhou o mesmo entusiasmo com as letras de Headon.


De acordo com o técnico de guitarra da banda, Digby Cleaver: “Strummer apenas deu uma olhada nessas letras e falou: ‘Que incrivelmente interessante!’, quando ele apenas amassou o papel que estava escrito as letras, fez uma bola de papel e jogou para trás sobre a sua cabeça”.


Música: "Blitzkrieg Bop" (1º disco, "Ramones", 1976)

Banda: RAMONES


Frequentemente usado como grito de guerra em eventos esportivos, esse clássico do punk rock foi escrito pelo baterista Tommy Ramone.


E em contraste com muitas das criações iniciais dos RAMONES, o significado e o tema preciso desta canção permanecem um tanto ambíguos e enigmáticos.


Segundo Tommy, conta a narrativa de um público jovem participando de um show de rock. O termo “blitzkrieg” alude à estratégia militar empregada pelos alemães durante a 2ª Guerra Mundial, traduzindo-se como “guerra relâmpago”.


Ao escrever a música, Tommy inicialmente queria um canto tão poderoso quanto o início da canção hit do BAY CITY ROLLERS, "Saturday Night". E a famosa letra: “Hey, Ho! Let's Go!" inspirou-se na frase: “High, low, Tipsy Toe” da música "Walking The Dog" de Rufus Thomas, de 1963. 


Curiosamente, Tommy revelou mais tarde que concebeu este clássico canto enquanto voltava a pé do supermercado para casa, carregando uma sacola de compras.


Música: "Master of Puppets" (3º disco, "Master of Puppets", 1986)

Banda: METALLICA


Como principal instigador e força motriz por trás do grupo de metal mais proeminente de todos os tempos, Lars Ulrich permanece indiscutivelmente como um dos bateristas e compositores mais influentes da história. 


Embora tenha tido críticas à sua habilidade na bateria ao longo dos anos, ele continua sendo uma figura central na composição da maior parte do catálogo do METALLICA ao lado de James Hetfield (frontman), em última análise, forjando os sucessos mais monumentais do gênero.


Em meio a uma riqueza de riffs de Hetfield e do guitarrista Kirk Hammett - e também fragmentos de composições potenciais - foi predominantemente Lars Ulrich quem habilmente reuniu esses elementos em canções coerentes. Embora o METALLICA esteja frequentemente ligado aos vocais, riffs e guitarras intensas, sua estatura atual deve significativamente às contribuições criativas de Ulrich para as composições.


É preciso muito talento para criar algo tão culturalmente proeminente como a canção "Master of Puppets", sem deixar de mencionar a parte lírica da mesma, assim como explicou Hetfield uma vez: “Fala muito sobre drogas e como as coisas mudam, em vez de você controlar o que está tomando ou usando, porque nesse caso, são as drogas controlando você”.


Música: "Moby Dick" (2º disco, "Led Zeppelin II", 1969)

Banda: LED ZEPPELIN


A canção "Moby Dick" se materializou após a descoberta de Jimmy Page (guitarrista) sobre as improvisações de estúdio do baterista John Bonham. 


A mesma foi construída em torno do poderoso solo de bateria de Bonham e durante os shows permitiu-lhe mostrar sua excelência para um público ao vivo.


Certa vez, durante uma apresentação no Royal Albert Hall em Londres (vídeo abaixo), Bonham tocou uma versão estendida do seu solo monstruoso de bateria que fez a música durar mais de 15 minutos.


Música: "Scentless Apprentice" (4º trabalho de estúdio, "In Utero", 1993)

Banda: NIRVANA


Apresentando a melhor introdução para qualquer música do NIRVANA, a melhor bateria de qualquer música do NIRVANA, um dos melhores riffs de qualquer música do NIRVANA (escrito pelo baterista, Dave Grohl), o maior grito de Kurt Cobain já gravado em estúdio e algumas letras realmente estranhas inspiradas no romance de 1985 de Patrick Suskind, o livro "Perfume".


É um romance histórico de terror que segue um aprendiz de perfumista que possui um super sentido de olfato e ao mesmo tempo não possui odor próprio. É um conto clássico de isolamento social que talvez ressoasse com a crescente desconexão que Cobain estava experimentando em sua vida versus fama. O livro acompanharia Cobain em muitas turnês e inspirou diretamente a música "Scentless Apprentice" - já visto pelo título.


Na verdade, esta canção é creditada a todos os 03 membros da banda, com Cobain observando numa entrevista para a MTV que foi Dave Grohl quem criou a batida e o riff da música.


Grohl abordou Cobain com a batida, com Cobain pensando que era um pouco abaixo da média, muito simples e "meio boba". Mas eles perseveraram e produziram uma das melhores músicas do disco "In Utero" (nem todos irão concordar), bem como uma das canções favoritas de Dave Grohl do NIRVANA.


Já como frontman do FOO FIGHTERS em entrevista para a revista Mojo em 2010, Grohl falou: “Uma das minhas letras favoritas em uma música do NIRVANA, a qual é obscura pra caralho e não tinha percebido o peso desta canção até me sentar no sofá da minha casa em Seattle para escutar as primeiras mixagens do álbum 'In Utero'. É a linha de 'Scentless Apprentice', onde Kurt canta: 'Você não pode me demitir / Porque eu caí fora'".


“Se há uma linha em qualquer música do NIRVANA que me dá arrepios, é essa”, complementou Grohl, observando a gravidade de Cobain cantando essas letras inflamatórias, reforçando ainda mais a parte lírica das músicas do disco "In Utero", considerado como o testamento final de Cobain.


Grohl concluiu: “Talvez todas aquelas coisas que as pessoas (mídia) escreveram sobre Kurt, o colocaram em um canto do qual ele não conseguia mais sair”.




















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